PPG - Análise Ambiental Integrada

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    Determinação de resíduos de antimicrobianos clinicamente importantes e verificação de microrganismos resistentes em águas das Represas Guarapiranga e Billings, SP
    (Universidade Federal de São Paulo, 0026-03-24) Santos, Felipe Rafael Guedes dos [UNIFESP]; Moraes, Maria de Lourdes Leite de [UNIFESP]; Minarini, Luciene Andrade da Rocha [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5226657617185982; http://lattes.cnpq.br/1133302125160725; https://lattes.cnpq.br/3137963591870787
    O uso indiscriminado de antibióticos na saúde humana e no crescimento de animais de criação levou à contaminação ambiental, especialmente das águas superficiais. Esse fato contribuiu para o aumento da resistência antimicrobiana, pois a exposição constante a subdoses de antibióticos pode criar uma pressão seletiva favorável à ocorrência e sobrevivência de bactérias resistentes, uma preocupação global da OMS. Novas abordagens que possibilitem o desenvolvimento de métodos de análise acessíveis e estudos associados à resistência antimicrobiana são prioridades para as agências ambientais estabelecerem programas de monitoramento desses compostos na água. Neste trabalho, foi desenvolvido um método utilizando cromatografia líquida de alta performance por absorção no ultravioleta e fluorescência (HPLC-DAD-FLD) para avaliação de antibióticos (amoxicilina, ceftazidima, cefalexina e ciprofloxacino) priorizados na região metropolitana de São Paulo e foi determinada a diversidade de espécies de bactérias gram-negativas resistentes a antimicrobianos clinicamente importantes nas águas das represas Billings e Guarapiranga. O método foi otimizado utilizando uma coluna RP18 Kinetex (150 mm x 4,6 mm, 5 µm). A fase móvel consistiu de água acidificada (pH 3,0):MeOH 25:75 (v/v), vazão 0,8 mLmin-1; 40ºC; detecção DAD a 237 nm e FLD (λex 350nm e λem 450nm). O LOD e LOQ variaram de 0,014 e 0,27 µg/mL e 0,044 e 0,83 µg/mL, respectivamente, para a faixa de 0,1-100 µg/mL. A avaliação da pré-concentração foi realizada por meio do SPE testando cartuchos HLB e Strata C-18 e a microextração em filme fino (TFME). As fases de extração PAN/C18; PAN/PS-DVB; PAN/C18/SCX e PAN/HLB foram testadas usando três solventes diferentes. PAN/PS-DVB apresentou melhor recuperação utilizando acetonitrila:água (25:75 v/v) como solvente de dessorção. Os testes de sensibilidade aos antimicrobianos foram realizados usando difusão em disco, de acordo com o BRCast. Espécies bacterianas foram selecionadas a partir de colônias recuperadas das represas e identificadas por MALDI-TOF. Cerca de 196 micro-organismos gram negativos foram isolados e identificados, com a presença de 6 diferentes famílias observadas. O perfil de sensibilidade das enterobactérias, considerado de prioridade crítica pela OMS, mostrou resistência a pelo menos um antimicrobiano de aminoglicosídeos, fluoroquinolonas e carbapenemas, respectivamente: Enterobacter spp. (24%, 54% e 67%), Escherichia coli (39%, 87% e 9,8%) e Klebsiella pneumoniae (100%, 50%, 77%). Foi observada triagem positiva para ESBL em isolados de E. coli (96%) e K. pneumoniae (46%). Essa abordagem permitiu a otimização dos esforços para o monitoramento de antibióticos na água, pois sua presença pode aumentar a taxa de transferência horizontal de genes de resistência entre diferentes cepas bacterianas, permitindo que bactérias sensíveis adquiram resistência aos antimicrobianos.
