Avaliação do estado nutricional e do padrão alimentar atual e pregresso de crianças pré-escolares

Abstract

The prevalence of overweight and obesity in childhood increased in the last years. Early introduction of unhealthy foods like ultra-processed foods (UPF) may result in increased consumption in subsequent years. Such an inadequate food intake might increase the risk for development of overweight and, consequently, for chronic non-communicable diseases. Therefore, the aim of this study was to test the hypothesis that early introduction of UPF is associated with higher frequency of consumption in preschool children. A cross-sectional study was carried out with 145 children aged 24 to 35 months attending public day care centres in Mogi das Cruzes - São Paulo/Brazil. Interviews were performed with parents or child's guardians for clinical, sociodemographic and anthropometry characterization of the children. An evaluation of the feeding practices in the first year of life was made to evaluate the age of introduction of UPF and the current consumption was estimated by a food frequency questionnaire. Linear regression analysis was used to identify the predictors of the consumption of UPF. Results showed that the introduction age of UPF presented a median of 12.6 (Q25=10.4; Q75=16.5) months. There was a negative correlation with age of UPF introduction (β=-0.052; 95%CI: -0.073, -0.031; p<0.001) and socioeconomic score (β=-0.136; 95%CI: -0.230, -0.042; p=0.005). A positive correlation with age (β=0.031; 95%CI: 0.007, 0.054; p=0.010) was found. In conclusion, our findings suggest that the oldest children from families of lowest socioeconomic level and who had earliest introduction of UPF presented higher risk for consumption of these foods in preschool age.

Os cuidados com a alimentação durante os primeiros mil dias serão refletidos ao longo do tempo na saúde, principalmente no estado nutricional. Com isso, nota-se a importância da prevenção de doenças por meio da alimentação com a sedimentação de hábitos de vida saudáveis na fase pré-escolar, considerando o ambiente familiar e escolar, pois muitas crianças permanecem grande parte do dia em creches, recebendo cuidados e alimentação fora de casa. O artigo teve como objetivo verificar a adequação do consumo alimentar e estado nutricional de crianças pré-escolares, ressaltando a qualidade e quantidade de macro e micronutrientes da dieta consumida na escola e na residência. Foram avaliadas 104 crianças com idade entre 24 a 35 meses frequentadoras de creches públicas do município de Mogi das Cruzes (SP/Brasil). Foi encontrado 26% (n=27) dos pré-escolares acima do peso segundo o índice Peso para Estatura, porém 40,4% (n=40) apresentam Ganho de Peso Rápido e 40,4% (n=42) das crianças estão com Relação Circunferência Abdominal e Estatura acima do valor de referência, o que representa um aumento do risco cardiovascular. O consumo alimentar das crianças estava dentro do recomendado em grande parte dos nutrientes avaliados. Contudo, há um consumo excessivo de açúcar de adição e ácidos graxos saturados e baixo consumo de vitaminas D, E, K e de potássio, o que pode repercurtir no estado nutricional dos pré-escolares à médio e longo prazo, impactando em sua saúde, que poderão vir a desenvolver precocemente doenças crônicas não transmissíveis caso não haja intervenções que possam corrigir esses desvios nutricionais.