Macrocalcitonina: um novo interferente no imunoensaio da calcitonina sérica
Data
2015-09-30
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Calcitonin (CT) is a sensitive marker of medullary thyroid carcinoma (MTC) and is used for primary diagnosis and follow-up after thyroidectomy. However, persistently elevated CT can be observed even after complete surgery without evidence of a recurrent or persistent tumor. This lack of a biochemical-clinical correlation suggests assay interference, which can delay suitable treatment for patients. The objective of this study was to investigate the presence of a new assay interference in the serum CT of MTC patients who are apparently without structural disease. Therefore, we studied three index cases for CT assay interference and 14 patients with metastatic MTC. The CT level was measured in all patient sera by an in-house two-site immunofluorometric assay using two mouse monoclonal antibodies against different CT epitopes. Screening for assay interference was performed by determination of CT levels before and after treatment of the serum with polyethylene glycol, and recovery (%) was calculated. Suspect samples were subjected to gel filtration on ultra-performance liquid chromatography and to affinity chromatography on protein A Sepharose. Patients with biochemical and structural disease presented a CT mean recovery of 84.1% after PEG treatment, whereas patients suspected for interference showed very low recovery, ranging from 2-7%. The elution profile on HPLC showed that almost all of the immunometric CT from these three patients behaved as a high molecular weight aggregate (MW>300 kDa). Additionally, when these samples were applied to the protein A Sepharose, CT immunoreactivity was almost completely retained on the column and was only released after lowering the pH to 2.8. For the first time, our results show the presence of a novel pitfall in the CT immunoassay: ?macrocalcitonin?. Its etiology, frequency and meaning remain to be defined. However, rather than a simple immunobiochemical artifact, recognizing macro-CT is of interest because it can help clinicians avoid unnecessary diagnostic investigations and treatments during the follow-up of MTC.
A calcitonina (CT) é o principal marcador do carcinoma medular da tiroide (CMT) e é usada tanto no diagnóstico inicial como no seguimento após tiroidectomia. Entretanto, valores persistentemente elevados de CT podem ser observados mesmo após remoção cirúrgica completa e sem que haja evidência de persistência ou recidiva tumoral. Esta discordância pode sugerir a presença de algum interferente analítico, prejudicando o seguimento do paciente. O objetivo desse estudo foi investigar a presença de um novo interferente no ensaio da CT sérica de pacientes com níveis hormonais elevados, mas sem doença estrutural aparente. Assim, foram estudados três casos índices para interferência no ensaio da CT e 14 pacientes com CMT metastático. A CT sérica foi dosada em todos os soros por um ensaio imunofluorométrico ?in house? que utiliza dois anticorpos monoclonais de camundongo contra diferentes epitopos da CT. Triagem para possível interferência foi realizada pela determinação da concentração da CT antes e após tratamento dos soros com polietilenoglicol (PEG), sendo a recuperação calculada em porcentagem. Em seguida, as amostras suspeitas foram submetidas à gel-filtração em cromatografia líquida de ultra-performace (UPLC) e cromatografia de afinidade em proteína A Sepharose. Pacientes com doença bioquímica e estrutural apresentaram média de recuperação da CT de 84,1% após o tratamento com PEG, enquanto os pacientes com suspeita de interferência mostraram recuperação muito baixa, variando de 2-7%. O perfil de eluição na UPLC mostrou que praticamente toda CT imunométrica destes três pacientes foi eluída como um agregado de alta massa molecular (>300 kDa). Além disso, quando estas amostras foram processadas na proteína A Sepharose, a imunorreatividade da CT foi quase toda retida na coluna e apenas liberada após redução do pH para 2,8. Pela primeira vez, foi mostrada a presença de uma nova armadilha no imunoensaio da CT: a ?macrocalcitonina? (macro-CT). Sua etiologia, frequência e significado ainda precisam ser mais bem estudados. No entanto, mais que um simples artefato bioquímico, o reconhecimento da macro-CT abre novas perspectivas e poderia auxiliar os clínicos no seguimento do CMT contribuindo para evitar condutas diagnósticas e tratamentos desnecessários.
A calcitonina (CT) é o principal marcador do carcinoma medular da tiroide (CMT) e é usada tanto no diagnóstico inicial como no seguimento após tiroidectomia. Entretanto, valores persistentemente elevados de CT podem ser observados mesmo após remoção cirúrgica completa e sem que haja evidência de persistência ou recidiva tumoral. Esta discordância pode sugerir a presença de algum interferente analítico, prejudicando o seguimento do paciente. O objetivo desse estudo foi investigar a presença de um novo interferente no ensaio da CT sérica de pacientes com níveis hormonais elevados, mas sem doença estrutural aparente. Assim, foram estudados três casos índices para interferência no ensaio da CT e 14 pacientes com CMT metastático. A CT sérica foi dosada em todos os soros por um ensaio imunofluorométrico ?in house? que utiliza dois anticorpos monoclonais de camundongo contra diferentes epitopos da CT. Triagem para possível interferência foi realizada pela determinação da concentração da CT antes e após tratamento dos soros com polietilenoglicol (PEG), sendo a recuperação calculada em porcentagem. Em seguida, as amostras suspeitas foram submetidas à gel-filtração em cromatografia líquida de ultra-performace (UPLC) e cromatografia de afinidade em proteína A Sepharose. Pacientes com doença bioquímica e estrutural apresentaram média de recuperação da CT de 84,1% após o tratamento com PEG, enquanto os pacientes com suspeita de interferência mostraram recuperação muito baixa, variando de 2-7%. O perfil de eluição na UPLC mostrou que praticamente toda CT imunométrica destes três pacientes foi eluída como um agregado de alta massa molecular (>300 kDa). Além disso, quando estas amostras foram processadas na proteína A Sepharose, a imunorreatividade da CT foi quase toda retida na coluna e apenas liberada após redução do pH para 2,8. Pela primeira vez, foi mostrada a presença de uma nova armadilha no imunoensaio da CT: a ?macrocalcitonina? (macro-CT). Sua etiologia, frequência e significado ainda precisam ser mais bem estudados. No entanto, mais que um simples artefato bioquímico, o reconhecimento da macro-CT abre novas perspectivas e poderia auxiliar os clínicos no seguimento do CMT contribuindo para evitar condutas diagnósticas e tratamentos desnecessários.
Descrição
Citação
ALVES, Thalita Goulart. Macrocalcitonina: um novo interferente no imunoensaio da calcitonina sérica. 2015. 63 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.