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Acesso aberto (Open Access)
Luz, Sombra e Ação: articulando ciências e artes na Educação Infantil (Brasil) e no Cycle 1 (Suíça) a partir da implementação de uma sequência didática
(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-12) De Alencar Reis, Anna Cecília [UNIFESP]; Izidoro, Emerson [UNIFESP]; Ligozat, Florence [UNIGE]; http://lattes.cnpq.br/5505969975499859; http://lattes.cnpq.br/4486545267174490
A articulação entre Ciência e Arte vem sendo estudada em várias áreas da educação. Considerando o contexto escolar, pesquisas recentes apontam para a potencialidade de desenvolver práticas artísticas com atividades científicas a fim de ampliar o repertório da criança e, também, de proporcionar novos olhares para a ciência. Posto isto, considerando o campo da didática comparada, esta pesquisa visou desenvolver e implementar uma sequência didática com o tema Luz, Sombra e Ação em dois contextos educacionais obrigatórios e culturais distintos: escola de Educação Infantil no Brasil, com crianças entre 5 e 6 anos, e escola de Ciclo primário na Suíça Romanda, com crianças entre 4 a 6 anos. Partimos da seguinte questão de pesquisa: “Como e quais são as condições para desenvolver as atividades codisciplinares de ciências da natureza e artes que permitem promover as aprendizagens na etapa inicial da educação básica?”. Assumimos os seguintes objetivos: a) Compreender as condições de implementação de uma sequência didática elaborada nesta pesquisa com o tema Luz, Sombra e Ação; b) Identificar como as professoras, crianças e alunos se orientam em atividades que possuem objetivos disciplinares diferentes (em relação às ciências naturais e às artes); c) Descrever (quais são) as aprendizagens que podem resultar das atividades codisciplinares sobre o tema Luz, Sombra e Ação a fim de compreender as possibilidades e os desafios ligados à articulação dos dois campos; d) Comparar os processos de construção de aprendizagens em dois contextos educacionais diferentes para elaborar uma modelização de atividades de Ciência & Arte, por meio do saber sombras, considerando a etapa do início da educação básica. Esta pesquisa configura-se como engenharia didática e alinha-se ao modelo de ação da didática conjunta para realizar a análise do estudo. De modo geral, identificamos que o processo de construção das aprendizagens assumiu uma orientação artística ou científica produzida pelo professor e/ou pela criança e aluno nas atividades. Os elementos da experiência estética e científica também constituíram tal processo, tanto como parte da estrutura prevista das atividades didáticas quanto como um desdobramento da aprendizagem.
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Acesso aberto (Open Access)
Pelo que seu corpo vibra? Identidades multidimensionais na ummah baiana (1807-1835)
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-25) Damião, Erika Cristina [UNIFESP]; Rodrigues, Jaime [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1528186404909984; http://lattes.cnpq.br/8419908566652124
Na sociedade escravista da Bahia, os africanos escravizados não apenas buscavam a liberdade, mas também tentavam se adaptar às imposições do Novo Mundo, apesar das adversidades que enfrentavam. O intercâmbio cultural, a negociação de identidades e a redefinição dos laços de solidariedade os levaram a formar identidades “multidimensionais”, integrando redes de sociabilidade onde compartilhavam práticas culturais, ideologias coletivas e espaços comuns. O objetivo desta pesquisa é compreender os cruzamentos que contribuíram para a construção do processo identitário dos africanos escravizados e libertos na Bahia do século XIX. Busca-se entendê-los dentro do contexto social em que viviam e, por conseguinte, destacar as associações que lhes pareceram viáveis em suas trajetórias, considerando que a constituição destas podem ter viabilizado a organização da Revolta dos Malês em 1835. Para isso, percorremos espaços de moradia e de trabalho onde estavam alocados africanos, citados e/ou interrogados na Devassa do levante de escravizados, a fim de identificarmos o que chamamos de redes de afetos. Propomos revisitar o repertório multifacetado desses africanos, entrelaçando suas experiências, trajetórias e redes de sociabilidade, ampliando assim as perspectivas sobre a sociedade baiana do século XIX e evidenciando o ambiente complexo e heterogêneo no qual esses grupos estavam inseridos.
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Acesso aberto (Open Access)
Pensar a docência, a escola e sua cultura: contribuições da História e da Psicologia
(Universidade Federal de São Paulo, 2024) Candido, Renata Marcílio; Lourenço, Arlindo da Silva; http://lattes.cnpq.br/9931089607245261; http://lattes.cnpq.br/0092223865139147
O livro Pensar a docência, a escola e sua cultura: contribuições da história e da psicologia apresenta estudos que abordam questões centrais para a agenda de debates do campo da educação. São estudos que contam com análises decorrentes de trabalho empírico, e que, atentas às variáveis: espaço, tempo e história, se renovam. Pensar a docência, a escola e a cultura escolar a partir dos referenciais da História da Educação e da Psicologia possibilita inserir na discussão novos recortes, com destaque àqueles ligados à saúde. Os estudos apresentados contribuem para a compreensão de aspectos do mundo da educação no cenário contemporâneo que, analisadas na perspectiva histórica, explicitam suas origens e transformações.
