Navegando por Palavras-chave "Íleo pós-operatório"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito da goma de mascar para o restabelecimento da função intestinal após cesariana : revisão sistemática da literatura(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2017-06-29) Morais, Edna Pereira Gomes de [UNIFESP]; Torloni, Maria Regina [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5661395483781554; http://lattes.cnpq.br/2366610772457130; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Objetivo: Realizar uma revisão sistemática para averiguar se a goma de mascar é efetiva para recuperar a função intestinal após cesariana. Método: Revisão sistemática realizada de acordo com a metodologia Cochrane. Foi realizada busca eletrônica nas bases de dados Cochrane Pregnancy and Childbirth Group's Trials Register, LILACs, ClinicalTrials.gov, WHO, International Clinical Trials Registry Plataform (ICTRP) e nas listas de referências dos estudos selecionados para leitura na íntegra. Não houveram restrições quanto ao período de publicação ou idioma dos estudos. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam o uso da goma de mascar versus tratamento usual, para mulheres nas primeiras 24h apóscesariana. Desfechos primários: tempo até a primeira passagem de flatos, surgimento de íleo e tolerância ao uso de goma de mascar. Dois autores avaliaram independentemente a elegibilidade dos estudos, extraíram os dados e avaliaram o risco de viés conforme método padronizado pela Cochrane. As estimativas de efeito dos desfechos dicotômicos foram apresentadas como risco relativo (RR), com IC de 95%; para os desfechos contínuos, usamos a diferença de média (DM) e IC 95%. Avaliamos o risco de viés de cada estudo usando a tabela de risco de viés (Risk of Bias) e a qualidade geral das evidências pelo sistema GRADE. Resultados: Foram incluídos 17 ensaios clínicos randomizados, totalizando 3149 participantes, conduzidos em nove diferentes países. As mulheres que mascaram chiclete tiveram uma diminuição média no tempo até a primeira passagem de flatos de cerca de 7 horas (DM -7,09 horas, IC 95% -9,27 a -4,91 horas; 2399 participantes; 13 estudos; efeito randômico Tau2 = 14,63; I2 = 95%, evidência de qualidade muito baixa) e menor risco de desenvolver íleo (RR 0,39, IC 95% 0,19 a 0,80; 1.139 participantes; 4 estudos; I2 = 39%, evidência de baixa qualidade). A tolerância ao uso da goma de mascar foi alta. O grupo que mascou chiclete apresentou tempo até a primeira evacuação menor (DM -9,22 horas, IC 95% -11,49 a -6,95 horas; 2016 participantes; 11 estudos; efeito randômico Tau2 = 12,53; I2 = 93%, evidência de qualidade muito baixa), menor tempo de internação hospitalar (DM -0,36 dias, IC 95% -0,53 a -0,18 dias; 1489 participantes; 7 estudos, efeito randômico Tau2= 0,04; I2 = 92%) e redução do tempo até o surgimento dos primeiros ruídos hidroaéreos (DM – 4,56 horas, IC 95% -6,18 a -2,93 horas; 1729 participantes; 9 estudos; efeito randômico Tau2 = 5,41; I2 = 96%). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao uso de analgésicos ou de agentes antieméticos no pós-operatório (RR 0,50; IC 95% 0,12 a 2,13; 726 participantes; três estudos; efeito randômico Tau2=0,79, I2= 69%). Nenhum estudo avaliou a satisfação da mulher quanto a ter que mascar goma. Conclusão: A evidência disponível sugere que mascar chiclete nas primeiras 24h após CS é uma intervenção bem tolerada que favorece a recuperação precoce da função intestinal. A qualidade da maioria dos estudos foi baixa ou incerta devido, principalmente à impossibilidade de mascarar as participantes e os profissionais de saúde quanto à intervenção. No geral, a qualidade da evidência foi baixa à muito baixa.