Rompendo muros invisíveis: deslocamentos com moradores de um serviço residencial terapêutico por trajetos expressivos
Data
2017-10-31
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Starting from transits and immersions in territories and challenges of brazilian psychiatric reform, from relations and affinities with errant bodies and speeches, this study was interested in mobilizing residents of a therapeutic residential service (TRS) through expressive actions performed out of home, displacements traditionally valued in the occupational therapy clinic. The researcher undertook the identification of programs that offered artistic activities in the neighborhood, experimented several of them and elected one to go and practice during three months with some residents of the TRS studied. The intervention research was based on cartographic methods and concepts to produce and discuss their reverberations, to map the marks, the restlessness, the necessary deviations and the plans of force that operated this experience, opening subjects and topics of discussion, and attentive looks to the delicateness and offal of the process. The meetings were recorded by transparency drawings, narratives and photographs, trying to capt what had affective power. Thus, we recognized clues to how the research interlocutors seem to have been affected by these outings, potentialities of support offered by the artictic-cultural project frequented, the nodes and difficulties of the course - vestiges of the psychiatric institution in the substitutive services - and the re-signification of these obstacles. The activity practiced propitiated the route in unknown or unexplored expressive territories, stitched up new bonds and languages, expanded sensory pores, made possible the expression of feelings, the recognition of significant places and the extension of interests, the circulation of affections, molecular modifications of the social context and the valorization of an aesthetic unrelated to beauty standards, an aesthetic committed to producing new ways of life and existence. We have notticed the importance of managers and workers of TRSs to enlarge their reflections about the expansion of the living and participation spaces of the residents, through permanent education scenarios. Finally, this work is expected to inspire inventiveness in the daily routine of mental health care, in the various equipments of psychosocial rehabilitation.
Partindo de trânsitos e imersões em territórios e desafios da saúde mental e da reforma psiquiátrica brasileira, e de relações e atrações por corpos e oralidades errantes, este estudo se interessou por mobilizar moradores de um serviço residencial terapêutico (SRT) por meio de ações expressivas realizadas fora de casa, deslocamentos tradicionalmente valorizados na clínica da terapia ocupacional. A pesquisadora empreendeu o reconhecimento dos programas do bairro que ofertavam atividades artísticas, experimentou várias delas e elegeu uma para se deslocar e desempenhar junto com alguns residentes do SRT estudado em um trajeto de três meses. A pesquisa-intervenção se apoiou em métodos e conceitos da cartografia para produzir e discutir suas reverberações, mapear as marcas, os desassossegos, os desvios necessários e os planos de força que operaram essa experiência, abrindo caminhos e temas de discussão, e olhares atentos às delicadezas e miudezas do processo. Os encontros foram registrados através de desenhos-transparências, narrativas e fotografias, tentativas de rastrear o que possuía força de afetação. Assim, identificamos pistas de como os interlocutores da pesquisa pareceram ter sido afetados por esses trajetos, potências de suporte oferecido pelo projeto artístico-cultural frequentado, os nós e as dificuldades do percurso – vestígios da instituição psiquiátrica nos serviços substitutivos – e a ressignificação desses obstáculos. A prática realizada propiciou o curso em territórios expressivos desconhecidos ou inexplorados, costurou novos vínculos e linguagens, dilatou poros sensoriais, viabilizou a expressão de sentimentos, o reconhecimento de lugares significativos e a extensão dos interesses, a circulação de afetos, modificações moleculares do contexto social e a valorização de uma estética desvinculada de padrões de beleza, uma estética empenhada em produzir novas formas de vida e existência. Localizamos a importância de gestores e trabalhadores de SRTs alargarem as reflexões acerca da ampliação dos espaços de vida e participação dos moradores, a partir de cenários de educação permanente. Por fim, espera-se que este trabalho inflame inventividades no cotidiano de atuação em saúde mental, nos diversos equipamentos da reabilitação psicossocial.
Partindo de trânsitos e imersões em territórios e desafios da saúde mental e da reforma psiquiátrica brasileira, e de relações e atrações por corpos e oralidades errantes, este estudo se interessou por mobilizar moradores de um serviço residencial terapêutico (SRT) por meio de ações expressivas realizadas fora de casa, deslocamentos tradicionalmente valorizados na clínica da terapia ocupacional. A pesquisadora empreendeu o reconhecimento dos programas do bairro que ofertavam atividades artísticas, experimentou várias delas e elegeu uma para se deslocar e desempenhar junto com alguns residentes do SRT estudado em um trajeto de três meses. A pesquisa-intervenção se apoiou em métodos e conceitos da cartografia para produzir e discutir suas reverberações, mapear as marcas, os desassossegos, os desvios necessários e os planos de força que operaram essa experiência, abrindo caminhos e temas de discussão, e olhares atentos às delicadezas e miudezas do processo. Os encontros foram registrados através de desenhos-transparências, narrativas e fotografias, tentativas de rastrear o que possuía força de afetação. Assim, identificamos pistas de como os interlocutores da pesquisa pareceram ter sido afetados por esses trajetos, potências de suporte oferecido pelo projeto artístico-cultural frequentado, os nós e as dificuldades do percurso – vestígios da instituição psiquiátrica nos serviços substitutivos – e a ressignificação desses obstáculos. A prática realizada propiciou o curso em territórios expressivos desconhecidos ou inexplorados, costurou novos vínculos e linguagens, dilatou poros sensoriais, viabilizou a expressão de sentimentos, o reconhecimento de lugares significativos e a extensão dos interesses, a circulação de afetos, modificações moleculares do contexto social e a valorização de uma estética desvinculada de padrões de beleza, uma estética empenhada em produzir novas formas de vida e existência. Localizamos a importância de gestores e trabalhadores de SRTs alargarem as reflexões acerca da ampliação dos espaços de vida e participação dos moradores, a partir de cenários de educação permanente. Por fim, espera-se que este trabalho inflame inventividades no cotidiano de atuação em saúde mental, nos diversos equipamentos da reabilitação psicossocial.
Descrição
Citação
QUEIROZ, Renata Brändle Morato de. Rompendo muros invisíveis: deslocamentos com moradores de um serviço residencial terapêutico por trajetos expressivos. 2017. 134f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2017.