Correlação entre evolução sintomática e funcional em pacientes com depressão resistente submetidos a múltiplas aplicações de escetamina subcutânea

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Data
2021
Autores
Oliveira, Marco Aurélio Tuena de [UNIFESP]
Orientadores
Mello, Andrea de Abreu Feijó de [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: A resposta sintomatológica proporcionada pelo uso de escetamina em casos refratários de depressão já é conhecida. Contudo, em relação à recuperação funcional, pouco se sabe sobre o assunto. Neste estudo, foi investigada a correlação entre mudanças dos sintomas depressivos e a mudança funcional dos pacientes submetidos a múltiplas infusões de escetamina subcutânea em uma clínica universitária. Métodos: Os dados de setenta pacientes foram analisados. Para avaliar a evolução sintomatológica durante as infusões, usou-se a Montgomery-Asberg Depression Rating Scale (MADRS). Para a avaliação da funcionalidade, a Functioning Assesment Short Test (FAST) foi o instrumento escolhido. As escalas foram avaliadas em tempos determinados e então correlacionadas. Resultados: Correlações de Pearson significativas foram observadas no grupo de pacientes unipolares, mas não na amostra bipolar. Após imputação múltipla, reduções na magnitude das associações foram observadas para a amostra combinada. Mesmo quando a trajetória de MADRS e FAST foram consideradas, nenhuma significância estatística pode ser mostrada. Discussão: Neste estudo, apenas uma correlação discreta entre MADRS e FAST pode ser vista e em um grupo específico, os pacientes unipolares. O estudo da funcionalidade dos pacientes submetidos à administração de escetamina é de extrema importância para que não se limite o conceito de melhora à recuperação sintomática, mas sim, que se amplie e considere a funcionalidade, consequentemente, a recuperação da qualidade de vida. Possivelmente devido as limitações deste estudo como o curto período de coleta de dados, o número reduzido de indivíduos incluídos e a quantidade de dados ausentes, não foi possível demonstrar estatisticamente a relação entre mudança sintomática e funcional. Conclusão: Este é o primeiro estudo analisando a funcionalidade em pacientes submetidos ao tratamento com escetamina subcutânea. A utilização de uma escala mais abrangente para avaliar a funcionalidade é outro fator importante que também a individualiza. Ensaios clínicos randomizados e controlados precisam ser desenvolvidos para melhorar nosso conhecimento sobre o papel da funcionalidade tanto como desfecho como preditora na terapia com escetamina em pacientes com depressão resistente.
Descrição
Citação
OLIVEIRA, Marco Aurélio Tuena de. Correlação entre evolução sintomática e funcional em pacientes com depressão resistente submetidos a múltiplas aplicações de escetamina subcutânea. 2021. 92 f. Dissertação (Mestrado em Psiquiatria e Psicologia Médica) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2021.