Distribuição vertical de foraminíferos em sedimentos estuarinos: aspectos metodológicos e suas implicações em estudos ecológicos

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Data
2017-12-21
Autores
Kukimodo, Isabela [UNIFESP]
Orientadores
Semensatto, Decio Luis [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Methodological aspects of sample collection are discussed in all areas of Science, given their potential impacts on interpretations and conclusions. In the case of ecological studies based on recent foraminifera, there are variations on the depth of the sediment layer collected, counting living organisms versus dead versus living plus dead organisms (called total microfauna) and the collection of single samples versus replicates. This paper aimed to answer some of these questions, especially but not exclusively in the inter-tidal zone of tropical regions: (i) the adoption of the strategy of single sample collection or replicates can cause different results and interpretations? (ii) are there differences in results and interpretations generated from the count of living organisms versus living dead bodies?; and (iii) the depth of collection of the sediment layers influence the results and interpretations based on the foraminifera on their respective environments? For this purpose, three collection points were selected along the mangrove margins associated to the Itapanhaú River, in Bertioga (SP), and in each one three microcores with 20 cm depth were collected. In each microcore 3 ml of sediment was extracted in the layers of 0 to 1, 4 to 5, 9 to 10, 14 to 15 and 19 to 20 cm. All the samples were compared among themselves regarding absolute abundance and species composition and taxocenosis, diversity, and equitability, using single and multivariate statistical techniques. Also, the results obtained were compared with the set of live foraminifers at the time of collection and total (live + dead). Replicate collection is better than a single sample, both for the living and for the total, because they enable to capture the spatial variation of the foraminifera and thus, the application of more accurate inferential statistical analysis. There were substantial differences in ecological interpretations and their respective indicators between analyzes based on living and total only so that they should not be considered directly comparable to each other. Counting live foraminifera requires greater collecting and picking effort to reach the statistical minimum recommended. As for depth, the first centimeter should be sufficient to collect the vast majority of live foraminifera, especially for estimating species richness. In the case of total teak (living + dead), there were no significant differences for ecological interpretation as the depth of collection increased. However, thicker sediments result in a longer time interval integrated into the sample, which may be a study objective.
Aspectos metodológicos de coleta de amostras são debatidos em todas as áreas da Ciência, dados seus potenciais impactos sobre interpretações e conclusões. No caso de estudos ecológicos baseados em foraminíferos recentes, há variações sobre a profundidade da camada de sedimento coletado, a contagem de organismos vivos versus organismos mortos versus organismos vivos mais mortos (denominado microfauna total) e à coleta de amostras únicas versus replicatas. Este trabalho visou responder algumas dessas questões, especialmente, mas não exclusivamente, na zona entremarés de regiões tropicais: (i) a adoção da estratégia de coleta de amostra única ou de replicatas pode causar diferentes resultados e interpretações?; (ii) há diferenças nos resultados e interpretações gerados a partir da contagem de organismos vivos versus organismos vivos mais mortos?; e (iii) a profundidade de coleta das camadas do sedimento influencia os resultados e interpretações baseados nos foraminíferos sobre os seus respectivos ambientes? Para tanto, foram selecionados três pontos de coleta ao longo das margens do manguezal associado ao Rio Itapanhaú, em Bertioga (SP), sendo que em cada um foram coletados três microtestemunhos com 20 cm de profundidade. Em cada microtestemunho extraiu-se 3 mL de sedimento nas camadas de 0 a 1, 4 a 5, 9 a 10, 14 a 15 e 19 a 20 cm. Todas as amostras foram comparadas entre si em termos de abundância absoluta e composição das espécies e da taxocenose, diversidade e equitatividade, utilizando-se técnicas de estatística uni e multivariada. Além disso, foram comparados os resultados obtidos com o conjunto de foraminíferos vivos no momento da coleta e total (vivos + mortos). Verificou-se que a coleta de replicatas é mais adequada do que amostra única, tanto para vivos como para o total, porque possibilitam capturar a variação espacial dos foraminíferos e assim, a aplicação de análises estatísticas inferenciais mais precisas. Houve grandes diferenças nas interpretações ecológicas e respectivos indicadores entre análises baseadas em apenas vivos e no total, de modo que não devem ser considerados diretamente comparáveis entre si. A contagem de foraminíferos vivos exige esforço de coleta e triagem muito maior para atingir o mínimo estatístico recomendável. Quanto à profundidade, o primeiro centímetro deve ser suficiente para coletar a grande maioria dos foraminíferos vivos, especialmente para estimativa de riqueza de espécies. No caso do total de tecas (vivos + mortos), não houve diferenças importantes para interpretação ecológica conforme a profundidade de coleta aumentou. Entretanto, maiores profundidades de sedimento resultam em um maior intervalo de tempo integrado na amostra, o que pode ser um objetivo de estudo.
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