Consumo de álcool e tabaco entre idosos na atenção primaria à saúde em uma unidade básica no Brasil
Data
2019-03-28
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Objective: To estimate the prevalence of alcohol and tobacco consumption among older people in primary care in Brazil, and identify the factors associated with this consumption before and after the age of 65. Methods: Secondary analysis of a cross-sectional study of 87 older people representing all people over 65 registered in a primary care unit (n=541). Alcohol and tobacco consumption was identified through self-report and confirmed by an informant. Fourteen units per week was used as the cut-off to identify at risk drinking before the age of 65 and seven units per week after this age. For moderate alcohol consumption, consumption of 1-6 units/weeks after 65 years (current consumption) and 1-13 units/weeks for the period before 65 years of age. For tobacco, information was obtained regarding the typical amount consumed (cigarettes per day) and for how long (in years), age at regular onset, and age at which smoking stopped. Weighted logistic regression was used to identify potential sociodemographic characteristics associated with alcohol and tobacco consumption. Results: 51.3% of the sample were women, almost half of the sample (43.2%) were 75 years of age or older. Fourteen participants were current drinkers (16.1%), and 6 of them (6.9%) were at risk drinkers. Only one current drinker started drinking after the age of 65. Thirty-two participants (34%) had drunk before the age of 65, and among them 11(15.8%) were assessed as having been at risk drinkers. Of these 11 drinkers who had past risk consumption, 2 (18.2%) had become moderate drinkers after the age of 65; 3 (27.3%) continued to be at risk drinkers and six (54.5%) had stopped drinking. Multivariate analysis was adjusted for sociodemographic characteristics. Only male gender was associated with past (OR= 3.83 95% CI 1,24- 11,88) and although not statistically significant there was a predominance of current alcohol consumption in men also. Regarding tobacco consumption, 6 (6.8%) participants reported current consumption and 27 (31.3%) reported being smokers before the age of 65. As per alcohol consumption, only male gender was associated with past consumption (before 65 years ago) (OR= 5.30 95% CI 1,65- 17,03). Due to the sample size and small number of current smokers it was not possible to run the adjusted analyses for current consumption. Conclusion: The prevalence of alcohol consumption among people over 65 is relatively high and it seems to start at a younger age and extends to this age group, with a small proportion of older people who have started drinking after 65 years. Male gender should be the target of interventions to reduce alcohol consumption at this age group. The elderly are more susceptible to the effects of alcohol and tobacco due to their greater physical fragility and the presence of comorbidities and polypharmacy. There is an urgent need for a better understanding of drinking behaviors among older people so that prevention and treatment strategies are better defined for that specific population. Larger and more robust studies are need to better understand this behavior among older Brazilians and the real need of interventions directed to this behavior among older people in primary care.
Objetivo: Estimar a prevalência do consumo de álcool e tabaco entre os idosos no contexto da atenção primária no Brasil, e identificar os fatores associados a este consumo antes e depois dos 65 anos de idade. Métodos: Análise secundária de um estudo transversal com 87 idosos acima de 65 anos cadastradas em uma Unidade Básica de Saúde (n = 541). O consumo de álcool e tabaco foi identificado por meio do auto-relato e confirmado por um acompanhante. Pontos de corte: consumo de risco de álcool antes dos 65 anos foi 14 unidades por semana, e sete unidades por semana após essa idade; consumo de álcool moderado: 1-6 unidades/semanas após os 65 anos (consumo atual) e 1-13 unidades/semanas para o período anterior aos 65 anos de idade; consumo de tabaco: quantidade típica consumida (cigarros por dia) e por quanto tempo (em anos), idade de início do uso regular, e idade que parou de fumar. Regressão logística ponderada foi utilizada para identificar as características sóciodemográficas associadas ao consumo de álcool e tabaco. Resultados: Mulheres representaram 51,3% da amostra, quase metade da amostra (43,2%) tinha 75 anos ou mais. Quatorze participantes eram bebedores atuais (16,1%), sendo que 6 deles (6,9%) eram bebedores de risco. Apenas um dos 14 bebedores atuais começou a beber depois dos 65 anos de idade. Trinta e dois participantes (34%) haviam bebido antes dos 65 anos e, entre eles 11 (15,8%) eram bebedores de risco. Destes 11 bebedores que apresentavam consumo no passado de risco, 2 (18,2%) tornaram-se bebedores moderados após os 65 anos; 3 (27,3%) continuaram como bebedores de risco e seis (54,5%) pararam de beber. Análise multivariada, ajustada pelas características sociodemográficas, mostrou que apenas o sexo masculino esteve associado ao consumo prévio de álcool (OR = 3,83 IC 95% 1,24 a 11,88) e embora não estatisticamente significante houve uma predominância de consumo atual de álcool nos homens também. Em relação ao consumo de tabaco, 6 (6,8%) participantes relataram consumo atual e 27 (31,3%) relataram ter sido tabagistas antes dos 65 anos. Análise multivariada evidenciou que apenas o sexo masculino estava associado ao tabagismo pregresso (antes dos 65 anos) (OR=5,30 95% CI 1,65- 17,03). Devido ao tamanho da amostra e ao pequeno número de fumantes atuais, não foi possível realizar as análises ajustadas para o consumo atual. Conclusão: A prevalência do consumo de risco de álcool nas pessoas acima de 65 anos de idade é relativamente alta e parece ser um comportamento que se inicia em uma idade mais jovem e se estende até esta faixa etária, com uma pequena proporção de idosos que começaram a beber após 65 anos. O sexo masculino em especial deve ser alvo de intervenções direcionadas ao consumo de álcool na população idosa. Os idosos são mais suscetíveis aos efeitos do álcool e tabaco devido à sua maior fragilidade física e à presença de comorbidade e polifarmácia. Havendo, portanto, necessidade de uma melhor compreensão destes comportamentos entre as pessoas mais velhas para que as estratégias de prevenção e tratamento sejam melhor definidas para essa população específica. Estudos maiores e mais robustos são necessários para se conhecer em mais detalhes estes comportamentos nos idosos brasileiros e a necessidade real de intervenções dirigidas a este comportamento para idosos na atenção primária.
