Sensibilização e alergia ao látex em crianças e adolescentes com mielomeningocele
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Data
2010-06-30
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Background: Latex allergy is responsible for numerous allergic reactions in sensitized individuals. Objectives: To evaluate the prevalence of sensitization and latex allergy and food in children and adolescents with myelomeningocele and to identify possible risk factors associated with them. Methods: The study included 55 children and adolescents previously diagnosed with myelomeningocele treated in the neurosurgery clinic of the Hospital São Paulo, UNIFESP-EPM. Patients were assessed using standard questionnaire, skin prick tests for aeroallergens, total latex, and food and determination of serum total and specific IgE to total latex and its recombinant fractions. Results: We found rates of 45% and 20% for sensitization and latex allergy, respectively, with 14.5% of sensitization to food, with no cases of food allergy. Twenty-four (43.6%) were atopic and the average age of first episode of reaction to latex was 44.5 months, with skin reaction the most frequent reported (72.7%). The food sensitization occurred for the following foods: potatoes, papaya, manioc, jackfruit, mango, pineapple, pear, tomato, avocado and chestnut. Serum total IgE greater than 200 KU/l were more frequent in patients allergic and sensitized. The agreement using the kappa test between latex skin test and specific IgE to total latex was strong and between skin test to latex or total latex specific IgE and fractions rHev b1, 3, 5, 6:01 and 6:02 were moderate or good. The fraction of specific IgE to latex detected in more than 50% of patients were rHev b1 (16/25 - 64%) followed by rHev b6.02 (14/25 - 56%). Statistically significant difference was found between the group of allergic and sensitive when compared to non-sensitized to the following variables: atopy, current rhinitis, angioedema, average number of surgeries, patients with four or more surgeries, use of valvule, presence of at least one test positive aeroallergen skin, presence of at least one skin test for food and total IgE greater than 200 KU/l. Multivariate analysis showed as significant: current asthma, angioedema, atopy and number of surgeries undergone. Conclusions: Our study documented high leves of sensitization and latex allergy. Despite the frequent presence of specific IgE antibodies to food, the presence of latex-fruit syndrome was not confirmed. The skin test with a standardized latex extract was safe and reliable for the diagnosis of latex allergy. The comparative analysis between the skin prick tests and determination of specific IgE to total latex showed total agreement between them. Specific IgE to fractions rHev b1, 3, 5, 6:01 and 6:02 were detected in more than 50% of children and adolescents with myelomeningocele allergic to latex. The number of surgeries for which patients underwent determined higher levels of specific IgE, especially rHev b5 and 6.01. The history of current asthma, prior angioedema, atopy and having undergone four or more surgeries were independent factors identified for latex allergy.
Introdução: A alergia ao látex é responsável por inúmeras reações alérgicas em indivíduos sensibilizados. Objetivos: Avaliar a prevalência de sensibilização e alergia ao látex e a alimentos em crianças e adolescentes com mielomeningocele e identificar os possíveis fatores de risco a eles associados. Métodos: Participaram do estudo 55 crianças e adolescentes com diagnóstico prévio de mielomeningocele atendidos no ambulatório de Neurocirurgia do Hospital São Paulo, UNIFESP-EPM. Os pacientes foram avaliados através de questionário padrão, testes cutâneos de hipersensibilidade imediata para aeroalérgenos, látex total e alimentos e determinação de IgE sérica total e específica ao látex total e suas frações recombinates. Resultados: Encontramos taxas de 45% e 20% para sensibilização e alergia ao látex respectivamente, com 14,5% de sensibilização a alimentos, sem casos de alergia alimentar. Vinte e quatro (43,6%) eram atópicos e a média de idade do primeiro episódio de reação ao látex foi 44,5 meses, sendo reação cutânea a mais freqüente relatada (72,7%). A sensibilização alimentar ocorreu para os seguintes alimentos: batata, mamão, mandioca, jaca, manga, abacaxi, pêra, tomate, castanha portuguesa e abacate. Níveis séricos de IgE total superiores a 200 KU/l foram mais freqüentes no grupo de pacientes alérgicos e no de sensibilizados. A concordância pelo teste de kappa entre teste cutâneo para látex e IgE sérica específica para látex total foi forte e entre teste cutâneo para látex ou IgE sérica específica para látex total e as frações rHev b1, 3, 5, 6.01 e 6.02 foram moderada ou boa. As frações IgE séricas específica para látex detectada em mais de 50% dos pacientes alérgicos ao látex foram rHev b1, 3, 5, 6.01 e 6.02. Estatisticamente houve diferença entre o grupo de alérgicos e sensibilizados quando comparado ao de não sensibilizados para as seguintes variáveis: atopia, rinite atual, angioedema, número médio de cirurgias, pacientes com quatro ou mais cirurgias, uso de DVP, presença de pelo menos um teste cutâneo positivo para aeroalérgeno, presença de pelo menos um teste cutâneo para alimentos e IgE total maior que 200 KU/l. A análise multivariada revelou como significante: asma atual, angioedema, atopia e número de cirurgias submetidas. Conclusões: Nosso estudo documentou serem elevadas as prevalências de sensibilização e alergia ao látex. Apesar de freqüente a presença de anticorpos IgE específicos a alimentos, não se confirmou a presença da síndrome látex-fruta. O teste cutâneo com extrato de látex total padronizado se mostrou seguro e confiável para o diagnóstico de alergia ao látex. A análise comparativa entre os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata e a determinação de IgE sérica específica ao látex total revelou concordância total entre eles. IgE sérica específica às frações rHev b1, 3, 5, 6.01 e 6.02 foram detectadas em mais de 50% das crianças e adolescentes com mielomeningocele alérgicos ao látex. O número de cirugias a que os pacientes foram submetidos determinou níveis mais elevados de IgE sérica específica, sobretudo de rHev b5 e 6.01. A história de asma atual, angioedema prévio, atopia e ter sido submetido a quatro ou mais cirurgias foram fatores independentes identificados para alergia ao látex.
