Estudo do perfil demográfico e do risco tromboembólico associados à fibrilação atrial na atenção básica do sistema único de saúde brasileiro utilizando-se a tecnologia da telemedicina
Data
2018-12-10
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Background: The worldwide prevalence of atrial fibrillation (AF) varies
between 0.1% and 4.0% and has been increasing. Little is known about the
prevalence, stroke risk assessment and treatment of AF in Brazil.
Methods: Our objective was to estimate the general prevalence of AF in
several regions of Brazil using recordings of longdistance
electrocardiogram
(ECG) transmission. Patients from 125 outpatient general practitioner units
covered by the telemedicine service of the Federal University of São Paulo were
included. Only one ECG was considered per patient. A scripted telephone
interview was also performed. Using the Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE) method, we analyzed the data to project the prevalence of AF
in the Brazilian population and estimate it for the year 2025.
Results: Based on 676,621 ECG exams from January 2009 through April
2016, the mean age (±SD) of patients was 51.4 (±19.1) years, with 57.5% being
female. The 7year
period prevalence of AF was 2.2% (n=14,968). Based on the
IBGE method, the prevalence of AF countrywide was projected to be 1.5% in
2016 and 1.7% in 2025. In the subset of patients with AF who were interviewed
(n=301), 91 (30.2%) were not receiving any type of treatment for rate or rhythm
control. Overall, 136 (64.7%) of the patients were on acetylsalicylic acid alone,
39 (18.7%) were using oral anticoagulants (OACs), and 7 (3.3%) reported
concomitant use of acetylsalicylic acid and an OAC. Among patients interviewed,
189 (62.8%) were at high risk for stroke; only 28 (14.8%) were regular OAC users.
Conclusions: Our study highlights the importance of screening for AF in the
primary care setting in Brazil and identifies important gaps in the treatment of AF
in this population.
Introdução: A prevalência mundial de fibrilação atrial (FA) varia entre 0,1% e 4% e vem aumentando. Pouco se sabe sobre a prevalência, avaliação do risco tromboembólico e tratamento da FA na atenção básica de saúde no Brasil. Objetivo: Estimar a prevalência geral de FA em diversas regiões do Brasil utilizando registros de eletrocardiograma (ECG) laudados à distância e obter informações sobre estratificação de risco e tratamento da doença. Métodos: Foram incluídos pacientes de 125 unidades básicas de saúde englobadas pelo Serviço de Telemedicina da Universidade Federal de São Paulo. Apenas um ECG foi considerado por paciente. Uma entrevista baseada em roteiro, por telefone, também foi realizada. Utilizando o método do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados foram analisados para projetar a prevalência de FA na população brasileira e estimála para o ano de 2025. Resultados: Baseada em 676.621 registros de ECG de janeiro de 2009 a abril de 2016, a idade média (± DP) de pacientes foi de 51,4 (± 19,1) anos, com 57,5% do sexo feminino. A prevalência de FA em 7 anos foi de 2,2% (n=14.968). Baseada no método do IBGE, a prevalência projetada de FA no país foi de 1,5% em 2016 e 1,7% em 2025. No subgrupo de pacientes com FA que foram entrevistados (n=301), 91 (30,2%) não estavam recebendo qualquer tipo de tratamento para o controle da frequência e ritmo cardíacos. No geral, 136 pacientes (64,7%) utilizavam apenas ácido acetilsalicílico, 39 (18,7%) estavam utilizando anticoagulantes orais (ACO) e 7 (3,3%) relataram uso concomitante de ácido acetilsalicílico e ACO. Entre os pacientes entrevistados, 189 (62,8%) apresentavam alto risco de tromboembolismo, apenas 28 (14,8%) utilizavam ACO de maneira regular. Conclusões: O presente estudo ressalta a importância do rastreamento para FA na atenção básica no Brasil e identifica importantes lacunas no tratamento de FA nesta população.
Introdução: A prevalência mundial de fibrilação atrial (FA) varia entre 0,1% e 4% e vem aumentando. Pouco se sabe sobre a prevalência, avaliação do risco tromboembólico e tratamento da FA na atenção básica de saúde no Brasil. Objetivo: Estimar a prevalência geral de FA em diversas regiões do Brasil utilizando registros de eletrocardiograma (ECG) laudados à distância e obter informações sobre estratificação de risco e tratamento da doença. Métodos: Foram incluídos pacientes de 125 unidades básicas de saúde englobadas pelo Serviço de Telemedicina da Universidade Federal de São Paulo. Apenas um ECG foi considerado por paciente. Uma entrevista baseada em roteiro, por telefone, também foi realizada. Utilizando o método do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados foram analisados para projetar a prevalência de FA na população brasileira e estimála para o ano de 2025. Resultados: Baseada em 676.621 registros de ECG de janeiro de 2009 a abril de 2016, a idade média (± DP) de pacientes foi de 51,4 (± 19,1) anos, com 57,5% do sexo feminino. A prevalência de FA em 7 anos foi de 2,2% (n=14.968). Baseada no método do IBGE, a prevalência projetada de FA no país foi de 1,5% em 2016 e 1,7% em 2025. No subgrupo de pacientes com FA que foram entrevistados (n=301), 91 (30,2%) não estavam recebendo qualquer tipo de tratamento para o controle da frequência e ritmo cardíacos. No geral, 136 pacientes (64,7%) utilizavam apenas ácido acetilsalicílico, 39 (18,7%) estavam utilizando anticoagulantes orais (ACO) e 7 (3,3%) relataram uso concomitante de ácido acetilsalicílico e ACO. Entre os pacientes entrevistados, 189 (62,8%) apresentavam alto risco de tromboembolismo, apenas 28 (14,8%) utilizavam ACO de maneira regular. Conclusões: O presente estudo ressalta a importância do rastreamento para FA na atenção básica no Brasil e identifica importantes lacunas no tratamento de FA nesta população.