Avaliação do desenvolvimento de prematuros de 18 a 24 meses de idade corrigida por meio das escalas Bayley III

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Data
2017-05-02
Autores
Mendes, Martha Luisa Antunes Garcia [UNIFESP]
Orientadores
Santos, Amelia Miyashiro Nunes dos [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objectives: To determine the prevalence of developmental delay, and also describe the scores and factors associated to the developmental scores in children of 18-24 months of corrected age, born before 34 weeks of gestation, using the Bayley III developmental scales. Methods: A cross-sectional study was carried out including children born before 34 weeks of gestational age and birth weight < 2000g, followed-up at the outpatient clinic for preterm infants of the Federal University of São Paulo. Exclusion criteria were: congenital malformations, genetic syndrome, congenital infection and severe developmental delay that prevented the application of the Bayley III scales. The project was approved by the Ethics Committee of the Federal University of São Paulo and parents/guardians signed the term of agreement. Data collected included: maternal and children characteristics and developmental scores of cognitive, language, motor, socioemotional and adaptive behavior, using the Bayley III developmental scales. For any scale, scores below 85 were considered as developmental delay. The numeric variables were expressed as mean and standard deviation or median and minimum and maximum values and were compared by Mann-Whitney test, t test or ANOVA, according to its distribution or number of independent variables. The categorical variables were expressed in number and percentage and compared by chi-squared or Fisher’s exact test. Factors associated to the developmental scores were analyzed by univariate and multiple linear regressions. The statistic analysis was carried out by SPSS for Win/v.17.0, considering p value <0.05 as significant. Results: 101 (93.5%) children were included, gestational age of 29.5±2.6 weeks, birth weight of 1244±38g, 42 (41.6%) were boys and 23 (22.8%) were small for gestational age. The mothers’ age was 30.3±7.2 years, 82 (81.2%) had a stable partner, 13 (12.9%) had less than 9 years of schooling, 56 (55.4%) belonged to social class C and 7 (6.9%) to class D/E, with an average family income of R$ 1,800.00 (600-8,000) reais. During pregnancy, 87 (86.1%) underwent prenatal care, 9 (8.9%) presented chronic arterial hypertension, 29 (28.7%) hypertensive disorder of pregnancy, 9 (8.9%) chorioamnionitis and 60 (59.4%) received antenatal corticosteroid and 69 (69.3%) delivered by C-sections. Developmental delay occurred in 19% of the children (cognitive), 27% (language), 12% (motor), 8% (socioemotional) and 22% (adaptive behavior). The mean developmental scores were: 92.6±14.0 (cognitive), 91.5±16.8 (language), 97.5±16.5 (motor), 103.8±17.1 (socioemotional) and 94.0±16.4 (adaptive behavior). By multiple linear regression analysis, the factors significantly associated to the developmental scores (Beta) were: Cognitive – mothers’ schooling <9 years (-9.711), leukomalacia (-11.263), convulsive syndrome (-13.848); Language – mothers’ years of schooling (1.575), leukomalacia (-14.044), retinopathy (-8.660), convulsive syndrome (-10.608); Motor - leukomalacia (-10.335), retinopathy (-11.134); convulsive syndrome (-15.381); Socioemotional - periventricular hemorrhage (-11.565), convulsive syndrome (-17.055) and Adaptive behavior – weeks of gestational age (1.643), mothers’ years of schooling (1.399), meningitis (-11.406). Conclusions: Children of 18-24 months of corrected age, born before 34 weeks of gestational age, presented high-prevalence of developmental delay in all areas assessed by Bayley III scales. The factors associated to developmental delay were: gestational age, mothers’ schooling, leukomalacia, periventricular hemorrhage, convulsive syndrome, meningitis and retinopathy of prematurity.
