Estudo do binômio insônia-dor musculoesquelética crônica na pós-menopausa

Data
2017-11-30
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Sleep and pain are assumed to share a reciprocal relationship. Chronic musculoskeletal pain, and sleep disorders such as insomnia are two central symptoms of menopause symptomatology. Although postmenopausal women often suffer from both, there is a lack of studies addressing these two factors and their interaction. The objectives of this study were therefore to investigate the relationship between these two factors and their effect on sleep quality and pattern; chronic musculoskeletal pain severity, intensity and interference in daily function, the number of pain sites; menopausal and mood symptoms; and quality of life. We examined this relationship between sleep and chronic musculoskeletal pain, through a 10-day temporal analysis. Our sample was composed of 4 groups: CTRL - control group, absence of diagnosis of insomnia and musculoskeletal pain; CMP Group - absence of insomnia and complaint of chronic musculoskeletal pain; INS Group - clinical diagnosis of insomnia and absence of chronic musculoskeletal pain and CMP+INS Group - clinical diagnosis of insomnia and presence of complaint of chronic musculoskeletal pain. We performed two analyzes: coss sectional and microlongitudinal. All volunteers answered questionnaires about pain, quality of sleep and life, climacteric, anxiety and depression symptoms, and blood samples were collected for confirmation of postmenopausal status, and we performed polysomnography and actigraphy exams. Our results indicate that insomnia by itself was associated with more self-reported pain. The presence of chronic musculoskeletal pain alone does not modify sleep, either subjectively or objectively. However, the association of both comorbidities was related to worsening menopausal and anxiety symptoms, higher sleep fragmentation, worse severity of chronic musculoskeletal pain, as well as more interference in daily activities and more pain sites, and also lower quality of life. Our findings indicated that the higher the sleep duration, the higher the pain intensity upon waking, while increased pain at bedtime predicted longer sleep duration and also time in bed in postmenopausal women. These results strongly suggest that sleep and pain conditions should both be targeted in the treatment of postmenopausal women in order to improve quality of life and reduce the possible development of comorbidities, such as anxiety and depression.
Há evidências da relação recíproca entre sono e dor. Os distúrbios de sono como a insônia, e a dor musculoesquelética crônica são dois sintomas principais do climatério. Embora as mulheres na pós-menopausa muitas vezes experimentem ambas as condições, não há estudos abordando a insônia e a dor musculoesquelética crônica e sua interação. Neste contexto, os objetivos deste estudo foram investigar a relação entre insônia e dor musculoesquelética crônica e seus efeitos na qualidade e no padrão de sono; na gravidade da dor, sua interferência nas atividades de vida diárias, sua intensidade, e o número de locais de dor; nos sintomas do climatério e de humor, e na qualidade de vida. Ainda, analisamos a relação sono-dor, por meio de análise temporal de 10 dias. Nossa amostra foi composta de 4 grupos: Grupo CTRL - controle, ausência de diagnóstico de insônia e de dor musculoesquelética; Grupo DMC - ausência de insônia e presença de queixa de dor musculoesquelética crônica; Grupo INS - diagnóstico clínico de insônia e ausência de dor musculoesquelética crônica e Grupo INS+DMC - diagnóstico clínico de insônia e presença de queixa de dor musculoesquelética crônica. Realizamos duas análises: transversal e microlongitudinal. Todas as voluntárias responderam questionários sobre dor, qualidade de sono e de vida, climatério, sintomas de ansiedade e depressão, realizaram coletas de sangue para confirmação da menopausa e os exames de polissonografia e actigrafia. Nossos resultados indicam que a insônia por si foi associada a mais relatos de dor. A dor musculoesquelética crônica não modifica o sono, de modo subjetivo ou objetivo. No entanto, a associação de ambas as comorbidades se relacionou com maior gravidade dos sintomas do climatério, mais ansiedade, fragmentação de sono e gravidade de dor, maior interferência da dor nas atividades diárias, e ainda, mais locais de dor, levando a piora da qualidade de vida. Ainda, mais tempo de sono foi preditor de maior intensidade de dor ao acordar, enquanto o aumento da intensidade de dor no horário de dormir foi preditor de maior duração de sono e de mais tempo na cama, demonstrando uma relação bidirecional entre ambos. Estes resultados sugerem fortemente que as condições de sono e dor musculoesquelética devem ser consideradas no tratamento de mulheres na pós-menopausa, de modo a melhorar a qualidade de vida e reduzir o desenvolvimento de comorbidades, como ansiedade e depressão.
Descrição
Citação
FRANGE, Cristina Mattos Pereira. Estudo do binômio insônia-dor musculoesquelética crônica na pós-menopausa. Tese (Doutorado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2017.
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