Estudo da imunogenicidade e segurança da vacina tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) em crianças e adolescentes com artrite idiopática juvenil (AIJ)
Data
2017-05-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Juvenile Idiopathic Arthritis (JIA) is the most common chronic rheumatic disease in childhood, accounting for varying degrees of physical disability. Protection of infections through active immunization is essential in patients with JIA using immunosuppressive drugs. However, there are still doubts about indication, safety and efficacy, as well as reactivation of the disease in this group of patients when using these vaccines. Objectives: The aim of this study was to evaluate the immunogenicity and safety of adult acellular bacterial triple vaccine (dTpa) in patients with JIA with or without use of anti-TNF agents. Methods: This is a prospective longitudinal experimental study in which three groups of individuals were assessed: one with patients with JIA according to ILAR criteria using anti-TNF agent (n=19), another with JIA patients without use of anti-TNF agent (n=19) and another from healthy individuals (Control, n=27), paired with case groups by age and gender. A 0.5 ml dose of the diphtheria, tetanus, acellular pertussis (dTpa) adsorbed vaccine (ADACEL® Sanofi Pasteur, Toronto, Canada) was administered intramuscularly in the non-dominant arm of the selected subjects. Samples of 10 mL of peripheral blood were collected on the day of vaccination (D0), after 14 days (D14) and 28 days after vaccination (D28). Serology for tetanus, diphtheria and pertussis and immunophenotyping of lymphocytes in peripheral blood were performed. Results: Patients with and without anti-TNF agents did not present significant differences in the frequency of ANA (anti-nuclear antibody), RF (rheumatoid factor) and presence of uveitis. There was only association between use of anti-TNF and course subtype (p = 0.009). Thus, it was observed that patients without anti-TNF had a higher percentage of persistent oligo (36.8% vs 0%) and lower ERA frequency (0.0% vs 21.1%) compared to the group onf anti-TNF. In the group on anti-TNF agent, about half were on fusion protein (etanercept), while the other half were on monoclonal antibody (adalimumab or infliximab). We did not observe reactivation of the disease after vaccination. We observed presence of adverse events in about one third of the individuals, being pain at the site of the vaccine the most prevalent. Differences in the immunophenotypic profile were observed, but without repercussion in the humoral immune response to the three antigens evaluated. Conclusion: The subjects with JIA with or without use of anti-TNF agents showed a good response to a booster dose for the three antigens studied in the absence of major adverse events and without reactivation of the disease.
A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) é a doença reumatológica crônica mais comum da infância, sendo responsável por graus variados de incapacidade física. A proteção a infecções através de imunização ativa é essencial em pacientes com AIJ em uso de medicamentos imunossupressores. Entretanto, ainda existem dúvidas sobre indicação, segurança e eficácia, assim como reativação da doença neste grupo de pacientes quando no uso destas vacinas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a imunogenicidade e segurança da vacina tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) em pacientes com AIJ em uso ou não de agentes anti-TNF. Trata-se de estudo experimental longitudinal prospectivo em que foram avaliados três grupos de indivíduos: um com pacientes com AIJ de acordo com os critérios do ILAR em uso de agente anti-TNF (n=19), outro com pacientes com AIJ sem uso de agente anti-TNF (n=19) e outro de indivíduos sadios (Controle, n= 27), pareados com os grupos caso por idade e gênero. Uma dose de 0,5 mL da vacina adsorvida para difteria, tétano, pertussis acelular (dTpa) (ADACEL® Sanofi Pasteur, Toronto, Canadá) foi administrada por via intramuscular em braço não dominante dos indivíduos selecionados. Foram