Avaliação da comunicação cérebro-rim-baço na fisiopatologia da hipertensão arterial renovascular: investigação da influência da inervação renal e esplênica sobre a sensibilidade barorreflexa e neuroinflamação

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2023-12-12
Autores
Martins, Gustavo dos Reis [UNIFESP]
Orientadores
Bergamaschi, Cassia Marta de Toledo [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objetivo: Embora compreenda-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) como uma afecção multifatorial, adotando-se múltiplas estratégias terapêuticas no seu tratamento, a relativa alta prevalência de hipertensão resistente sugere a existência de mecanismos ainda não explorados responsáveis pela manutenção da HAS. Estudos apontam para um papel crescente da inervação esplênica e da ativação neuroimune na gênese de diversos modelos de HAS. A corrente tese propõe investigar a influência da denervação renal e esplênica sobre parâmetros cardiovasculares e autonômicos, sobre a neuroinflamação, e sobre o desenvolvimento da hipertensão arterial renovascular. Métodos: Ratos Wistar foram submetidos à denervação renal ou esplênica, seguido por cirurgia para suboclusão da artéria renal esquerda. Após seis semanas, registraram-se parâmetros cardiovasculares e autonômicos basais, e a sensibilidade barorreflexa. Realizou-se, também, uma segunda série independente de experimentos, na qual os ratos foram eutanasiados após as 6 semanas de observação para coleta de sangue e órgãos (baço, rim e encéfalo). Foram realizadas análises histológicas do parênquima esplênico e de núcleos autonômicos centrais (RVLM e PVN), bem como se avaliou o perfil de citocinas em amostras de plasma, baço, rim e encéfalo. Resultados: Animais hipertensos (2R1C) apresentaram elevação dos níveis pressóricos e do drive simpático basal, associado a um déficit na sensibilidade barorreflexa. Animais hipertensos submetidos à denervação renal (2R1C+DNr) ou esplênica (2R1C+DNe) apresentaram melhora nos parâmetros cardiovasculares e a normalização da disfunção autonômica. Ademais, verificou-se, no grupo 2R1C, indicadores de inflamação periférica – hipertrofia de polpa branca esplênica e mobilização plasmática de linfócitos e monócitos – e de neuroinflamação – aumento na população de micróglia na RVLM. Esses parâmetros apresentaram-se reduzidos nos grupos 2R1C+DNr e 2R1C+DNe. Conclusão: A HAS renovascular é uma afecção caracterizada tanto por inflamação sistêmica quanto por neuroinflamação, repercutindo em alterações nos parâmetros cardiovasculares e autonômicos. Os dados aqui descritos apontam para um relevante papel da inervação simpática esplênica na gênese da HAS renovascular.
Objective: Although systemic arterial hypertension (SAH) is understood as a multifactorial disorder, adopting multiple therapeutic strategies in its treatment, the relative high prevalence of resistant hypertension suggests the existence of yet unexplored mechanisms responsible for the maintenance of SAH. Studies point to na increasing role of splenic innervation and neuroimmune activation in the genesis of several SAH models. The current study proposes to investigate the influence of renal and splenic denervation on cardiovascular and autonomic parameters, on neuroinflammation, and on the development of renovascular arterial hypertension. Methods: Male wistar rats underwent renal or splenic denervation, followed by surgery for subocclusion of the left renal artery. After six weeks, baseline cardiovascular and autonomic parameters and baroreflex sensitivity were recorded. A second independente series of experiments was also carried out, in which the rats were euthanized after 6 weeks of observation to collect blood and organs (spleen, kidney and brain) samples. Histological analyzes of the splenic parenchyma and central autonomic nuclei (RVLM and PVN) were performed, as well as the cytokine profile in plasma, spleen, kidney and brain tissues. Results: Hypertensive animals (2K1C) showed increased blood pressure levels and baseline sympathetic drive, associated with a deficit in baroreflex sensitivity. Hypertensive animals submitted to renal (2K1C+rDN) or splenic (2K1C+sDN) denervation showed improvement in cardiovascular parameters and normalization of autonomic dysfunction. Furthermore, indicators of peripheral inflammation – splenic white pulp hypertrophy and plasma mobilization of lymphocytes and monocytes – and neuroinflammation – an increase in the microglia population in RVLM – were found in the 2K1C group. These parameters were reduced in the 2K1C+rDN and 2K1C+sDN groups. Conclusions: Renovascular hypertension is a disease characterized by both systemic inflammation and neuroinflammation, resulting in changes in cardiovascular and autonomic parameters. The data described here point to a relevant role of splenic sympathetic innervation in the genesis of renovascular hypertension.
Descrição
Citação
MARTINS, Gustavo dos Reis. Avaliação da comunicação cérebro-rim-baço na fisiopatologia da hipertensão arterial renovascular: investigação da influência da inervação renal e esplênica sobre a sensibilidade barorreflexa e neuroinflamação. 2023. 94 f. Tese (Doutorado em Farmacologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2023.