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    A qualidade das águas do córrego Grota Funda e a sua influência no Corpo Central I da represa Billings
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-11) Matarazzo, Matheus Peres [UNIFESP]; Nordi, Cristina Souza Freire [UNIFESP]; Nakayama, Cristina Rossi [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5087991903554322; http://lattes.cnpq.br/1133827212627122; http://lattes.cnpq.br/2500800846730920
    Os ecossistemas de água doce realizam diversos serviços ecossistêmicos, como, por exemplo, o abastecimento de água. A influência das atividades antrópicas sobre esses ambientes é uma preocupação mundial e a eutrofização é uma das principais ameaças. A represa Billings sofre com a eutrofização há décadas e o aporte contínuo de esgotos domésticos e industriais agravam a deterioração. O uso de bioindicadores, como a comunidade fitoplanctônica e os indicadores microbiológicos de poluição fecal, são ferramentas eficientes para monitorar esses impactos. O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência das águas do córrego Grota Funda no Corpo Central 1 da represa Billings. Foram realizadas cinco coletas de água, três durante a seca (01/09/21, 28/04/22 e 01/08/22) e duas no período chuvoso (16/12/21 e 21/01/23), em cinco pontos, partindo do Ribeirão Grota Funda (GF) até o Corpo Central 1 da Represa Billings. Foram analisados parâmetros físicos e químicos, clorofila-a e os feopigmentos, além da detecção e quantificação dos coliformes termotolerantes e E. coli. O fitoplâncton foi caracterizado quanto à taxonomia, a densidade e a frequência de ocorrência. Foi verificado um padrão de diluição ou autodepuração em vários parâmetros, do ponto GF até o ponto P4. A estatística mostrou uma correlação forte entre o ponto GF e as variáveis relacionadas a poluição e eutrofização dos ecossistemas aquáticos, dentre elas: a condutividade elétrica (C.E), o fósforo total (PT), o nitrato (NO3), o nitrogênio amoniacal (NH4), a Escherichia coli e os coliformes. A maior parte dos parâmetros variou sazonalmente, como a C.E, o oxigênio dissolvido (O.D), a temperatura da água, a clorofila-a, o ortofosfato, o NH4, o NO3 e a densidade do fitoplâncton. A análise qualitativa do fitoplâncton revelou 126 espécies/gêneros, distribuídas em 15 classes diferentes, sendo que a densidade do fitoplâncton durante o período chuvoso (22,9 mm³/L) foi em média superior do que o observado no seco (10,1 mm³/L), sendo que as Cyanobacteria foram predominantes. A elevada densidade de cianobactérias em quase todos os pontos e coletas analisados indica a intensidade do processo de eutrofização em andamento. Os resultados em conjunto como cálculo do IET demonstram uma influência importante do Ribeirão Grota Funda nesse braço da Represa Billings, essa influência é diluída até o ponto P4 (Corpo Central I), no entanto esse ponto apresenta outros focos de contribuição, os quais somandose à influência do Grota Funda comprometem cada vez mais a qualidade das águas do Corpo Central I da Represa Billings.
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    Recuperação de nutrientes da vinhaça pela zeólita para uso como um fertilizante de liberação lenta
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-25) Damaceno, Flávia de Oliveira; Shinzato, Mirian Chieko [UNIFESP]; Freitas, Juliana Gadernalli [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9021997241840860; http://lattes.cnpq.br/3795345587829203; https://lattes.cnpq.br/0230916041151825
    Anualmente são gerados mais de 300 bilhões de litros de vinhaça no Brasil. Por conter nutrientes importantes como adubo para os canaviais, o efluente é usado na fertirrigação desses. Contudo, a vinhaça é rica em matéria orgânica e possui pH ácido. Uma alternativa para aproveitar os nutrientes da vinhaça é extraí-los com materiais adsorventes, como os minerais do tipo das zeólitas. Esses minerais são aluminossilicatos com abundância de poros e canais em sua estrutura, e com elevada capacidade de adsorção de cátions, como potássio e amônio, cujo grau de seletividade pelas zeólita é alto. Uma vez enriquecida com nutrientes, a zeólita pode ser usada como um fertilizante de liberação lenta. Para avaliar essa alternativa, amostras de zeólita em duas granulometria (< 0,44 mm e entre 1 e 4 mm) foram caracterizadas e investigadas quanto à eficiência em recuperar nutrientes da vinhaça e utilizá-las no solo, como fertilizante de liberação lenta. A zeólita foi analisada por técnicas de fluorescência de raios-X (FRX), difratometria de raios-X (DRX), espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), além da determinação da Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e do Ponto de Carga Zero (PCZ). A vinhaça também foi