Comparação da insulina humana associada à educação intensiva com a insulina análoga no controle glicêmico de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 de um sistema público de saúde
View/ Open
Date
2021-10-14Author
Santomauro, Caroline Nagaoka [UNIFESP]
Metadata
Show full item recordAbstract
INTRODUÇÃO: A população com Diabetes Mellitus vem crescendo potencialmente com um custo
elevado para o sistema público, especialmente os pacientes com mau controle metabólico que
apresentam complicações vasculares. O tratamento ideal do diabetes tipo 1 é a insulinoterapia
intensiva, seja com as insulinas humanas fornecidas regularmente pelo SUS seja com os análogos
de insulina que proporcionam maior flexibilidade ao paciente em relação à administração, menor
risco de hipoglicemia noturna, mas com eficácia semelhante no controle glicêmico a um maior
custo. Sabe-se, no entanto, que a intervenção educacional pela equipe multiprofissional junto à
adesão ao tratamento melhora o controle glicêmico desses pacientes. OBJETIVO: Verificar o papel
da intervenção educacional ao esquema basal-bolus com insulina humana NPH e regular em
comparação ao uso de análogo de insulina em pacientes com descompensação metabólica.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo prospectivo de 6 meses com 51 pacientes entre 10 e 18 anos de
idade, incompletos, atendidos por um serviço de saúde ambulatorial de uma universidade pública
do estado de São Paulo, Brasil. Foram formados dois grupos de pacientes sendo um que utiliza
insulina humana e que recebeu a intervenção educacional em consultas de enfermagem e outro
que utiliza análogos de insulina, porém sem a intervenção educacional. Foi aplicado um
questionário para avaliar a eficácia da intervenção educacional em relação ao manejo do diabetes.
Foram avaliados dados demográficos e informações da doença e tratamento a partir do prontuário
eletrônico disponível na instituição. RESULTADOS: O estudo mostrou que não houve diferença
estatística no controle da hemoglobina glicada dos pacientes dentro de cada grupo após 6 meses
de estudo. O grupo que recebeu a intervenção educacional na primeira consulta teve a média de
hemoglobina glicada de 11,45 ± 2,21 e após 6 meses de 10,98 ± 2,13 (p = 0,208). O grupo em uso
de insulina análoga sem a intervenção educacional apresentou a média de hemoglobina glicada de
10,01 ± 1,84 na primeira consulta e de 9,76 ± 1,98 (p = 0,839) na última consulta. Na comparação
intergrupos também não houve diferença estatística na hemoglobina glicada (p = 0,524). No
entanto, o conhecimento acerca da doença (p = 0,048), a educação para aplicação de insulina (p =
0,000) e a monitorização (p = 0,002) contribuíram para a melhora do controle glicêmico.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A insulina humana associada à orientação intensiva de enfermagem
não se mostrou inferior às insulinas análogas em relação ao controle glicêmico. A intervenção
educacional intensiva realizada pelo enfermeiro junto à equipe de saúde possui um grande
potencial para o bom controle glicêmico dos pacientes com DM1 em uso de insulina humana. INTRODUCTION: The population with Diabetes Mellitus has been growing potentially at a high cost
to the public system, especially patients with poor metabolic control who have vascular
complications. The ideal treatment for type 1 diabetes is intensive insulin therapy, either with
human insulins regularly provided by SUS or with insulin analogues that provide greater flexibility
to the patient in relation to administration, less risk of nocturnal hypoglycemia, but with similar
efficacy in the control glycemic at a higher cost. It is known, however, that the educational
intervention by the multiprofessional team together with adherence to treatment improves the
glycemic control of these patients. OBJECTIVE: To verify the role of educational intervention to the
basal-bolus regimen with human NPH and regular insulin in comparison to the use of insulin
analogue in patients with metabolic decompensation. METHOD: This is a prospective study of 6
months with 51 patients between 10 and 18 years of age, incomplete, attended by an outpatient
health service of a public university in the state of São Paulo, Brazil. Two groups of patients were
formed, one using human insulin and receiving educational intervention in nursing consultations
and another using insulin analogues but without educational intervention. A questionnaire was
applied to assess the effectiveness of educational intervention in relation to the management of
diabetes. Demographic data and information on the disease and treatment were evaluated using
the electronic medical record available at the institution. RESULTS: The study showed that there
was no statistical difference in the control of glycated hemoglobin in patients within each group
after 6 months of study. The group that received the educational intervention in the first
consultation had a mean glycated hemoglobin of 11.45 ± 2.21 and after 6 months of 10.98 ± 2.13
(p = 0.208). The group using insulin analogue without educational intervention had a mean glycated
hemoglobin of 10.01 ± 1.84 at the first visit and 9.76 ± 1.98 (p = 0.839) at the last visit. In the
intergroup comparison, there was also no statistical difference in glycated hemoglobin (p = 0.524).
However, knowledge about the disease (p = 0.048), education on insulin application (p = 0.000) and
monitoring (p = 0.002) contributed to the improvement of glycemic control. DISCUSSION AND
CONCLUSION: Human insulin associated with intensive nursing guidance was not inferior to insulin
analogues in relation to glycemic control. The intensive educational intervention carried out by the
nurse with the health team has great potential for good glycemic control of patients with DM1 using
human insulin.