coletadas amostras de 10 mL de sangue periférico no dia da vacinação (D0), após 14 dias (D14) e após 28 dias da vacinação (D28). Foram realizadas sorologia para tétano, difteria e coqueluche e imunofenotipagem de linfócitos em sangue periférico. Os pacientes sem e com uso de anti-TNF não apresentaram diferenças significantes na frequência de ANA (anticorpo anti-nuclear), FR (fator reumatoide) e presença de uveíte. Verificou-se associação apenas entre uso de anti-TNF e subtipo evolutivo (p=0,009). Dessa forma, observou-se que os pacientes sem uso de anti-TNF apresentaram porcentagem maior do subtipo oligo persistente (36,8% contra 0%) e menor de ERA (0,0% contra 21,1%) comparativamente ao grupo com uso de anti-TNF. No grupo com agente anti-TNF, cerca de metade fazia uso de proteína de fusão (etanercepte), enquanto a outra metade usava anticorpo monoclonal (adalimumabe ou infliximabe). Não observamos reativação da doença após vacinação. Observamos presença de eventos adversos em cerca de um terço dos indivíduos, sendo dor no local da vacina o mais prevalente. Diferenças no perfil imunofenotípico foram observadas, mas sem repercussão na resposta imune humoral aos três antígenos avaliados. Concluímos que indivíduos com AIJ com ou sem uso de agente anti-TNF apresentaram uma boa resposta a uma dose de reforço para os três antígenos estudados na ausência de eventos adversos importantes e sem reativação da doença.
A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) é a doença reumatológica crônica mais comum da infância, sendo responsável por graus variados de incapacidade física. A proteção a infecções através de imunização ativa é essencial em pacientes com AIJ em uso de medicamentos imunossupressores. Entretanto, ainda existem dúvidas sobre indicação, segurança e eficácia, assim como reativação da doença neste grupo de pacientes quando no uso destas vacinas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a imunogenicidade e segurança da vacina tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) em pacientes com AIJ em uso ou não de agentes anti-TNF. Trata-se de estudo experimental longitudinal prospectivo em que foram avaliados três grupos de indivíduos: um com pacientes com AIJ de acordo com os critérios do ILAR em uso de agente anti-TNF (n=19), outro com pacientes com AIJ sem uso de agente anti-TNF (n=19) e outro de indivíduos sadios (Controle, n= 27), pareados com os grupos caso por idade e gênero. Uma dose de 0,5 mL da vacina adsorvida para difteria, tétano, pertussis acelular (dTpa) (ADACEL® Sanofi Pasteur, Toronto, Canadá) foi administrada por via intramuscular em braço não dominante dos indivíduos selecionados. Foram coletadas amostras de 10 mL de sangue periférico no dia da vacinação (D0), após 14 dias (D14) e após 28 dias da vacinação (D28). Foram realizadas sorologia para tétano, difteria e coqueluche e imunofenotipagem de linfócitos em sangue periférico. Os pacientes sem e com uso de anti-TNF não apresentaram diferenças significantes na frequência de ANA (anticorpo anti-nuclear), FR (fator reumatoide) e presença de uveíte. Verificou-se associação apenas entre uso de anti-TNF e subtipo evolutivo (p=0,009). Dessa forma, observou-se que os pacientes sem uso de anti-TNF apresentaram porcentagem maior do subtipo oligo persistente (36,8% contra 0%) e menor de ERA (0,0% contra 21,1%) comparativamente ao grupo com uso de anti-TNF. No grupo com agente anti-TNF, cerca de metade fazia uso de proteína de fusão (etanercepte), enquanto a outra metade usava anticorpo monoclonal (adalimumabe ou infliximabe). Não observamos reativação da doença após vacinação. Observamos presença de eventos adversos em cerca de um terço dos indivíduos, sendo dor no local da vacina o mais prevalente. Diferenças no perfil imunofenotípico foram observadas, mas sem repercussão na resposta imune humoral aos três antígenos avaliados. Concluímos que indivíduos com AIJ com ou sem uso de agente anti-TNF apresentaram uma boa resposta a uma dose de reforço para os três antígenos estudados na ausência de eventos adversos importantes e sem reativação da doença.