Objetivo: Estimar a prevalência do consumo de álcool e tabaco entre os idosos no contexto da atenção primária no Brasil, e identificar os fatores associados a este consumo antes e depois dos 65 anos de idade. Métodos: Análise secundária de um estudo transversal com 87 idosos acima de 65 anos cadastradas em uma Unidade Básica de Saúde (n = 541). O consumo de álcool e tabaco foi identificado por meio do auto-relato e confirmado por um acompanhante. Pontos de corte: consumo de risco de álcool antes dos 65 anos foi 14 unidades por semana, e sete unidades por semana após essa idade; consumo de álcool moderado: 1-6 unidades/semanas após os 65 anos (consumo atual) e 1-13 unidades/semanas para o período anterior aos 65 anos de idade; consumo de tabaco: quantidade típica consumida (cigarros por dia) e por quanto tempo (em anos), idade de início do uso regular, e idade que parou de fumar. Regressão logística ponderada foi utilizada para identificar as características sóciodemográficas associadas ao consumo de álcool e tabaco. Resultados: Mulheres representaram 51,3% da amostra, quase metade da amostra (43,2%) tinha 75 anos ou mais. Quatorze participantes eram bebedores atuais (16,1%), sendo que 6 deles (6,9%) eram bebedores de risco. Apenas um dos 14 bebedores atuais começou a beber depois dos 65 anos de idade. Trinta e dois participantes (34%) haviam bebido antes dos 65 anos e, entre eles 11 (15,8%) eram bebedores de risco. Destes 11 bebedores que apresentavam consumo no passado de risco, 2 (18,2%) tornaram-se bebedores moderados após os 65 anos; 3 (27,3%) continuaram como bebedores de risco e seis (54,5%) pararam de beber. Análise multivariada, ajustada pelas características sociodemográficas, mostrou que apenas o sexo masculino esteve associado ao consumo prévio de álcool (OR = 3,83 IC 95% 1,24 a 11,88) e embora não estatisticamente significante houve uma predominância de consumo atual de álcool nos homens também. Em relação ao consumo de tabaco, 6 (6,8%) participantes relataram consumo atual e 27 (31,3%) relataram ter sido tabagistas antes dos 65 anos. Análise multivariada evidenciou que apenas o sexo masculino estava associado ao tabagismo pregresso (antes dos 65 anos) (OR=5,30 95% CI 1,65- 17,03). Devido ao tamanho da amostra e ao pequeno número de fumantes atuais, não foi possível realizar as análises ajustadas para o consumo atual. Conclusão: A prevalência do consumo de risco de álcool nas pessoas acima de 65 anos de idade é relativamente alta e parece ser um comportamento que se inicia em uma idade mais jovem e se estende até esta faixa etária, com uma pequena proporção de idosos que começaram a beber após 65 anos. O sexo masculino em especial deve ser alvo de intervenções direcionadas ao consumo de álcool na população idosa. Os idosos são mais suscetíveis aos efeitos do álcool e tabaco devido à sua maior fragilidade física e à presença de comorbidade e polifarmácia. Havendo, portanto, necessidade de uma melhor compreensão destes comportamentos entre as pessoas mais velhas para que as estratégias de prevenção e tratamento sejam melhor definidas para essa população específica. Estudos maiores e mais robustos são necessários para se conhecer em mais detalhes estes comportamentos nos idosos brasileiros e a necessidade real de intervenções dirigidas a este comportamento para idosos na atenção primária.
Descrição
Citação
FIGUEROA OVIEDO, Paulo César. Consumo de álcool e tabaco entre idosos na atenção primaria à saúde em uma unidade básica no Brasil. 2019. 48 f. Dissertação (Mestrado em Psicobiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo. 2019.