Avaliação da microarquitetura óssea pelo TBS (Trabecular Bone Score) em pacientes com hipoparatireoidismo pós-operatório

Date
2020-10-29Author
Campo, Eliane Naomi Sakane Del [UNIFESP]
Advisor
Maeda, Sergio Setsuo [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
Show full item recordAbstract
Hypoparathyroidism is a rare condition associated to low bone turnover and higher bone mineral density (BMD). Epidemiological data are scarse and studies on fractures in this population show conflicting results. In some diseases, the higher BMD acts as a confounding factor when using densitometry scans (DXA) to assess the patient’s risk of fracture. The Trabecular Bone Score (TBS) has already been proven useful in evaluating bone microarchitecture and risk of fractures in diseases that lead to a higher BMD, as in osteoarthritis. Objective: to report the characteristics of patients with postsurgical hypoparathyroidism (PsH) at a specialized outpatient service and correlate their TBS values to clinical, densitometric, and laboratory findings. We also report fracture data in this population and look for associations with the collected data. Method: Patients were select among those who attended the Ambulatório de Osteometabolismo in UNIFESP and presented with hypocalcemia and low PTH levels using calcitriol for more than 6 months after the anterior neck surgery. After obtaining the Informed Consent form, we collected information from the electronic patient records. DXA scans were aquired using a Hologic Wi and all the statistic calculations were performed using R. Results: Eighty-two patients were enrolled, of whom 70 (85.4%) were female and 17 (20.7%) had type 2 diabetes mellitus (T2DM). The median body mass index (BMI) was 27.7 kg/m2 and the median age was 59 years. Of 68 DXA scans performed, osteopenia and osteoporosis were present in 32.4% and 2.9%, respectively. In all, 62 lumbar scans were analyzed using TBS. The mean TBS value was 1.386±0.140, and 32.2% of the results were below 1.310. TBS values correlated negatively with BMI (mainly above 30kg/m2), age (mainly above 60 years), and glycemia, while abnormal TBS correlated with osteopenia, T2DM, low impact fracture, and menopause. Six female patients had low impact fractures, which were associated with a lower TBS (1.178±0.065 vs. 1.404±0.130 in the group without fractures, p<0.001), greater age, higher BMI, impaired renal function, abnormal glycemia, and osteopenia. Conclusion: This study suggests that known risk factors for bone loss compromise the bone microarchitecture of individuals with PsH, despite DXA results. PsH menopausal women, PsH patients who are older, osteopenic and have a higher BMI or T2DM may be candidates for a more detailed assessment using, for example, TBS. O hipoparatireoidismo é uma doença rara que leva a uma situação de baixa remodelação óssea, com aumento da densidade mineral óssea (DMO). Dados epidemiológicos são escassos e trabalhos sobre fraturas nessa população apresentam resultados conflitantes. A avaliação por densitometria óssea (DXA) fica prejudicada em alguns casos de DMO elevada, sendo necessários métodos complementares para a avaliação do risco do paciente. O trabecular bone score (TBS) é um software aplicado sobre imagens de DXA que já mostrou ser útil para avaliar a microarquitetura óssea e o risco de fraturas em diversas doenças que levam a DMO elevada. Objetivo: Descrever as características dos pacientes com hipoparatireoidismo pós-cirúrgico acompanhados em um ambulatório terciário e relacionar os valores de TBS obtidos com dados clínicos e laboratoriais, incluindo dados sobre fraturas. Métodos: Foram selecionados pacientes do ambulatório de Osteometabolismo da UNIFESP com quadro de hipocalcemia e necessidade de vitamina D ativa concomitantes a PTH (paratormônio) baixo por mais de 6 meses de após cirurgia. Dados demográficos e laboratoriais foram obtidos do prontuário eletrônico do paciente após obtenção do termo de consentimento. Os exames de DXA foram realizados em um Hologic Wi e analisados por TBS. Utilizamos o programa estatístico R para realizar as comparações, associações e a regressão linear. Resultados: Artigo: Foram incluídos 82 pacientes dos quais 70 (85,4%) eram do sexo feminino, 17 (20,7%) eram portadores de diabetes mellitus (DM) tipo 2, com índice de massa corpórea mediana de 27,7 kg/m2 e idade mediana de 59 anos. Das 68 DXAs realizadas, 64,7% estavam na faixa da normalidade, 32,4% na faixa de osteopenia e 2,9% na de osteoporose. Sessenta e duas DXAs puderam ser analisadas por TBS, sendo que o valor médio foi de 1,386±0,140, com 32,2% dos valores estando abaixo de 1,310, ou seja, na faixa de alto risco para fraturas. Os valores de TBS se associaram negativamente com osteopenia, DM tipo 2, presença de fraturas por baixo impacto e menopausa. Apesar de ter apresentado relação com a DMO, o tempo de doença não mostrou relação significativa com o TBS. Seis pacientes do sexo feminino tinham história de fratura por baixo impacto, que além de estar associado a TBS mais baixos, também mostrou relação com idade, maior IMC, glicemia anormal, função renal prejudicada e osteopenia. Conclusão: Fatores que sabidamente afetam a DMO da população geral também comprometem a microestrutura óssea nessa população específica, apesar de mostrarem DXAs na grande maioria dentro da normalidade. Pacientes com hipoparatireoidismo pós-cirúrgico que apresentam diabetes tipo 2, osteopenia e estejam na menopausa podem ser candidatos a uma análise mais detalhada por TBS, por exemplo, principalmente se também tiverem IMC elevado e mais idade.
Keywords
HypoparathyroidismPost-Surgical
Fracture
Trabecular Bone Score (TBS)
Microarchitecture
Hipoparatireoidismo
Pós-Cirúrgico
Fratura
Trabecular Bone Score (TBS)
Microarquitetura