Estudo ecotoxicológico e avaliação do risco ambiental do fármaco losartan em ambientes marinhos

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Data
2021-08-05
Autores
Almeida, João Emanoel [UNIFESP]
Orientadores
Pereira, Camilo Dias Seabra [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
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Resumo
Os fármacos são um grupo diversificado de substâncias químicas, utilizadas na medicina humana e veterinária, em práticas agrícolas, e cosméticos. Reúnem uma série de características que fazem com que mantenham suas propriedades químicas tempo o suficiente para atender um propósito terapêutico. A ocorrência de fármacos no ambiente aquático pode ser associada ao estilo de vida da sociedade moderna, aos padrões de consumo e ao envelhecimento da população, ou seja, estes fatores exigem, em níveis mais elevados, o uso aumentado de medicamentos e produtos para cuidados pessoais. Aliado a esses fatores, soma-se a falta de tratamento adequado de efluentes domésticos. De acordo com estudos pretéritos, a ocorrência de fármacos residuais no meio ambiente, em especial os anti-hipertensivos, pode apresentar efeitos adversos em organismos aquáticos expostos a concentrações na ordem de ng.L-1 . O presente projeto teve como objetivo realizar um estudo ecotoxicológico do fármaco Losartan empregando um organismo marinho sentinela (Perna perna) e biomarcadores de exposição e efeito que possibilitassem a avaliação do metabolismo e dos primeiros sinais de efeito adverso após exposição a concentrações ambientalmente relevantes. Foram empregados como biomarcadores enzimas de biotransformação, conjugação e atividade antioxidante, bem como avaliação de danos em ADN, peroxidação lipídica e desestabilização da membrana lisossômica de hemócitos. Os resultados foram analisados de forma integrada a fim de gerar subsídios para futuras avaliações de risco ambiental e estabelecimento de concentrações seguras desse composto na legislação ambiental pertinente. Efeitos adversos do anti-hipertensivo Losartan nos parâmetros reprodutivos do mexilhão marrom Perna perna foram detectados em concentrações mais altas (mg / L) após exposição de curto prazo. Os sistemas de desintoxicação e antioxidantes foram induzidos após a exposição a concentrações que variaram de ng / L a μg / L, como efeitos citogenotóxicos em brânquias e hemolinfa, evidenciando a preocupação em introduzir essa classe de contaminante em ambientes marinhos, e apontando a necessidade de incluir compostos anti-hipertensivos como metas para estações de tratamento de águas residuais, bem como incluí-las no programa de monitoramento ambiental. De acordo com os ensaios padronizados de mortalidade, fertilização ou desenvolvimento embriolarval, o risco foi considerado baixo. Entretanto, quando utilizados biomarcadores que representavam efeitos subletais, observou-se um alto risco ambiental.
Descrição
Citação
ALMEIDA, João Emanoel. Estudo ecotoxicológico e avaliação do risco ambiental do fármaco losartan em ambientes marinhos. 2021. 41 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Ambiental) - Instituto do Mar, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2021.