Índios na Cabanagem: participações e identidades (1835)
Data
2019-11-29
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Dos conflitos ocorridos durante o período Regencial, a Cabanagem destacou-se não só pela narrativa violenta, mas pela larga participação de indivíduos localizados à margem da sociedade, particularmente os indígenas. Embora este seja um consenso, apenas em tempos recentes a historiografia vem se dedicando a medir a dimensão dessa participação indígena. Como se sabe, a tradição costuma apontar que a população insurreta era composta em grande parte por índios que viviam entre os brancos, denominados tapuios. Mas de que outras formas eles aparecem? Há ainda muito a se questionar sobre o emprego deste termo no processo de entendimento das identidades cabanas, particularmente nas relações raciais que ocorreram no Império. A Cabanagem, encarada quase sempre de forma uníssona – o que se reflete na designação cabano – na verdade foi composta por uma miríade de grupos étnicos e sociais, cuja variedade cultural pode ser observada também no conflito. Esta diversidade teve reflexos na revolta. Neste sentido, há também abertura para se pensar no envolvimento de grupos subalternos nas Revoltas Regenciais, suas motivações e a relação destas com as disputas políticas que ocorreram no período. O objetivo desta monografia foi verificar a dimensão da participação de indígenas na Cabanagem tendo como base o primeiro ano da revolta (1835), por este ter sido o período mais intenso de confronto entre rebeldes e tropas legais, especialmente na capital paraense.