Introdução: A alergia ao látex é responsável por inúmeras reações alérgicas em indivíduos sensibilizados. Objetivos: Avaliar a prevalência de sensibilização e alergia ao látex e a alimentos em crianças e adolescentes com mielomeningocele e identificar os possíveis fatores de risco a eles associados. Métodos: Participaram do estudo 55 crianças e adolescentes com diagnóstico prévio de mielomeningocele atendidos no ambulatório de Neurocirurgia do Hospital São Paulo, UNIFESP-EPM. Os pacientes foram avaliados através de questionário padrão, testes cutâneos de hipersensibilidade imediata para aeroalérgenos, látex total e alimentos e determinação de IgE sérica total e específica ao látex total e suas frações recombinates. Resultados: Encontramos taxas de 45% e 20% para sensibilização e alergia ao látex respectivamente, com 14,5% de sensibilização a alimentos, sem casos de alergia alimentar. Vinte e quatro (43,6%) eram atópicos e a média de idade do primeiro episódio de reação ao látex foi 44,5 meses, sendo reação cutânea a mais freqüente relatada (72,7%). A sensibilização alimentar ocorreu para os seguintes alimentos: batata, mamão, mandioca, jaca, manga, abacaxi, pêra, tomate, castanha portuguesa e abacate. Níveis séricos de IgE total superiores a 200 KU/l foram mais freqüentes no grupo de pacientes alérgicos e no de sensibilizados. A concordância pelo teste de kappa entre teste cutâneo para látex e IgE sérica específica para látex total foi forte e entre teste cutâneo para látex ou IgE sérica específica para látex total e as frações rHev b1, 3, 5, 6.01 e 6.02 foram moderada ou boa. As frações IgE séricas específica para látex detectada em mais de 50% dos pacientes alérgicos ao látex foram rHev b1, 3, 5, 6.01 e 6.02. Estatisticamente houve diferença entre o grupo de alérgicos e sensibilizados quando comparado ao de não sensibilizados para as seguintes variáveis: atopia, rinite atual, angioedema, número médio de cirurgias, pacientes com quatro ou mais cirurgias, uso de DVP, presença de pelo menos um teste cutâneo positivo para aeroalérgeno, presença de pelo menos um teste cutâneo para alimentos e IgE total maior que 200 KU/l. A análise multivariada revelou como significante: asma atual, angioedema, atopia e número de cirurgias submetidas. Conclusões: Nosso estudo documentou serem elevadas as prevalências de sensibilização e alergia ao látex. Apesar de freqüente a presença de anticorpos IgE específicos a alimentos, não se confirmou a presença da síndrome látex-fruta. O teste cutâneo com extrato de látex total padronizado se mostrou seguro e confiável para o diagnóstico de alergia ao látex. A análise comparativa entre os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata e a determinação de IgE sérica específica ao látex total revelou concordância total entre eles. IgE sérica específica às frações rHev b1, 3, 5, 6.01 e 6.02 foram detectadas em mais de 50% das crianças e adolescentes com mielomeningocele alérgicos ao látex. O número de cirugias a que os pacientes foram submetidos determinou níveis mais elevados de IgE sérica específica, sobretudo de rHev b5 e 6.01. A história de asma atual, angioedema prévio, atopia e ter sido submetido a quatro ou mais cirurgias foram fatores independentes identificados para alergia ao látex.
Descrição
Citação
SÁ, Adriano Bueno de. Sensibilização e alergia ao látex em crianças e adolescentes com mielomeningocele. 2010. 93 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2010.