caracterizada quimicamente. Foram feitos testes de recuperação de nutrientes por batelada, para avaliar o efeito da concentração da vinhaça e do tempo de contato, e em coluna de percolação para analisar o ponto de exaustão. A liberação dos nutrientes foi estudada em colunas contendo solo (Latossolo Vermelho) caracterizado quimicamente. Foram realizados cinco tipos de testes de coluna: 1- solo percolado com água (controle); 2 - solo percolado com vinhaça; 3 - solo e zeólita natural percolados com vinhaça; 4 - solo e zeólita saturada em nutrientes percolados com água; e 5 - material inerte (esferas de vidro) e zeólita saturada percolados com água. Foi verificado que a mostra de zeólita mais fina possui 72% de clinoptilolita e 16% de modernita, enquanto a zeólita mais grossa tem 67% de clinoptilolita e 20% de modernita; o restante da composição é constituída da fração de muscovita. Ambas possuem cálcio, sódio e potássio como principais cátions que ocupam os sítios de troca (poros/cavidades). A CTC de ambas amostras de zeólita é em torno de 1 meq g-1, e o PCZ de 6. Apesar da vinhaça ser rica em matéria orgânica (8,7 g L-1), possui elevado teor de potássio (2,6 g L-1 K2O) e de compostos nitrogenados (0,9 g L-1), além de pH ácido (4,5). A zeólita removeu até 36,68 mg g-1 de potássio e 4,06 mg g-1 de amônio nos testes de batelada e 35,53 mg g-1 de potássio e 3 mg g-1 de amônio nos testes de coluna. No teste de percolação em colunas de solo observou-se a saída de sódio e potássio do solo (controle), em baixas concentrações se comparada às colunas 2 e 3, as quais receberam vinhaça. Nessas colunas, verificou-se que o teor de potássio no solo aumentou cerca de 20 vezes, além da matéria orgânica. Já nas colunas que receberam zeólitas saturadas com nutrientes da vinhaça (4 e 5) observou-se que houve a liberação de potássio e amônio, sendo maior no solo da coluna 4 (7 vezes maior de teor de potássio em relação à coluna controle), no entanto, sem a elevação de matéria orgânica e a acidez dos solos causadas pela vinhaça. Assim, a zeólita saturada com os nutrientes da vinhaça pode ser usada como um fertilizante de liberação lenta, sendo a vinhaça uma fonte potencial de potássio e amônio para a agricultura. A análise de sustentabilidade indicou que essa alternativa é uma resposta para o impacto da fertirrigação com vinhaça, em contraste à atual apresentação da própria fertirrigação como resposta para a geração do efluente nas indústrias sucroalcoolerias.
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    Paisagem cultural e conservação de florestas na Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Prumirim (Tekoa Jaexaá Porã)
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-16) Berte, Marccella Lopes [UNIFESP]; Hardt, Elisa Alves Vieira [UNIFESP]; Talebi, Mauricio Gomes [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8900428205538307; http://lattes.cnpq.br/1622817303276574; http://lattes.cnpq.br/5109478892294084
    A Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Prumirim, ocupada pelos indígenas do povo Guarani Mbya é considerada uma área duplamente protegida e a mais eficaz na conservação da vegetação nativa em todo o território nacional. Os indígenas dessa comunidade são responsáveis por conservar 5.298 hectares de Floresta Atlântica o que representa 97% da cobertura da área atual. As atividades dos indígenas neste território envolvem o uso parcial dos recursos naturais, baseados na sua cosmovisão de conservação de florestas. Tal cosmovisão determina o uso e cobertura da terra, incluindo a construção de moradias em áreas de menor valor para a proteção da vegetação nativa. O objetivo deste estudo foi compreender relações entre cultura e natureza na área de estudo e construir e analisar expectativas de mudanças no uso e cobertura da terra. O método utilizado baseou-se em uma revisão bibliográfica sobre a área de estudo e um conjunto de ferramentas participativas para a construção de mapas em sistema de informação geográfica, cálculo e análise de métricas de ecologia de paisagem, comparando o cenário de expectativas com a o mapa recente. Os resultados mostram um cenário para os próximos 13 anos, baseado no desejo de ocupar áreas já "abertas", e demandas voltadas principalmente para a construção de moradias e espaços comunitários de lazer e práticas culturais, que representam menos de 1% da cobertura da terra. Embora não seja um conceito que exista na cultura Guarani Mbya, a área caracteriza-se como uma paisagem cultural, que se adapta ao contexto atual sem renunciar aos valores culturais de conservação de florestas. Os indígenas desejam restaurar áreas na zona que corresponde as áreas intocadas e guardadas por entidades sagradas. O cenário de expectativa prevê uma diminuição