Avaliação do microambiente vaginal em mulheres HIV soropositivas e soronegativas assintomáticas

Data
2013-05-29
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
This study evaluates the vaginal microenvironment of HIV seronegative and seropositive women without gynecological symptoms. Patients and methods: We studied the vaginal flora of 98 pre-menopausal women (47 HIV seropositive and 51 HIV seronegative) without gynecological symptoms such as vaginal discharge, pelvic pain, dyspareunia, dysuria, vaginal burning or vulvar itching. We performed the vaginal content evaluation by speculum examination and analysis of the vaginal flora by measuring vaginal pH, fresh wet mount, Gram stain, Pap smear and aerobic vaginal culture. Results: Despite the prevalence of physiological vaginal microbiota in the total sample of asymptomatic women, the HIV seropositive group presented higher diversity of the vaginal flora, even in the absence of gynecological symptoms and more frequent use of condoms (57.4%) than the control group (25.5%). According to the vaginal content found by speculum examination, 27.7% of HIV-seropositive women had bacterial vaginosis versus 13.7% of the seronegative group (p=0.13). The vaginal pH remained above 4.5 in 66% of HIV and 54.9% of non-HIV group (p=0.31). The fresh wet mount and bacterioscopy results demonstrated no statistically significant difference between both groups. On the other hand, the Pap smear showed predominance of Gardnerella, Candida sp, Trichomonas and Mobiluncus in the HIV seropositive women (p=0.05), and the vaginal cultures demonstrated a higher prevalence of Gram-positive and beta hemolytic Streptococcus in the same group (p<0.001). When comparing the data to culture, which is the gold standard, the test with higher sensitivity in seropositive samples was the fresh wet mount (88,9%), and bacterioscopy in the control group (75%). The test with higher specificity in the seropositive and seronegative women was the speculum examination: 76.3% and 94.9%, respectively. Conclusion: HIV seropositive women, even without gynecological symptoms, present more diversified vaginal flora when compared to the HIV seronegative women, possibly making them more prone to pelvic inflammatory disease, sexually transmitted diseases and infertility.
Este estudo avalia o microambiente vaginal de mulheres HIV soropositivas e soronegativas sem sintomas ginecológicos. Pacientes e métodos: Foi estudada a flora vaginal de 98 mulheres no menacme, sendo 47 HIV soropositivas e 51 HIV soronegativas, sem sintomas ginecológicos como corrimento, dor pélvica, dispareunia, disúria, ardor vaginal ou prurido vulvar. Foi realizada avaliação do conteúdo vaginal por exame físico especular, medição do pH vaginal, exame a fresco, bacterioscopia pelo Gram, exame citológico cervicovaginal e cultura para aeróbios. Resultados: Apesar do predomínio da microbiota vaginal fisiológica na amostra total de mulheres assintomáticas, as mulheres HIV soropositivas apresentaram maior diversidade da flora vaginal, mesmo na ausência de sintomas ginecológicos e sendo usuárias de condom com maior frequência (57,4%) do que o grupo controle (25,5%). De acordo com a característica clínica do conteúdo vaginal por exame especular, 27,7% das mulheres HIV soropositivas apresentaram vaginose bacteriana contra 13,7% das soronegativas (p=0,13). Os valores de pH vaginal permaneceram acima de 4,5 em 66% das HIV e em 54,9% do grupo não-HIV (p=0,31). Os métodos diagnósticos utilizados demonstraram não haver diferença estatisticamente significante no que se refere aos resultados do exame a fresco e exame bacterioscópico entre mulheres HIV soropositivas ou negativas. Por outro lado, a citologia oncológica mostrou predomínio de Gardnerella, Candida sp, Trichomonas e Mobiluncus nas HIV soropositivas (p=0,05). O mesmo ocorreu com os resultados da cultura para aeróbios, com maior prevalência de bactérias Gram positivas e Streptococcus beta hemolítico no grupo soropositivo (p<0,001). Quando comparados ao padrão-ouro cultura, o teste de maior sensibilidade nas soropositivas foi o exame a fresco (88,9%) e, no grupo controle, a bacterioscopia (75%). O teste de maior especificidade foi o exame especular tanto no grupo soropositivo quanto no soronegativo: 76,3% e 94,9%, respectivamente. Conclusão: Mulheres HIV soropositivas, mesmo assintomáticas do ponto de vista ginecológico, apresentam flora vaginal mais diversificada em relação às HIV soronegativas, eventualmente tornando-as mais propensas a doença inflamatória pélvica, doenças sexualmente transmissíveis e infertilidade.
Descrição
Citação
FACUNDO, Mayara Karla Figueiredo. Avaliação do microambiente vaginal em mulheres HIV soropositivas e soronegativas assintomáticas. 2013. 91 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.