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Acesso aberto (Open Access)
Ler e refletir sobre romances em sala de aula: o diário de leitura e o ensino explícito de estratégias de leitura
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-22) Lucas, Dahlin Pereira Penha [UNIFESP]; Jover-Faleiros, Rita [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3249150902216646; http://lattes.cnpq.br/0149321658330522
Esta dissertação tem como objetivo investigar as potencialidades do diário de leitura, como proposto na obra “Ler e refletir sobre romances em sala de aula: o ensino explícito, diários e círculos de leitura” (HÉBERT, 2019), um dos dispositivos do modelo transacional para promover a leitura integral de romance em sala de aula. Na escrita do diário, os estudantes sinalizam as estratégias de leitura percebidas durante a experiência de leitura e desenvolvem um comentário sobre sua interpretação. A partir do dispositivo do diário de leitura, a pesquisa se propôs a fazer uma leitura crítica do modelo transacional de modo a analisar de que forma a proposta metodológica de Hébert (2019), fundamentada nos Programa de Formação de Educação Básica Quebequense (MELS, 2001, 2006, 2011a, 2011b) e seus documentos complementares, contempla (ou não) as habilidades e competências da BNCC (BRASIL, 2018) relativas ao eixo de leitura. A fim de desenvolver um panorama metodológico do modelo transacional, o estudo contou com um levantamento bibliográfico sobre os principais pontos de abordagem de Hébert (2019) no tocante às estratégias de leitura, como Giasson (2003), Tardif (1992), Almasi (2003), Pressley (1995) e autoras mobilizadas nos estudos brasileiros recentes no que concerne às estratégias de leitura como Solé (1998) e Girotto e Souza (2010). Para análise do diário de leitura, recorremos à Linguística Textual e sua abordagem sociocognitiva e interacional, segundo a qual o texto é um evento comunicativo constituído a partir da interação entre texto, contexto e leitor conforme Koch (2003a, 2003b, 2004, 2014) Koch e Elias (2018, 2010) e Marcuschi (2008). A análise demonstra que o diário de leitura, na medida em que mobiliza o diálogo entre as três instâncias do modelo interativo de texto, isto é, contexto imediato, mediato e cognitivo dos estudantes, texto-romance em situação de leitura e o leitor-escritor do comentário de leitura, privilegia a expressão de um sujeito leitor em formação dentro de um espaço colaborativo, interativo e reflexivo com outros leitores. O cotejo dos contextos brasileiro e quebequense demonstrou que o modelo transacional apresenta pontos de convergência com as orientações da BNCC (BRASIL, 2018). O modelo transacional contempla as dimensões para o tratamento do eixo de produção textual na medida em que se constitui como uma prática contextualizada e em diálogo com os eixos de leitura, linguístico/semiótico e oralidade. Como um dos resultados da análise, propomos uma nova distribuição para as habilidades para estratégias e procedimentos de leitura da BNCC (BRASIL, 2018). Além disso, entendemos que o repertório de Hébert (2019) dialoga transversalmente com as habilidades previstas pelo documento brasileiro. Finalmente observamos que o modo de apresentação das estratégias de leitura proposto por Hébert (2019) promove um acesso mais direto a conceitos, tais como os processos de compreensão leitora, e pode contribuir para a prática docente e o ensino da leitura em contexto escolar.
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Acesso aberto (Open Access)
Crês em sonhos? O fantástico e o onírico em Machado de Assis
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-23) Souza, Fernanda Alves de [UNIFESP]; Philippov , Renata [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9950264048329182; http://lattes.cnpq.br/4141165022553171
Nesta dissertação denominada Crês em sonhos? O fantástico e onírico em Machado de Assis, buscamos trazer uma face do autor ainda pouco estudada se comparada com os estudos dos romances (embora haja estudos pontuais sobre o tema). Em razão disso, o objetivo desta pesquisa busca compreender a construção da narrativa fantástica com foco no onírico, observando como o autor utiliza o sonho como o local de possibilidade dos acontecimentos insólitos. A pesquisa investiga o percurso criativo de alguns contos do autor, que leva o leitor a uma atmosfera de incertezas entre o real e o irreal, criando o suspense na narrativa. Sendo assim, selecionamos cinco contos como corpus para este estudo: "Uma Excursão Milagrosa" (1866), "O Capitão Mendonça"(1870), "A Chinela Turca" (1875),"Entre Santos"(1886), "Um Sonho e Outro Sonho"(1892). Tal escolha se justifica porque neles se apresentam narrativas que possuem como eixo principal o uso do onírico para instaurar o fantástico. Em termos teóricos, recorremos a Filipe Furtado (1980), Remo Ceserani (2006), David Roas (2014) e Rosalba Campra (2008), que, em geral, compreendem o fantástico como uma das possibilidades de desafiar a lógica, a razão e a realidade cotidiana do leitor. Adotamos ainda estudos sobre o medo, como os de H.P. Lovecraft (1927), buscando entender o efeito do suspense na narrativa. Além disso, trabalhamos com os escritos sobre o mundo onírico de Carl Gustav Jung (1946), Freud (1902), Flávio Kothe (1980), Roger Caillois (1978) e os conceitos sobre imaginação e imaginário de Gaston Bachelard (1960) e Gilbert Durand (1993). A partir do prisma metodológico analítico-interpretativo, podemos afirmar que o autor utiliza o clima de suspense para seduzir o leitor a acreditar no universo insólito que está sendo narrado por meio do sonho, deixando-o, muitas vezes, com uma sensação de ambiguidade em relação aos acontecimentos sobrenaturais e/ou irreais. Além disso, em nossa hipótese de leitura, os contos machadianos trazem elementos do inconsciente coletivo que indicam a manifestação de medos e inseguranças do sujeito social do período oitocentista. Em suma, analisamos de forma crítica como as experiências vivenciadas pelas personagens protagonistas podem ser interpretadas como frutos de seus temores e aflições.