Avaliação dos aspectos higiênicos-sanitários da manipulação de pescado a partir da perspectiva dos trabalhadores da cadeia produtiva do pescado: relações entre percepção de risco, conhecimentos, atitudes e práticas autorreferidas

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Data
2014-03-26
Autores
Zanin, Laís Mariano [UNIFESP]
Orientadores
Capriles, Vanessa Dias [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar conhecimentos, atitudes e práticas autorreferidas de aspectos higiênico-sanitários da manipulação de pescado e a percepção de risco de doenças transmitidas pelo consumo de pescado, a partir da perspectiva dos trabalhadores da cadeia produtiva do pescado (TCPP). Trata-se de um estudo transversal, cuja coleta de dados foi realizada com aplicação de questionários por meio de entrevista face a face com 193 TCPP, dos quais 50,2 % exerciam suas atividades na planta de desembarque e seleção de pescado, 49,8 % dentro de embarcações pesqueiras e 33,7% realizaram o treinamento de manipulação de alimentos/pescado. Do total, 85,5 % eram do sexo masculino, e a média (desvio-padrão) de idade foi 38,9 (11,8) anos, apresentando também uma média de 7,0 (3,3) anos de escolaridade e 16,5 (12,5) anos de trabalho com manipulação de pescado. Os “Trabalhadores da planta” apresentaram maior escore de conhecimentos corretos, 5,84 (2,09), comparados aos “trabalhadores do barco”, 4,69 (2,24), (p = 0,01); assim como, maior escore de atitudes positivas, 7,90 (1,25) e 7,22 (1,78), respectivamente (p = 0,01). Todavia, essa diferença não se mantém para o escore de práticas autorreferidas, 38,54 (6,99) e 37,41 ( 6,47), respectivamente (p = 0,21). Entre os “trabalhadores da planta”, os “treinados” apresentaram maior escore de conhecimentos, 6,26 (2,24), comparados aos “não treinados”, 5,33 (1,78), (p = 0,03); sem diferenças de escore de atitudes e práticas autorreferidas. Os “Trabalhadores da planta” apresentaram maior escore de percepção de risco, 5,40 (1,60), que os “trabalhadores do barco”, 4,57 (1,66), sendo essa variável correlacionada positivamente com o conhecimento (r = 0,61; p < 0,01 e r = 0,65; p < 0,01, respectivamente) e com a atitude (r = 0,52; p < 0,01 e r = 0,58; p < 0,01, respectivamente); e o conhecimento com a atitude (r = 0,54; p < 0,01; e r = 0,71; p < 0,01, respectivamente). Não foram encontradas correlações com o tempo de trabalho com pescado, nem com a escolaridade. O modelo de regressão linear múltiplo mostrou que as variáveis relacionadas às práticas autorreferidas dos “trabalhadores da planta” foram escore de atitude (&#946; = 2,12; p < 0,01) e idade (&#946; = 0,11; p = 0,02), e dos “trabalhadores do barco” também foram escore de atitude (&#946; = 0,99; p = 0,05) e idade (&#946; = 0,13; p = 0,02). “Trabalhadores da planta” obtiveram maior escore de conhecimentos e de atitudes comparados aos “trabalhadores do barco”, sem diferença de práticas autorreferidas. Entre os “trabalhadores da planta”, os “treinados” possuem maior escore de conhecimentos que os “não treinados”, entretanto esta diferença não resultou em atitudes positivas e práticas autorreferidas seguras. Independente da realização de treinamentos, ou do local onde exercem sua função, os TCPP apresentaram média percepção de risco. Conclui-se que há necessidade de elaborar estratégias eficazes de formação para todos os TCPP, visando à melhoria da qualidade higiênico-sanitária do pescado e ao fortalecimento da Política Nacional de Aquicultura e Pesca e da Política Nacional de Alimentação e Nutrição.
Descrição
Citação
ZANIN, Laís Mariano. Avaliação dos aspectos higiênicos-sanitários da manipulação de pescado a partir da perspectiva dos trabalhadores da cadeia produtiva do pescado: relações entre percepção de risco, conhecimentos, atitudes e práticas autorreferidas. 2014. 131 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Santos, 2014.