Navegando por Palavras-chave "Brainspotting"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeitos do brainspotting no tratamento da obesidade em adolescentes: uma abordagem quali-quantitativa(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-12) Azevedo, Débora Candido de [UNIFESP]; Konstantyner, Tulio [UNIFESP]; Bicudo, Maria Aparecida Viggiani; http://lattes.cnpq.br/1432728078910527; http://lattes.cnpq.br/1201390189646170; http://lattes.cnpq.br/9390962043063226Objetivo: estimar os efeitos do Brainspotting (BSP) como intervenção terapêutica na saúde de adolescentes com obesidade e na compreensão do modo como eles percebem e cuidam do corpo-próprio. Métodos: ensaio clínico randomizado com 20 adolescentes com obesidade (escore-Z do Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I) maior que 2) com período de acompanhamento de 11 meses. A intervenção testada foi a terapia de BSP associada à intervenção padrão para o tratamento da obesidade (apoio médico, nutricional e psicológico). Foram medidas as dimensões corporais dos adolescentes (peso, estatura, circunferência abdominal, do braço e da panturrilha) antes e após a intervenção que se caracterizou por seis sessões de 60 a 90 minutos com intervalo em torno de 15 dias. As análises estatísticas foram realizadas com base na estratégia por protocolo. As medianas foram comparadas com o teste de Mann-Whitney e as prevalências com o teste do Qui-quadrado. O poder do teste das associações foi identificado por meio do cálculo post-hoc. Posteriormente, entrevistas individuais abertas, face a face, foram realizadas para ouvir como o adolescente percebia e cuidava do corpo-próprio antes e após a intervenção. Estes dados foram analisados de modo qualitativo com abordagem fenomenológica descritiva e interpretados à luz da filosofia husserliana sobre o corpo-vivente, da percepção conforme a proposta de Maurice Merleau-Ponty e do conceito de cuidado desenvolvido a partir da hermenêutica de Martin Heidegger. Resultados: Após a intervenção, houve redução do escore-Z do IMC/I em 90% dos participantes do grupo intervenção (GI) e 60% do grupo controle (GC), porém sem diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,121). O poder estatístico desta associação foi de 33,1% (erro tipo II: 66,9%). Não houve diferenças nas comparações entre grupos entre as reduções das circunferências abdominal, do braço e da panturrilha. No aspecto qualitativo, ao retomar à pergunta norteadora após a intervenção, “como o adolescente percebe seu corpo e como cuida dele desde antes do tratamento até agora?”, as respectivas interpretações e reduções fenomenológicas sucessivas se apresentaram em cinco categorias de Ideias Abrangentes: percepção do corpo, modos de cuidado, modos de sentir, movimento de mudança rumo à liberdade e abertura ao futuro. Conclusões: Os resultados da análise quantitativa não confirmaram a hipótese de que a intervenção com BSP, integrada ao tratamento padrão da obesidade, produza efeito na redução do IMC de adolescentes. No entanto, o poder do estudo foi relativamente baixo para identificar diferenças. Contudo, as análises qualitativas mostraram o alto benefício trazido pelo tratamento a partir da narrativa dos adolescentes, que desvelaram uma grande modificação da autopercepção corporal, novos e melhores modos de cuidar do corpo e da saúde, maior sentimento de bem-estar, a realização de um movimento em direção à liberdade de si mesmo, revelando abertura para o outro e para o mundo com novas perspectivas futuras.