Influência do turno de estudo sobre parâmetros subjetivos relacionados ao ciclo vigília-sono, bem-estar e saúde mental em estudantes universitários
Data
2022-02-07
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
O estresse exacerbado que estudantes universitários vivenciam rotineiramente contribui negativamente tanto para a vida acadêmica quanto para sua saúde mental e física. Desenvolvimento de transtornos mentais como depressão e ansiedade é um cenário rotineiro nessa população e impacta negativamente no desempenho acadêmico, podendo levar à piora do quadro depressivo e ansioso e até à ideação suicida. Além disso, as altas demandas e obrigações que esses estudantes possuem contribuem para baixa qualidade do sono, visto que alterações no seu ciclo vigília-sono, como exposição indevida à luz, podem resultar em atraso da fase do sono, sonolência diurna excessiva e aumento da latência para o sono. A literatura descreve que o turno de estudo também influência na qualidade do sono dos alunos e resultados demonstram que atraso no horário de início das atividades escolares aumenta o tempo total de sono e reduz a sonolência diurna. O objetivo deste estudo foi verificar a influência do turno de estudo (matutino, vespertino, noturno ou integral) sobre o bem-estar e parâmetros subjetivos relacionados ao sono, estresse e saúde mental dos estudantes universitários. Foram avaliados 615 estudantes de universidade pública (UNIFESP) e privada (Centro Universitário São Camilo) por meio de formulário eletrônico, contendo questões sociodemográficas e questionários referentes a sono, bem-estar, saúde mental e estresse. Mulheres apresentaram qualidade de sono pior, maior estresse percebido, mais sintomas de ansiedade e burnout e maior sonolência diurna quando comparadas aos homens. A tendência à matutinidade foi relacionada a melhor qualidade de sono, maior bem-estar subjetivo, menor sonolência diurna, menor estresse percebido e menos sintomas de ansiedade, depressão e burnout. Não foram encontrados efeitos significativos relacionados ao turno de estudo. Portanto, podemos concluir que o turno de estudo não teve influência sobre os parâmetros subjetivos avaliados. Nossos dados podem auxiliar em pesquisas futuras e em possíveis intervenções para promover o bem-estar de estudantes universitários, até considerando as particularidades de indivíduos mais vulneráveis como as mulheres e os vespertinos.
College students routinely experience exacerbated stress, which contributes negatively to their mental and physical health and impacts their academic life. A routine scenario in this population is the development of mental disorders such as depression and anxiety which impacts their academic performance, potentially leading to the worsening of these symptoms and even suicidal ideation. In addition, the high demands, and obligations that these students have contributed to poor sleep quality, since changes in their sleep-wake cycle, such as undue exposure to light, can result in delayed sleep phase, excessive daytime sleepiness, and increased sleep latency. The literature describes that the school shift also influences students' sleep quality: delayed school start time increases total sleep time and reduces daytime sleepiness. The aim of this study was to verify the influence of the school shift (morning, evening, night or full-time) on subjective well-being and related parameters such as sleep, stress and mental health of college students. We evaluated 615 students from public (UNIFESP) and private (Centro Universitário São Camilo) universities with an electronic form, containing sociodemographic questions and questionnaires about sleep, subjective well-being, mental health and stress. Women had worse sleep quality, more perceived stress, more anxiety and burnout symptoms, and more daytime sleepiness when compared to men. The morningness type was related to better sleep quality, higher subjective well-being, less daytime sleepiness, lower perceived stress, and fewer symptoms of anxiety, depression, and burnout. No significant effects related to study shift were found. Therefore, we can conclude that the study shift did not influence the subjective parameters evaluated. In summary, our data can help future research to provide interventions to promote the well-being of college students, even considering the particularities of more vulnerable individuals such as women and evening-type students.
College students routinely experience exacerbated stress, which contributes negatively to their mental and physical health and impacts their academic life. A routine scenario in this population is the development of mental disorders such as depression and anxiety which impacts their academic performance, potentially leading to the worsening of these symptoms and even suicidal ideation. In addition, the high demands, and obligations that these students have contributed to poor sleep quality, since changes in their sleep-wake cycle, such as undue exposure to light, can result in delayed sleep phase, excessive daytime sleepiness, and increased sleep latency. The literature describes that the school shift also influences students' sleep quality: delayed school start time increases total sleep time and reduces daytime sleepiness. The aim of this study was to verify the influence of the school shift (morning, evening, night or full-time) on subjective well-being and related parameters such as sleep, stress and mental health of college students. We evaluated 615 students from public (UNIFESP) and private (Centro Universitário São Camilo) universities with an electronic form, containing sociodemographic questions and questionnaires about sleep, subjective well-being, mental health and stress. Women had worse sleep quality, more perceived stress, more anxiety and burnout symptoms, and more daytime sleepiness when compared to men. The morningness type was related to better sleep quality, higher subjective well-being, less daytime sleepiness, lower perceived stress, and fewer symptoms of anxiety, depression, and burnout. No significant effects related to study shift were found. Therefore, we can conclude that the study shift did not influence the subjective parameters evaluated. In summary, our data can help future research to provide interventions to promote the well-being of college students, even considering the particularities of more vulnerable individuals such as women and evening-type students.
Descrição
Citação
LIMA. G. S. Influência do turno de estudo sobre parâmetros subjetivos relacionados ao ciclo vigília-sono, bem-estar e saúde mental em estudantes universitários. São Paulo, 2022. 81 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2022.