Desenvolvimento de modelos para o uso de sirolimo após o transplante renal

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Data
2005
Autores
Machado, Paula Goulart Pinheiro [UNIFESP]
Orientadores
Pestana, José Osmar Medina [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: Em dois estudos duplo-cegos, randomizados e multicêntricos, a combinação de sirolimo (SRL) com ciclosporina (CSA) reduziu a incidência, severidade e necessidade do uso de anticorpos para tratar episódios de rejeição aguda, quando comparado ao uso de azatioprina (AZA) ou placebo. No final de doze meses, a disfunção do enxerto, hiperlipidemia e trombocitopenia foram os efeitos colaterais mais freqüentes. Neste estudo, randomizado e aberto, com duração de um ano e seguimento de quatro anos, nós avaliamos a eficácia, segurança, farmacocinética e interação medicamentosa do uso combinado de SRL com rápida redução nas doses de CSA em receptores de transplante renal com doador vivo. Método: Entre junho de 1999 e fevereiro de 2000, 70 receptores de rins de doadores vivos haploidênticos receberam CSA e PRED e foram randomizados para receber doses fixas de SRL (2 mg/dia) ou AZA (2 mg/kg/dia). o objetivo 1ário foi a incidência de falha de tratamento definida como a ocorrência de 12 episódio de rejeição aguda confirmada por biópsia (RACB) e a perda do enxerto ou óbito nos primeiros 12 meses. O objetivo 2ário incluiu as sobrevidas do enxerto e do paciente, parâmetros de eficácia e segurança, bem como avaliação farmacocinética e farmacodinâmica de CSA e SRL. Resultados: Aos 12 meses, não observamos diferença (1) na incidência de falha de tratamento (14,3 vs 20 por cento); (2) nas sobrevidas do paciente (97 por cento vs. 97 por cento) e do enxerto (94 por cento vs. 94 por cento); (3) na função renal (1,8 :t 0,6 vs 1,6 :t 0,6 mg/dl) e (4) na descontinuação da medicação de estudo (17 por cento vs. 12 por cento). Foram observadas mudanças tempo-dependentes na farmacocinetica do SRL e da CSA, porém não observamos significativa interação medicamentosa com as doses de SRL e CSA utilizadas. Hiperlipidemia foi mais freqüente entre os pacientes do grupo SRL (49 por cento vs 17 por cento, p=0,01). A hipercolesterolemia associou-se com as concentrações de SRL e CSA enquanto, que a hipertrigliceridemia associou-se com as concentrações de SRL isoladamente. Não houve diferença na incidência de infecção ou neoplasia. Ao 48 meses não foram observadas diferenças nas sobrevidas do paciente (91,4 por cento vs 94,2 por cento) e do enxerto (85,7 por cento vs 85,7 por cento), mas diferenças significativas foram observadas na função renal (1,91 :t 1,56 vs 1,67 :t 0,41 mg/dl, p = 0,009) e na descontinuação da medicação de estudo (86 por cento vs. 54 por cento, p=<0,01). A causa mais freqüente de mudança de tratamento foi a nefropatia crônica do enxerto (NCE, 54 por cento vs. 17,1 por cento, 0,001). Em 16 pacientes do grupo SRL, a CSA foi substituída pelo micofenolato mofetil após o diagnóstico de NCE, observando-se significativa melhora no ritmo de perda de função renal (-0,01 :t 0,04 vs 0,01 :t 0,02, mg-1.dL. dia, p<0,001), sem a ocorrência de nenhum episódio de rejeição aguda ou de perda do enxerto. Conclusão: Para se obter a melhor razão de eficácia/toxicidade, as doses de SRL e CSA devem ser individualizadas após o transplante renal, através do monitoramento criterioso das suas concentrações sangüíneas, com redução rápida e significativa nas concentrações de CSA. Deve- se considerar a suspensão do uso da CSA, ajustando-se a dose de SRL, associada ou não ao MMF, em pacientes que desenvolvem NCE, com particular atenção aos pacientes que apresentam proteinúria.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2005. 233 p.