Navegando por Palavras-chave "Alergia ao leite"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemEmbargoCusto-efetividade do emprego do teste de desencadeamento oral no diagnóstico e tratamento da alergia ao leite de vaca sob a perspectiva do sistema público de saúde(Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-29) Rodrigues, Vanessa Cristina de Castro [UNIFESP]; Morais, Mauro Batista de [UNIFESP]; Fonseca, Marcelo Cunio Machado [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3881000445523759; http://lattes.cnpq.br/5056114729141952; http://lattes.cnpq.br/8584722273759265Objetivo: Estimar a relação de custo-efetividade do teste de desencadeamento oral no diagnóstico e avaliação do desenvolvimento de tolerância de lactentes em aleitamento artificial com manifestações clínicas gastrointestinais de alergia às proteínas do leite de vaca não IgE-mediadas, sob a perspectiva do sistema público de saúde. Métodos: Foi construído um modelo de decisão para comparar duas estratégias: 1. PRÁTICA RECOMENDADA de acordo com as diretrizes, que preconizam realização dos testes de desencadeamento para 100% dos pacientes; 2. PRÁTICA ATUAL, cuja frequência de realização dos testes de desencadeamento baseou-se em dados obtidos em estudo sobre prática médica para manejo da alergia ao leite de vaca gastrointestinal não IgE-mediada, realizado em 2022 com apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria. Os dois braços diferenciavam-se apenas pela frequência de indicação médica dos testes de desencadeamento. Déficit antropométrico foi considerado como desfecho para caracterizar a ocorrência de manifestações clínicas graves. Para obtenção desse dado, foi realizada revisão sistemática e meta-análise sobre frequência de déficit antropométrico em lactentes brasileiros de 0 a 6 meses de idade com alergia ao leite de vaca. Considerou-se que 10% dos pais recusariam a realização dos testes de desencadeamento e 3,65 e 24 meses como idades de admissão e horizonte, respectivamente. Foram aplicados outros dados obtidos na pesquisa sobre prática médica, complementados com dados da literatura, custos do sistema público de saúde em moeda local (Real) e taxa de desconto de 5% para custos e desfechos. O desfecho da efetividade foi o tempo em dieta sem exclusão e os valores de AVAQ (anos de vida ajustados pela qualidade): com alergia=0,84; sem alergia=0,94. Foram realizadas análises de sensibilidade univariada e probabilística e de impacto orçamentário. Foram utilizadas as seguintes ferramentas: Formulário Google para coleta e Jamovi para análise estatística da pesquisa sobre prática médica; Próspero para registro da revisão sistemática, Rayyan para seleção dos artigos e ProMeta3 para proceder a metanálise; Microsoft Excel para cálculo da razão de custo-efetividade incremental e análise de sensibilidade. Resultados: O estudo sobre prática médica incluiu 447 participantes, dos quais 56% e 45% informaram indicar o teste de desencadeamento diagnóstico para lactentes com manifestações clínicas leves-moderadas e graves, respectivamente; e 93% o teste de desencadeamento para avaliação do desenvolvimento de tolerância. Essas probabilidades foram aplicadas na PRÁTICA ATUAL. A metanálise incluiu 387 lactentes provenientes de sete estudos. Com os dados agregados de cada estudo, fez-se a síntese utilizando modelo metanalítico de efeitos randômicos. A metanálise resultou em prevalência de déficit antropométrico de 24% (IC95% = 16%; 36%). A PRÁTICA RECOMENDADA gerou, em média, economia de R$1.208, ganho de +0,019 AVAQs e +70 dias em dieta sem exclusão/paciente. Na análise de sensibilidade probabilística, 100% das simulações da custo-efetividade e 95,4% da custo-utilidade mostraram menor custo e maior efetividade. Em cinco anos, a economia seria de R$646 milhões. Conclusões: O uso do teste de desencadeamento oral no diagnóstico e tratamento da alergia ao leite de vaca gastrointestinal não IgE-mediada é uma estratégia dominante, que melhora a qualidade de vida, proporciona mais tempo em dieta sem exclusão e reduz custos.