Objetivos: Determinar a prevalência de atraso no desenvolvimento, além de descrever os escores e os fatores associados aos escores de desenvolvimento em crianças com idade corrigida de 18-24 meses, nascidas <34 semanas de idade gestacional, pelas escalas de desenvolvimento Bayley III. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com inclusão de crianças nascidas com idade gestacional <34 semanas e peso <2000g, em seguimento no ambulatório de prematuros da Universidade Federal de São Paulo. Foram excluídos: malformações congênitas, síndrome genética, infecção congênita e atraso do desenvolvimento que impedisse de aplicar as escalas Bayley III. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo e os pais/responsáveis assinaram o termo de consentimento. Dados coletados incluíram: características maternas e das crianças e escores de desenvolvimento cognitivo, de linguagem, motor, sócio-emocional e de comportamento adaptativo, utilizando-se as escalas Bayley III. Considerou-se atraso de desenvolvimento para qualquer uma das escalas, escores <85. As variáveis numéricas, foram expressas em média, desvio padrão ou mediana e valores mínimo e máximo e comparadas pelo teste de Mann-Whitney, teste t ou ANOVA, conforme distribuição e número de variáveis independentes. As variáveis categóricas foram expressas em número e porcentagem e comparadas por Qui-Quadrado ou teste exato de Fisher. Para estudo dos fatores associados aos escores de desenvolvimento, utilizou-se a regressão linear univariada e múltipla. Para análise estatística utilizou-se o programa SPSS for Win/v.17.0, considerando-se significante, p<0,05. Resultados: Foram incluídas 101 (93,5%) crianças, idade gestacional de 29,5±2,6 semanas, peso ao nascer de 1244 ± 38g, sendo, 42 (41,6%) masculinos e 23 (22,8%) pequenos para a idade gestacional. A idade das mães era 30,3±7,2 anos, 82 (81,2%) apresentavam parceiro fixo, 13 (12,9%) tinham escolaridade <9 anos, 56 (55,4%) pertenciam à classe C e 7 (6,9%) classe D/E, com renda familiar mediana de R$ 1800,00 (600-8000) reais. Durante a gestação, 87 (86,1%) realizaram pré-natal, 9 (8,9%) apresentavam hipertensão arterial crônica, 29 (28,7%) doença hipertensiva específica da gravidez, 9 (8,9%) corioamnionite e 60 (59,4%) receberam corticoide antenatal e o parto foi cesáreo em 69 (69,3%) casos. O atraso no desenvolvimento ocorreu em 19% das crianças (cognitivo), 27% (linguagem), 12% (motor), 8% (sócio-emocional) e 22% (comportamento adaptativo). As médias dos escores de desenvolvimento foram: 92,6±14,0 (cognitivo), 91,5±16,8 (linguagem), 97,5±16,5 (motor), 103,8±17,1 (sócio-emocional), 94,0±16,4 (comportamento adaptativo). Na regressão linear múltipla, os fatores associados significantemente aos escores de desenvolvimento (Beta) foram: Cognitivo - escolaridade materna <9 anos (-9,711), leucomalácia (-11,263), síndrome convulsiva (-13,848); Linguagem - anos de estudo (1,575), leucomalácia (-14,044), retinopatia (-8,660), síndrome convulsiva (-10,608); Motor - leucomalácia (-10,335), retinopatia (-11,134); síndrome convulsiva (-15,381); Sócio-emocional - hemorragia peri-intraventricular (-11,565), síndrome convulsiva (-17,055) e Comportamento adaptativo - idade gestacional (1,643), anos de estudo da mãe (1,399), meningite (-11,406). Conclusões: Crianças de 18-24 meses de idade corrigida, nascidas com <34 semanas de gestação apresentaram prevalência elevada de atraso no desenvolvimento em todas as áreas avaliadas pela Bayley III. Os fatores associados ao atraso no desenvolvimento foram: idade gestacional, escolaridade materna, leucomalácia, hemorragia peri-intraventricular, síndrome convulsiva, meningite e retinopatia da prematuridade.
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