Estudo da relação entre a variação de massa óssea aferida por densitometria óssea e progressão de calcificação vascular em pacientes com doença renal crônica

Data
2021
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Background and objectives: Low bone mass is frequently seen in CKD. KDIGO guidelines suggest the use of dual-energy X-ray absorptiometry (DXA) to assess bone mineral density (BMD) in patients with CKD 3a-5D. Previous studies have demonstrated an association between trabecular bone mass loss evaluated by computed tomography and bone biopsy with coronary artery calcification (CAC) progression. This study aimed to prospectively investigate the relationship between BMD change by DXA and CAC progression. Design, setting, participants, & measurements: In this post hoc study, BMD by DXA was measured at the lumbar spine and total hip at baseline and 12-month. Patients were categorized according to BMD changes into 3 different groups: LOSS, UNCHANGED and GAIN. CAC quantification was obtained by a multislice computed tomography at baseline and 12-month. CAC progression was defined as calcium score changes greater than 0. Results: 87 patients (55.6 ± 10.7 years, 62% males, 30% diabetic, eGFR = 39.2 ± 18.1 mL/min/1.73m2 ) were enrolled. CAC was observed in 41 (47%) of the patients at baseline and CAC progression in 25 (64%) of them. Considering the lumbar spine and total hip BMD changes together, 24%, 48%, and 25% of the patients were in the LOSS, UNCHANGED and GAIN groups, respectively. During the follow-up, patients of the GAIN group had an increase of calcium score compared to those of the UNCHANGED or LOSS groups (p = 0.04). Besides, the prevalence of CAC progression was higher in the GAIN compared to the UNCHANGED or LOSS groups (p = 0.01). In the logistic regression analysis, CAC progression was independently associated with an increase of BMD assessed by DXA. Conclusion: There was a direct relationship between bone mass gain and vascular calcification progression when the bone is analyzed by DXA. The presence of vascular calcification leads to a misinterpretation of DXA results in CKD patients.
Introdução: Estudos prévios têm demonstrado que, em pacientes com doença renal crônica (DRC), a perda de massa óssea, quando avaliada por tomografia computadorizada (TC) ou biópsia óssea, está associada com a progressão de calcificação das artérias coronárias (CAC). Recentemente, o KDIGO recomendou o uso da densitometria óssea (DXA) para avaliar massa óssea de pacientes com DRC estágios 3a-5D. O objetivo deste estudo é avaliar se a perda de massa óssea, quando analisada por DXA, está associada à progressão de CAC. Métodos: Trata-se de uma análise post hoc do primeiro ano de seguimento de um estudo prospectivo em pacientes com DRC não dialítica. A densidade óssea foi avaliada por DXA da coluna lombar e do fêmur total no início e após 12 meses do acompanhamento. Os pacientes foram categorizados em 3 grupos, PERDA, NÃO- VARIAÇÃO e GANHO, de acordo com as variações da densidade óssea em coluna lombar e/ou fêmur total. A avaliação do escore de cálcio foi realizada por TC multislice de artérias coronárias no início e após 12 meses. A progressão de CAC foi definida como aumento do escore de cálcio no período. Resultados: 87 pacientes (55,6 ± 10,7 anos, 62% sexo masculino, 30% diabéticos, TFGe 39,2 ± 18,1 mL/min/1,73m2 ) completaram o seguimento de 12 meses. CAC esteve presente em 41 (47%) pacientes no início do acompanhamento. Em 25 (64%) deles foi observada progressão de CAC. Do total, 24%, 48% e 25% dos pacientes estavam nos grupos PERDA, NÃO-VARIAÇÃO e GANHO, respectivamente. Três pacientes não preencheram o critério de classificação. Durante o seguimento, pacientes do grupo GANHO apresentaram aumento do escore de cálcio comparado aos demais grupos (p = 0,04). Além disso, a prevalência de progressão de CAC foi maior no grupo GANHO comparada aos grupos NÃO-VARIAÇÃO e PERDA (57 vs 22 vs 25%, p = 0,01). Na regressão logística, a progressão de CAC foi associada independentemente ao aumento dos valores da DXA. Conclusão: Ao contrário do que deveríamos esperar, o ganho de densidade óssea avaliada por DXA esteve associado à progressão de calcificação vascular em pacientes com DRC não dialítica. A presença de calcificação pode interferir nos resultados da DXA, principalmente quando analisada a coluna lombar. Dessa forma, a DXA deve ser utilizada com cautela na população com DRC.
Descrição
Citação