Resposta à Intervenção como Estratégia Diagnóstica para Dislexia

Data
2020-08-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objective: The purpose of this study was to develop and apply a diagnostic process for dyslexia based on the Response to Intervention (RTI) model for children in Elementary School I. At first, the specific goal was to identify the pattern of changes in the participants performance after intervention in tasks concerning phonological awareness, working memory, lexical access, reading and writing skills. Subsequently, we analyzed which functions had a significant effect for differentiating participants with a profile for dyslexia and a profile of learning difficulties. Methods: The sample consisted of 30 participants at risk for dyslexia, aged 8-11, both sexes, from public or private schools in São Paulo, from 3rd to 5th grade. All of them were subjected to a battery of cognitive as well as reading and writing tests, before and after 12 cognitivelinguistic skills stimulation sessions. In order to monitor performance decoding skills and reading speed were also assessed throughout the intervention, at five different times, by reading and writing lists of words and pseudowords. For statistical analysis of comparison of each variable before and after intervention as well as for comparison of monitoring variables, a mixed model of repeated measures (GMM) was conducted. Qualitative and quantitative analyses of the differences in test performances among participants were used to understand the profiles of dyslexic versus non dyslexic groups (GLzM test). Results: There were statistically significant changes in the following functions: phonological awareness, rapid automatized naming, narrative and expository texts reading speed , narrative text comprehension, rate of correct answers and errors, as well as typology of errors in reading and writing words and pseudowords. Among these functions, the ones that showed the greatest differentiating effect between the two groups were: phonological awareness, expository text reading speed, error rates and error types in reading and writing. It was observed that the dyslexic group presented less gain in all functions after the intervention. Conclusions: Intervention focused on the stimulation of phonological skills added to explicit and systematic teaching of graphophonemic correspondence contributed positively to the evolution of the group participants. Phonological skills, mainly those related to phonological awareness, the ability to manipulate and discriminate sounds as well as their graphemic correspondences were particularly important for the understanding of learning difficulties. The results of this study suggest that the profile of dyslexia is associated with oscillating or stable learning curves, that is, a performance with minor changes regarding linguistic skills and decoding errors. We support that the Response to Intervention Model (RTI) comprises a more valid alternative for the identification of children with dyslexia than one based on a single assessment of school performance and cognitive functions, therefore avoiding false-positive cases and high demand clinical services diagnosis wait.
Objetivo: Desenvolver e aplicar um processo diagnóstico para dislexia baseado no modelo de resposta à intervenção, para crianças no Ensino Fundamental I. Como objetivo específico, buscamos identificar o perfil de mudança no desempenho pós intervenção em tarefas de consciência fonológica, memória operacional, acesso lexical, leitura e escrita. Posteriormente, buscamos analisar quais as funções com efeito significativo para diferenciação de participantes com perfil para dislexia e perfil de dificuldade de aprendizagem. Métodos: A amostra foi composta por 30 participantes de risco para dislexia, entre 8 a 11 anos de idade, ambos os sexos, de escola pública ou particular de São Paulo, estudantes do 3º ao 5º anos. Todos foram submetidos a uma bateria de testes cognitivos e de leitura e escrita, antes e após a realização de 12 sessões de estimulação das habilidades cognitivo-linguísticas. As habilidades de decodificação e velocidade de leitura também foram avaliadas ao longo da intervenção, em cinco momentos distintos, por meio de leitura e escrita de listas de palavras e pseudopalavras, com vistas ao monitoramento do desempenho. Para análise estatística de comparação de cada variável pré e pós intervenção e de comparação das variáveis do monitoramento foi conduzido um modelo misto de medidas repetidas (GMM). Analisamos quali-quantitativamente as diferenças de desempenho entre os participantes na pós avaliação, para compreensão de perfis de grupos dislexia vs não-dislexia (Teste GLzM). Resultados: Ocorreram mudanças estatisticamente significativas nas funções de consciência fonológica; nomeação automática rápida; taxa de acertos, de erros, e tipologia de erros na leitura e escrita de palavras e pseudopalavras; velocidade de leitura de texto narrativo e expositivo; e compreensão de texto narrativo. Dentre essas funções, as que se mostraram com maior efeito de diferenciação dos grupos foram consciência fonológica; velocidade de leitura de texto expositivo; taxa e tipos de erros em leitura e em escrita; todas com menos ganhos na pós intervenção para o grupo dislexia. Conclusões: a intervenção com foco na estimulação das habilidades fonológicas e ensino explícito e sistemático das correspondências grafofonêmicas contribuiu positivamente para a evolução dos participantes do grupo. As habilidades fonológicas, principalmente relacionadas à consciência fonológica, a capacidade de manipulação e discriminação dos sons e suas correspondências grafêmicas, foram particularmente importantes para compreensão das dificuldades de aprendizagem. As observações deste estudo sugerem que o perfil de dislexia esteja associado a curvas de aprendizagem oscilantes ou estáveis, ou seja, desempenho com menores mudanças no que concerne as habilidades linguísticas e aos erros de decodificação. Sugere-se que a abordagem de resposta à intervenção constitua uma alternativa mais válida para a identificação de crianças com dislexia do que a baseada em única avaliação do desempenho escolar e de funções cognitivas, evitando-se assim casos falso-positivos e espera do diagnóstico em serviços clínicos de alta demanda.
Descrição
Citação
MEDDA, Mariana Gobbo. Resposta à Intervenção como Estratégia Diagnóstica para Dislexia. 2020. 110 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo.
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