Programa Inova Educação na rede estadual paulista (2020-2021): foco nas habilidades e competências socioemocionais
Data
2022-08-19
Autores
Nascimento, Thais Fernanda Martins [UNIFESP]
Orientadores
Jacomini, Márcia Aparecida [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Em 2019, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) apresentou o Programa
Inova Educação para ser implementado, a partir de 2020, nas escolas que atendem estudantes
dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. O programa introduziu três novas
disciplinas: Eletivas, Projeto de Vida e Tecnologia, ocasionando o aumento de cinco aulas
semanais na grade curricular. A incorporação de novos componentes curriculares, com foco nas
habilidades socioemocionais, pode representar novas dinâmicas e novos sentidos educacionais,
que precisam ser estudados e analisados, em relação à gestão democrática de políticas
educacionais e à efetivação do direito à educação. A presente pesquisa estuda o processo de
implementação deste programa por meio de um estudo de caso, em uma escola estadual sediada
no município de São José dos Campos/SP. O objetivo é analisar o processo de implementação,
com vistas a compreender estratégias, adequações e ressignificações observáveis que
contrastam o previsto na proposta e a prática, em um contexto de pandemia que levou ao
fechamento das escolas em março de 2020. Analisa-se os principais aspectos da proposta por
meio de estudo documental e bibliográfico e sua implementação com base em um estudo de
caso, que envolveu o acompanhamento de atividades escolares e entrevistas com
professores(as), professor coordenador e diretora, numa perspectiva que inter-relaciona
elementos conjunturais e os processos organizacionais e políticos empiricamente. Na
construção da pesquisa e análise dos dados, autores que discutem Estado, análise de políticas
públicas – com foco na implementação –, políticas curriculares e currículo foram um suporte
teórico importante à discussão. Os resultados indicam que a política educacional tem traços
antidemocráticos e que a comunidade escolar apresenta uma relação de consumidora política
das políticas educacionais, não por preferência ou escolha, mas por uma imposição
governamental. Uma questão importante sobre essa política educacional diz respeito aos novos
sentidos educativos empregados, que têm bases econômico-pedagógicas e centralizam o mundo
do trabalho nos processos de ensino e aprendizagem, a partir das proposições de habilidades e
competências socioemocionais.