Manejo da dor no cuidado de enfermagem a crianças e adolescentes com câncer
Data
2016-12-21
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Pain relief and control have evolved in recent decades. However, they remain a major challenge for the health professionals, particularly for the nurses, taking care of children and adolescents with cancer. Objective: To analyze the nursing pain management practices of children and adolescents with cancer. Method: Descriptive and cross-sectional study, approved by the Research Ethics Committee of Universidade Federal de São Paulo, protocol number 674535 (2014), conducted at a private institution specialized in pediatric oncology, in São Paulo. The two phases study was performed from February 2013 to February 2016 and consisted on data collection tool development and its application to the institutional nursing professionals. Results: In the first phase, the final four-versions? tool was composed of 72 questions and sub questions for nursing professionals, 48 for patients and 41 for family members; all based on the ChildKind International (CKI) principles: Policy, Education, Pain Assessment and Protocol. The Self- Assessment and Quality Improvement principle was part of the exclusive nursing leadership version (with 26 items). The four-versions tool, had its content and apparent validity evaluated by a committee of experts, reaching 83.3% of agreement. Second phase: the nursing professionals median age was 36 years, 32 for nurses and 37 for nurse?s technicians (p = 0.005). All nurses were female and seven (17%) nurses technicians were male (p = 0.005). The median years of professional experience was 11, with no difference between the two groups. The nurse?s majority (74%) completed some post graduation specialization courses and eight nurses? technicians (19%) were undergraduate nursing students. The median scores results from the nursing professional applications were: 71 to Policy, 72 to Education, 70 to Pain Assessment 70 and, 12 to Protocol. There was no major difference between both groups for all principles medians? scores. Regarding the association among the four principles, the study showed that Policy was correlated to Education (p= 0.049), Pain Assessment (p= 0.008) and Protocol (p= 0.001). Education was correlated to Pain Assessment (p= 0.009) and Protocol (p= 0.004) and, Pain Assessment to Protocol (p= <0.0001). The nursing professionals performance in answering questions regarding to Policy, Education and Pain Assessment principles was satisfactory. However, regarding to the Protocol principle? questions it was unsatisfactory. Conclusion: The nursing professionals at the studied institution do perform pain management actions related to all pain domains in the care of children and adolescents with cancer, but not uniformly and systematically. There were no significant differences between both groups in answering the questions regarding to most of the principles. Although both professional categories presented unsatisfactory performances to the Protocol Principle, nurses technicians showed even lower performance scores. The identification of different factors that may contributed to hindered optimal pain management in this context must be continued studied in the next research steps. Quality improvement strategies through pain management self-assessment and quality monitoring procedures are essential to improving the satisfaction and safety of this special population.
Introdução: O alívio e controle da dor tem evoluído acentuadamente nas últimas décadas. No entanto, em crianças e adolescentes com câncer continuam sendo um grande desafio para os profissionais da saúde e, em especial para a enfermagem. Objetivo: Analisar o manejo da dor no cuidado de enfermagem à crianças e adolescentes com câncer. Método: Estudo descritivo de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob o número 674535 (2014), realizado em uma instituição privada e especializada em oncologia pediátrica, na cidade de São Paulo. Foi desenvolvido em duas fases, no período de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2016, sendo a primeira constituída pela construção do instrumento em quatro versões (formulário) para a coleta de dados; a segunda pela aplicação em campo do formulário aos profissionais de enfermagem. Resultados: Na primeira fase, a versão final do formulário para os Profissionais de Enfermagem foi composta por 72 questões e subquestões, a dos Familiares por 48, e a dos Pacientes por 41; todas fundamentadas em quatro princípios da ChildKind International (CKI), Política, Educação, Avaliação da dor e Diretrizes. O quinto princípio, Autoavaliação e Melhoria da Qualidade, deu origem à versão constituída por 26 itens e aplicada exclusivamente à Liderança de Enfermagem. O formulário construído, nas quatro versões, teve sua validade aparente e de conteúdo avaliada por um comitê de especialistas, alcançando 83,3% de concordância, e a validade semântica aprovada por pacientes e familiares. Na segunda fase, a mediana de idade da amostra dos profissionais de enfermagem foi 36 anos, sendo 32 para os enfermeiros e 37 para os técnicos de enfermagem (p=0,005). Todos os enfermeiros eram do gênero feminino e 7 (17%) dos técnicos de enfermagem eram do gênero masculino (p=0,005). O tempo de experiência profissional foi 11 anos, sem diferença entre os dois grupos. A maioria dos enfermeiros (74%) concluiu alguma especialização e oito técnicos de enfermagem (19%) cursavam graduação em Enfermagem. A mediana dos escores, para a amostra geral, nos princípios foi: Política: 71 pontos, Educação 72, Avaliação da Dor 70, Diretrizes 12, e não houve diferença estatística significativa entre os dois grupos. O Princípio Diretrizes (p=0,0039) correlacionou-se com o tempo de exercício profissional em Enfermagem Pediátrica. O estudo da associação entre os princípios mostrou que Política correlacionou-se com Educação (p=0,049), Avaliação da Dor (p=0,008) e Diretrizes (p=0,001). Já o Princípio Educação correlacionou-se com Avaliação da Dor (p=0,009) e Diretrizes (p=0,004); e Avaliação da Dor com Diretrizes (p=<0,0001). O resultado do desempenho dos profissionais de enfermagem foi satisfatório nos Princípios Política, Educação e Avaliação da Dor, e insatisfatório no Princípio Diretrizes. Conclusão: Os resultados do estudo demonstraram que os profissionais de enfermagem, no cuidado a crianças e adolescentes com câncer, desenvolvem ações no manejo da dor relacionadas com os princípios preconizados pela CKI, porém não de maneira uniforme e sistematizada. Não foram evidenciadas diferenças significativas entre os enfermeiros e técnicos de enfermagem em relação ao desempenho nas respostas pertinentes aos Princípios Política, Educação e Avaliação da Dor. Embora as duas categorias profissionais tenham apresentado performances insatisfatórias no que tange ao Princípio Diretrizes, os técnicos de enfermagem mostraram desempenho inferior ao dos enfermeiros. A identificação de fatores que têm contribuído e/ou dificultado o gerenciamento e a qualidade do processo de manejo da dor, por meio de procedimentos de autoavaliação e monitoria da qualidade, são essenciais para a mudança na realidade do contexto estudado.
