Polifarmácia em idosos e a associação com doenças crônicas e perdas funcionais

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Data
2017-02-22
Autores
Mercadante, Ana Claudia Costa [UNIFESP]
Orientadores
Ramos, Luiz Roberto [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objective: to characterize the use of drugs of cronic use in population composed of elderly people ages 60 years or more in association with chronical diseases and functional losses. Methodology: this is a cross sectional observational study, grounded on surveyed information by the EPIDOSO Project (phase 2), based on surveys established in the CEE (Centro de Estudos do Envelhecimento), which belongs to the discipline of Clinical Preventive Medicine (UNIFESP). It´s about a middle class population, with individuals in both genders residents in Vila Clementino. The Great Geriatric Evaluation has been use for the data collection and with this instrument, 1002 elderly were interview. The data were transferred to an electronic spreadsheet (Excel®2003) and the statistical evaluations were arranged using the SPSS software 20,0 version. The dependent variable is the polypharmacy (use of 5 or more medicines) and logistic regression models were devise in order to evaluate the association between the use of polypharmacy and the independent variables. Results: the average age was 73 years old, being 67.2% females, with predominance of coupled (52.4%), with 8 years or more of study (66.1%). The prevalence of the medicine use was 92.7%. The average rates were use of medicine = 4.8, number of diagnosis = 8.7 and compromised activities of daily living (ADL) = 3.0. The polypharmacy was verified in 50.0% of the elderly and, among women, 53.8% has this habit. Within the interviewees, the most prevalence disease was the Arterial Hypertension (71.9%) and the medications operating in the cardiovascular system were the most used (34.6%). The risk factors to polypharmacy were: females (OR 1.42; CI 95% 1.06-1.91); not engaged in remunerated activities (OR 2.06; CI 95% 1.47-2.89); have 4 to 7 diseases (OR 3.57; CI 95% 1.74-7.32), have 7 or more compromised ADL (OR 1.82; CI 95% 1.23-2.69). The variables with more correlation with the use of five or more medicines are: females, bigger amount of health problems, not gainfully employed, have a bigger number of compromised activities of daily living and have being hospitalized. CONCLUSION: the findings of this study show a high ratio of the use of medicines among the elderly people, since the grievances in health make them need the pharmacotherapy and the concept preached by the society that the way to obtain health is to consume health. The risk factors associated to polypharmacy may be useful to warn the healthcare professionals about the importance to identify and to monitor groups of elderly people more vulnerable to this habit.
Objetivo: Caracterizar a utilização de medicamentos de uso crônico de uma população composta por idosos com 60 anos ou mais em associação com as doenças crônicas referidas e perdas funcionais. Método: Este é um estudo observacional, de corte transversal, baseado nos dados levantados pelo Projeto EPIDOSO II. Trata-se de uma população de classe média, com indivíduos de ambos os sexos residentes no bairro da Vila Clementino. Foram entrevistados 1002 idosos e utilizados os dados secundários coletados através da Avaliação Geriátrica e Avaliação Gerontológica. A variável dependente é a polifarmácia (uso de 5 ou mais medicamentos), variáveis independentes são: sexo, idade, estado conjugal, escolaridade, renda, número de doenças referidas, hospitalizações e Atividades de vida diária. Os dados foram transferidos para uma planilha eletrônica (Excel®2003) e as análises estatísticas foram realizadas usando o Programa SPSS versão 20.0. Elaboraram-se modelos de regressão logística para avaliar a associação entre a prática de polifarmácia e as variáveis independentes. Resultados: A média de idade foi de 73 anos, sendo 67,2% do sexo feminino, com predomínio de unidos (52,4%), com 8 anos ou mais de estudo (66,1%). A prevalência do uso crônico de pelo menos um medicamento foi de 92,7%. A polifarmácia foi verificada em 50% dos idosos e entre as mulheres 53,8%, realiza esta prática. A doença de maior prevalência entre os entrevistados foi a Hipertensão Arterial (71,9%), e os medicamentos com atuação no Aparelho Cardiovascular foram os mais utilizados (34,6%). As variáveis com maior correlação com a polifarmácia foram: sexo feminino, maior número de doenças, maior número de atividades de vida diária comprometidas e ter sido internado. No modelo final os fatores de risco para polifarmácia permaneceram: sexo feminino (OR 1.42; IC 95% 1.06-1.91); não exercer atividade remunerada (OR 2.06; IC 95% 1.47-2.89); ter 4 a 7 doenças (OR 3.57; IC 95% 1.74-7.32), ter 7 ou mais AVD comprometidas (OR 1.82; IC 95% 1.23-2.69). Conclusões: Os achados deste estudo mostram uma proporção do uso de medicamentos elevada entre idosos, pois os agravos à saúde os fazem necessitar da farmacoterapia. Os idosos que realizam a polifarmácia são do sexo feminino, doentes e incapacitados. Os fatores de risco associados à polifarmácia podem ser modificáveis por ações que visem o uso racional de medicamentos. Para os grupos de idosos que forem identificados com múltiplas doenças e incapacidades, é importante que os profissionais da saúde realizem um trabalho de monitoramento para a polifarmácia.
Descrição
Citação
MERCADANTE, Ana Claudia Costa. Polifarmácia em idosos e a associação com doenças crônicas e perdas funcionais. 2017. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2017.