Mutações D313Y e R118C investigação da patogenicidade
Data
2020-12-18
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Fabry disease (FD) is an innate error in the metabolism of glycosphingolipids that causes the absence or deficiency of the enzyme α-galactosidase A (α-Gal A). This disease results in the accumulation of the glycosphingolipid globotriasylceramide (Gb3) in various tissues of the human body. Its worldwide distribution is quite varied, with incidences between 1: 470000 and 1: 117000 live births. Its diagnosis is made from clinical suspicion and, later, from complementary exams and genetic sequencing in search of evidence of injury resulting from sphingolipid deposition and genetic variants involved in its pathogenesis. The origin of FD is directly linked to pathogenic variants present in the GLA gene, most of which translate into a non-functional enzyme. Since the gene is located on the long arm of the X chromosome, male patients who have pathogenic variants will have the disease. The p.D313Y variant, missense type, results in the exchange of aspartic acid at position 313 in exon 6 for a tyrosine. There are studies showing that, although patients who have this variant have low activity of the enzyme α-Gal A, their symptoms do not determine DF, in addition to its presentation being very frequent in some populations, reaching 0.5%, which it is not equivalent to the prevalence of this condition. In the p.R118C mutation, there is an exchange of an arginine for a cysteine in exon 2, also of the missense type. Some studies show a relationship between this variant and late-onset FD. There are many controversies in the literature about the pathogenicity of both variants, the latest reviews claim that they are not disease-causing; however, they do not demonstrate why there are patients with characteristic clinical syndrome who benefit from enzyme replacement. The pathogenesis of FD in these patients could be related to some other mutation that secretes with p.D313Y and p.R118C, the presentation of microRNAs (miRNA), or even other changes in GLA RNA. In the present study, we evaluated the complete sequence of the GLA leukocyte RNA, through the study of its cDNA, of patients who have the p.D313Y and p.R118C mutations. It was not detected the presence of a possible new pathogenic variant or of modifications of alternative splicing.xiv These results suggest a possible presence in these patients of intronic vartiants in the GLA, as well as a role of epigenetics, influencing the phenotype of a disease considered of purely genetic etiology.
A doença de Fabry (DF) é um erro inato do metabolismo dos glicoesfingolipídeos que causa a ausência ou deficiência da enzima α-galactosidase A (α-Gal A). Essa doença resulta no acúmulo do glicoesfingolipídeo globotriasilceramida (Gb3) em diversos tecidos do corpo humano. Sua distribuição mundial é bastante variada, tendo incidências entre 1:470000 e 1:117000 nascidos vivos. Seu diagnóstico é dado a partir da suspeita clínica e, posteriormente, de exames complementares e de sequenciamento genético em busca de evidências de lesão decorrente de deposição de esfingolipídeos e de variantes genéticas envolvidas em sua patogênese. A origem da DF está ligada diretamente às variantes patogênicas presentes no gene GLA, sendo que a maioria delas traduz uma enzima não funcional. Devido ao gene estar localizado no braço longo do cromossomo X, os pacientes do sexo masculino que sejam portadores de variantes patogênicas apresentarão a doença. A variante p.D313Y, do tipo missense, resulta na troca de um ácido-aspártico na posição 313 no exon 6 por uma tirosina. Há estudos que apontam que apesar dos pacientes que possuem essa variante terem baixa atividade da enzima α- Gal A, seus sintomas não determinam DF, além de sua apresentação ter grande frequência em algumas populações, chegando a 0,5%, o que não se equipara a prevalência da condição em questão. Já na mutação p.R118C, há a troca de uma arginina por uma cisteína no exon 2, também do tipo missense. Alguns trabalhos mostram uma relação desta variante com a DF de início tardio. Há muitas controvérsias na literatura sobre a patogenicidade de ambas variantes, as últimas revisões afirmam que não são causadoras de doença; porém não demonstram o porquê da existência de pacientes com síndrome clínica característica e que beneficiam-se da reposição enzimática. A patogênese de DF nesses pacientes poderia estar relacionada à alguma outraxii mutação que segrega com a p.D313Y e com a p.R118C, à apresentação de microRNAs (miRNA), ou mesmo, à outras alterações no RNA GLA. No presente estudo avaliamos a sequência completa do RNA leucocitário GLA, por meio do estudo de seu cDNA, de pacientes que possuem as mutações p.D313Y e p.R118C. Não foi detectada a presença de uma possível nova variante patogênica e nem de modificações de splicing alternativo. Esses resultados sugerem uma possível presença nesses pacientes de alterações intronicas no GLA, bem como um papel da epigenética, influenciando no fenótipo de uma doença considerada de etiologia puramente gênica.
A doença de Fabry (DF) é um erro inato do metabolismo dos glicoesfingolipídeos que causa a ausência ou deficiência da enzima α-galactosidase A (α-Gal A). Essa doença resulta no acúmulo do glicoesfingolipídeo globotriasilceramida (Gb3) em diversos tecidos do corpo humano. Sua distribuição mundial é bastante variada, tendo incidências entre 1:470000 e 1:117000 nascidos vivos. Seu diagnóstico é dado a partir da suspeita clínica e, posteriormente, de exames complementares e de sequenciamento genético em busca de evidências de lesão decorrente de deposição de esfingolipídeos e de variantes genéticas envolvidas em sua patogênese. A origem da DF está ligada diretamente às variantes patogênicas presentes no gene GLA, sendo que a maioria delas traduz uma enzima não funcional. Devido ao gene estar localizado no braço longo do cromossomo X, os pacientes do sexo masculino que sejam portadores de variantes patogênicas apresentarão a doença. A variante p.D313Y, do tipo missense, resulta na troca de um ácido-aspártico na posição 313 no exon 6 por uma tirosina. Há estudos que apontam que apesar dos pacientes que possuem essa variante terem baixa atividade da enzima α- Gal A, seus sintomas não determinam DF, além de sua apresentação ter grande frequência em algumas populações, chegando a 0,5%, o que não se equipara a prevalência da condição em questão. Já na mutação p.R118C, há a troca de uma arginina por uma cisteína no exon 2, também do tipo missense. Alguns trabalhos mostram uma relação desta variante com a DF de início tardio. Há muitas controvérsias na literatura sobre a patogenicidade de ambas variantes, as últimas revisões afirmam que não são causadoras de doença; porém não demonstram o porquê da existência de pacientes com síndrome clínica característica e que beneficiam-se da reposição enzimática. A patogênese de DF nesses pacientes poderia estar relacionada à alguma outraxii mutação que segrega com a p.D313Y e com a p.R118C, à apresentação de microRNAs (miRNA), ou mesmo, à outras alterações no RNA GLA. No presente estudo avaliamos a sequência completa do RNA leucocitário GLA, por meio do estudo de seu cDNA, de pacientes que possuem as mutações p.D313Y e p.R118C. Não foi detectada a presença de uma possível nova variante patogênica e nem de modificações de splicing alternativo. Esses resultados sugerem uma possível presença nesses pacientes de alterações intronicas no GLA, bem como um papel da epigenética, influenciando no fenótipo de uma doença considerada de etiologia puramente gênica.