Introdução: O alívio e controle da dor tem evoluído acentuadamente nas últimas décadas. No entanto, em crianças e adolescentes com câncer continuam sendo um grande desafio para os profissionais da saúde e, em especial para a enfermagem. Objetivo: Analisar o manejo da dor no cuidado de enfermagem à crianças e adolescentes com câncer. Método: Estudo descritivo de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob o número 674535 (2014), realizado em uma instituição privada e especializada em oncologia pediátrica, na cidade de São Paulo. Foi desenvolvido em duas fases, no período de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2016, sendo a primeira constituída pela construção do instrumento em quatro versões (formulário) para a coleta de dados; a segunda pela aplicação em campo do formulário aos profissionais de enfermagem. Resultados: Na primeira fase, a versão final do formulário para os Profissionais de Enfermagem foi composta por 72 questões e subquestões, a dos Familiares por 48, e a dos Pacientes por 41; todas fundamentadas em quatro princípios da ChildKind International (CKI), Política, Educação, Avaliação da dor e Diretrizes. O quinto princípio, Autoavaliação e Melhoria da Qualidade, deu origem à versão constituída por 26 itens e aplicada exclusivamente à Liderança de Enfermagem. O formulário construído, nas quatro versões, teve sua validade aparente e de conteúdo avaliada por um comitê de especialistas, alcançando 83,3% de concordância, e a validade semântica aprovada por pacientes e familiares. Na segunda fase, a mediana de idade da amostra dos profissionais de enfermagem foi 36 anos, sendo 32 para os enfermeiros e 37 para os técnicos de enfermagem (p=0,005). Todos os enfermeiros eram do gênero feminino e 7 (17%) dos técnicos de enfermagem eram do gênero masculino (p=0,005). O tempo de experiência profissional foi 11 anos, sem diferença entre os dois grupos. A maioria dos enfermeiros (74%) concluiu alguma especialização e oito técnicos de enfermagem (19%) cursavam graduação em Enfermagem. A mediana dos escores, para a amostra geral, nos princípios foi: Política: 71 pontos, Educação 72, Avaliação da Dor 70, Diretrizes 12, e não houve diferença estatística significativa entre os dois grupos. O Princípio Diretrizes (p=0,0039) correlacionou-se com o tempo de exercício profissional em Enfermagem Pediátrica. O estudo da associação entre os princípios mostrou que Política correlacionou-se com Educação (p=0,049), Avaliação da Dor (p=0,008) e Diretrizes (p=0,001). Já o Princípio Educação correlacionou-se com Avaliação da Dor (p=0,009) e Diretrizes (p=0,004); e Avaliação da Dor com Diretrizes (p=<0,0001). O resultado do desempenho dos profissionais de enfermagem foi satisfatório nos Princípios Política, Educação e Avaliação da Dor, e insatisfatório no Princípio Diretrizes. Conclusão: Os resultados do estudo demonstraram que os profissionais de enfermagem, no cuidado a crianças e adolescentes com câncer, desenvolvem ações no manejo da dor relacionadas com os princípios preconizados pela CKI, porém não de maneira uniforme e sistematizada. Não foram evidenciadas diferenças significativas entre os enfermeiros e técnicos de enfermagem em relação ao desempenho nas respostas pertinentes aos Princípios Política, Educação e Avaliação da Dor. Embora as duas categorias profissionais tenham apresentado performances insatisfatórias no que tange ao Princípio Diretrizes, os técnicos de enfermagem mostraram desempenho inferior ao dos enfermeiros. A identificação de fatores que têm contribuído e/ou dificultado o gerenciamento e a qualidade do processo de manejo da dor, por meio de procedimentos de autoavaliação e monitoria da qualidade, são essenciais para a mudança na realidade do contexto estudado.
Descrição
Citação
DIAS, Carla Goncalves. Manejo da dor no cuidado de enfermagem a crianças e adolescentes com câncer. 2016. 133 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.