de apenas 0,08% de floresta, com aumento de 1,5 metros na distância entre os fragmentos florestais em 13 anos. Por outro lado, fica evidente que há uma manutenção da disponibilidade de recurso ótimo para a conservação da biodiversidade. As análises de ecologia de paisagem indicam que o cenário de expectativas dos indígenas nesta área de estudo segue um padrão de uso e ocupação atual, próprio dos Mbya, que se caracteriza pelo aldeamento em áreas de menor valor para a conservação e por estabelecer uma fronteira de amortecimento entre a ocupação humana e a floresta composta principalmente por sistemas agroflorestais que funcionam como uma zona de amortecimento para a floresta e ao mesmo tempo aumenta o bem-estar da população. A relação entre os indígenas e a natureza nesta localidade é baseada na sua cosmologia e é na própria cosmologia, nos conhecimentos tradicionais e no seu modo de organização social que se encontram os valores imateriais que conduzem a conservação da floresta. Este estudo trouxe aspectos metodológicos inovadores no mapeamento, com potencial contribuição para outras terras indígenas em contextos similares, especialmente aquelas em processo de demarcação. As métricas de paisagem, quando aplicadas à perspectiva de uma paisagem cultural, complementam a compreensão sobre os efeitos das dinâmicas espaço-temporais da paisagem. Porém, as métricas não são suficientes para compreender a complexidade desse tipo de paisagem, bem como mensurar os efeitos no bem-estar das populações que as constroem. Neste estudo de caso, a cosmologia Guarani Mbya emerge como uma inspiração para o planejamento de paisagens para a conservação da biodiversidade. Esta cosmologia tem resistido e conservado a Mata Atlântica.
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    Análise dos planos de resíduos sólidos dos municípios da Baixada Santista
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-22) Benaque, Helena Pilotto [UNIFESP]; Candiani, Giovano [UNIFESP]; Duarte, Carla Grigoletto [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1016205399128245; http://lattes.cnpq.br/9950995765229751; http://lattes.cnpq.br/9586225353676766
    A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) e sua gestão têm desafiado os responsáveis pelos serviços de limpeza pública nos municípios. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal n.º 12.305/2010, estabelece os princípios, objetivos e diretrizes para a execução adequada da gestão dos resíduos sólidos. Entre seus instrumentos estão os Planos de Resíduos Sólidos, que devem ser desenvolvidos em vários níveis e são condicionantes para acesso a recursos da União. A qualidade desses planos é um tema que vem sendo pouco explorado na pesquisa científica, e propostas de aprimoramentos podem partir de experiências com a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE). Assim, nesta pesquisa é explorado o contexto da Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), com o objetivo de analisar os planos de resíduos sólidos, municipais e regional, tanto em relação ao atendimento do conteúdo mínimo exigido pela PNRS através de índices e indicadores, quanto em relação às potenciais contribuições de AAE, sobretudo frente à abordagem do Pensamento Estratégico para a Sustentabilidade (ST4S). Como resultado, quanto aos indicadores que foram atendidos por todos os municípios, aqueles que obtiveram melhor avaliação foram os relacionados ao diagnóstico dos resíduos e seus procedimentos de gerenciamento. O indicador relacionado à responsabilidade do poder público foi o próximo mais bem avaliado. Quanto aos indicadores que obtiveram menor atendimento, destacam-se aqueles relacionados à divulgação do plano, participação da sociedade e grupo de sustentação, com apenas dois, quatro e cinco municípios atendendo a cada um deles, respectivamente. Para o plano regional, além da participação da sociedade e do grupo de sustentação, o indicador referente às ações de prevenção e correção também obteve uma das menores notas. Considerando apenas as fragilidades do plano regional, quanto as contribuições da AAE, foi possível ressaltar, sobretudo, a necessidade de processos participativos, monitoramento de metas e indicadores, e avaliação aprofundada de riscos para elaboração de um plano de ação para emergências. As análises diante da PNRS e da AAE contribuíram com a identificação dos principais desafios e com a discussão de possíveis aprimoramentos no gerenciamento de resíduos da Baixada Santista. Destaca-se a necessidade de processos participativos descritos com mais detalhes e a disponibilização de informações atualizadas e de fácil acesso sobre a implementação do plano, desde a geração até a destinação final dos resíduos sólidos e avanços em novas soluções.