SNGPC como fonte de informação para análise de mudança no padrão de consumo de psicotrópicos após o rompimento da Barragem do Fundão

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2018-11-29
Autores
Manieri, Adolfo Oshikata [UNIFESP]
Orientadores
Melo, Daniela Oliveira de [UNIFESP]
Tipo
Trabalho de conclusão de curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
O Rompimento da Barragem do Fundão, localizada na cidade de Mariana em Minas Gerais foi um dos desastres de maior impacto na mineração mundial, trazendo discussões como a avaliação da saúde mental da população afetada após o desastre. Vários estudos no mundo inteiro apontam alterações de saúde de indivíduos atingidos por desastres, tais como ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático, depressão, alterações no sono, o que consequentemente leva a alteração do perfil de consumo de psicotrópicos. Assim, a avaliação idealizada no trabalho foi feita através da análise de prescrições e consumo dos seguintes psicotrópicos: carbamazepina, carbonato de lítio, clonazepam, cloridrato de amitriptilina, cloridrato de fluxetina, cloridrato de sertralina, diazepam, fenitoína, fenobarbital e haloperidol, compreendendo os 40 municípios afetados, dados que foram fornecidos pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, em que o objetivo do estudo era analisar se o SNGPC fornecia dados que fossem passíveis de análise na mudança no padrão de consumo de psicotrópicos nos indíviduos afetados. O SNGPC é um órgão o qual pertence a ANVISA e é responsável pelo controle de medicamentos psicotrópicos no Brasil, fazendo a monitoramento desses fármacos com o intuito de controlar o uso abusivo e indevido de substâncias de controle especial, proporcionando o bem-estar da população e promovendo decisões regulatórias e educativas. Foi observado crescimento gradual nas prescrições e o consumo dos medicamentos estudados considerando todo o período do estudo (2009 a 2017). Para os medicamentos clonazepam, carbonato de lítio e diazepam foram identificados picos de consumo em meses posteriores ao acidente, fazendo com que o crescimento do consumo fosse ainda maior que o observado para todo o período estudado. Apesar disso, não é possível associar esse crescimento ao rompimento da barragem devido a vários limitantes como o fato de que o controle dos produtos controlados via SNGPC é realizado apenas em instituições privadas, a pequena proporção de afetados diretamente pelo acidente frente ao número total de habitantes dos municípios, características da população afetada, a possível migração das pessoas que tiveram perdas financeiras e/ou familiares, entre outros. Dessa forma, conclui-se que os dados do SNGPC não possibilitam estimar o impacto do desastre na saúde mental das pessoas afetadas mesmo após um desastre de tamanha proporção.
Descrição
Citação
Coleções