Valor preditivo das variaveis clinicas e eletrofisiologicas nos pacientes com cardiopatia chagasica cronica e taquicardia ventricular nao sustentada

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Data
1997
Autores
Silva, Rose Mary Ferreira Lisboa da [UNIFESP]
Orientadores
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Foram estudados consecutiva e prospectivamente 78 pacientes com cardiopatia chagasica cronica e taquicardia ventricular nao sustentada, durante o periodo de fevereiro de 1986 a janeiro de 1996. Quarenta e cinco pacientes eram do sexo masculino e 33, do sexo feminino, sendo as idades entre 21 e 68 anos (media de 46.4 anos). Os pacientes foram submetidos a avaliacao clinica e laboratorial incluindo eletrocardiograma de superficie, Holter de 24 horas, ecocardiograma, ventriculografia radioisotopica, angiografia do ventriculo esquerdo e estudo eletrofisiologico. A cineangiocoronariografia foi realizada em pacientes com idade superior a 40 anos. O estudo eletrofisiologico era realizado sem o uso de droga antiarritmica, com registro dos intervalos AH e HV, estudo da funcao sinusal e nodal, e estimulacao ventricular programada, em dois sitios do ventriculo direito (apex e via de saida), com dois ciclos de frequencia (600 e 450ms) e aplicacao de ate 3 extra-estimulos. Em resposta a estimulacao ventricular programada, foram induzidas taquicardia ventricular monomorfica sustentada em 25 pacientes (32%), taquicardia ventricular nao sustentada em 20 pacientes (25.6%), fibrilacao ventricular em 4 pacientes (5.1%) e, em 29 pacientes (37.2%), nao foi induzida arritmia ventricular. Foi considerado indutivel o grupo no qual foi desencadeada taquicardia ventricular monomorfica sustentada e nao indutivel o grupo composto pelos demais pacientes, excetuando aqueles nos quais foi desencadeada fibrilacao ventricular. As variaveis que apresentaram associacao significante com a inducao de taquicardia ventricular monomorfica sustentada foram o sexo masculino (x2=10.39), a presenca de sincope (x2=4.96), a presenca de disturbio de conducao (p=0.015), a idade mais avancada (z=3.04) e a fracao de ejecao diminuida (z=2.21). Durante o seguimento clinico de 55.7 meses (o qual nao foi diferente entre pacientes indutiveis e nao indutiveis), ocorreram 22 obitos (28.2% da populacao), sendo 16 por morte cardiaca subita, 2 por morte cardiaca nao-subita e os restantes por causas nao-cardiacas. No grupo indutivel houve significantemente maior ocorrencia de taquicardia ventricular sustentada espontanea (p=0.005), de eventos (X2=11.07), de morte cardiaca (x2=7.74), de morte subita (x2=7.69) e de morte geral (x2=6.03). Atraves da analise por regressao logistica, a variavel inducao foi preditora independente em relacao a ocorrencia de eventos e morte cardiaca, com probabilidade de 2.56 e 2,17 vezes, respectivamente. Atraves da analise de sobrevida baseada no teste qui-quadrado de Mantel e Haenszel, foi observado que a probabilidade de sobrevida do grupo indutivel foi significantemente menor que o do grupo nao-indutivel em relacao a mortalidade geral e cardiaca (x2=7.41), e em relacao a proporcao livre de eventos (x2=15.37). Assim, podemos concluir que a inducao de taquicardia ventricular sustentada monomorfica a estimulacao ventricular programada foi preditora de ocorrencia de taquicardia ventricular sustentada espontanea e morte cardiaca, subita ou nao, e esteve associada com a mortalidade geral dos cardiopatas chagasicos, portadores de taquicardia ventricular nao sustentada, durante o seguimento clinico
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Citação
São Paulo: [s.n.], 1997. 148 p.
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