Navegando por Palavras-chave "Antropologia da Alimentação"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Outras maneiras de comer: a influência de reações adversas aos alimentos nas escolhas e práticas alimentares(Universidade Federal de São Paulo, 2022-07-06) Elesbão, Tatiana Neis [UNIFESP]; Juzwiak, Claudia Ridel [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5232412496774556; http://lattes.cnpq.br/6908721190497740; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)As reações adversas aos alimentos são reações anormais e incluem alergias e intolerâncias alimentares, doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não-celíaca. Apesar da diferença entre elas com relação aos sintomas e efeitos no organismo, a principal estratégia de tratamento é a mesma: a restrição dos alimentos que contenham a substância desencadeadora da reação adversa. Logo, deixar de comer ocasiona mudança na vida dos comedores em âmbito individual e social, causada pela restrição de alimentos. O presente estudo, de abordagem qualitativa, tem como objetivo a compreensão de como os participantes veem a si mesmos, como pessoa com reação adversa aos alimentos, e verificar como ocorre o processo de escolhas e práticas alimentares em pessoas com reações adversas aos alimentos, em especial as estratégias e negociações adotadas para comer fora do espaço doméstico, em companhia e em outras situações de consumo. Para isso, foram realizadas entrevistas por webconferência com 25 participantes de todas as regiões do Brasil, com roteiro semiestruturado contando com perguntas abertas, norteadoras e de sondagem. A Análise de Conteúdo foi o método escolhido para a análise e interpretação dos dados, tomando como referencial teórico o Food Choice Process Model, para auxiliar na compreensão dos determinantes das escolhas alimentares, ao longo da trajetória de vida até o impacto do diagnóstico e as mudanças causadas nos sistemas pessoais de escolhas alimentares. Também foi aplicada a estratégia de foto elicitação, de modo que foram enviados fotos e relatos de momentos de escolhas alimentares pautadas na reação adversa aos alimentos. Como resultado da análise de conteúdo, os códigos definidos a priori e emergentes foram agrupados em quatro núcleos temáticos: “Percepções sobre o comer”, “Curso de vida e pontos de virada: descobrindo a condição”, “Partilhando os alimentos” e “Descobrindo o que é possível comer”. Os participantes apresentaram diagnósticos de doença celíaca (11/25), intolerância à lactose (4/25), doença celíaca e intolerância à lactose (6/25), doença celíaca e alergia à proteína do leite de vaca (1/25), e 2 autorreferem-se com reações adversas relacionadas ao glúten. O processo de escolhas e práticas alimentares é marcado fortemente pelo diagnóstico, sendo um ponto de transição ou de virada. A maneira como as pessoas lidam com as restrições alimentares varia muito em função da gravidade e dos sintomas. No caso da doença celíaca a percepção de risco é maior, pois além do cuidado na identificação da presença do glúten nos alimentos, há o risco de contaminação acidental e contaminação cruzada. Com relação ao sistema pessoal de escolhas alimentares, a saúde é o principal determinante, que norteia as escolhas alimentares dos participantes. Quatro principais determinantes estão inter-relacionados tendo como norte principal o controle da reação adversa aos alimentos: disponibilidade, custo, gerenciamento das relações, e saber-fazer.