Análise da Influência do Estresse Ambiental no Desenvolvimento da Dependência de Álcool

Data
2016-12-07
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
A dependência de drogas é um problema mundial e frequente envolvendo jovens e adultos, sendo o álcool a droga mais comumente usada e associada a inúmeros problemas sociais e de saúde. Entretanto, nem todas as pessoas que consomem bebidas alcoólicas se tornam dependentes. A transição do uso ocasional para a dependência é influenciada por reforços positivos (estado de prazer decorrente do uso) e negativos (alívio de sintomas desagradáveis tais como situações de estresse, ansiedade ou ainda sintomas de abstinência). Vários sistemas neurotransmissores estão envolvidos neste processo. A ingestão compulsiva de álcool tem sido fortemente associada a alterações nos sistemas de neurotransmissão envolvidos nos processos de recompensa (principalmente dopaminérgico). Pode ocorrer também um recrutamento de mecanismos de reforço negativo envolvendo os processos subjacentes às adaptações ao estresse, com destaque para o aumento da atividade do sistema CRFérgico. Este estudo teve como objetivo associar o uso nocivo ou a dependência de álcool com a exposição do individuo a eventos estressantes e/ou traumáticos na vida, e sua percepção sobre esses eventos vividos. Fizeram parte do estudo 100 indivíduos, sendo 50 pessoas com perfil de uso nocivo ou dependência de álcool e 50 pessoas não dependentes. Foi analisado o histórico de eventos estressantes na vida através do questionário de Eventos da Vida Produtores de Estresse (LES), a vivência de experiências traumáticas através do Questionário Sobre Traumas na Infância (QUESI), a condição atual de percepção de estresse através da Escala de Estresse Percebido (PSS-10) e quais situações desencadeiam o beber através do Inventário de Situações do Beber (ISB). Para a determinação do padrão de ingestão de álcool, foi utilizado o Teste de Identifcação do Uso de Álcool (AUDIT). O grupo Dependentes exibiu um perfil de provável dependência a partir do instrumento de avaliação de perfil de consumo de álcool, em detrimento ao perfil do grupo Controle que se mostrou com baixo risco. A faixa etária dos voluntários Controle e Dependentes foi em média de cinquenta anos, a maioria homens e brancos. No grupo Controle a maioria era de casados, e no grupo Dependentes foi de casados, solteiros ou amasiados de forma equivalente. Enquanto que no grupo Controle observou-se uma formação de segundo grau ou nível superior completo, no grupo de Dependentes a maioria foi de formação até o segundo grau completo. A maioria dos sujeitos Controle não fazia uso de nenhuma droga, enquanto que no grupo dos sujeitos Dependentes a maioria fazia uso de álcool seguido pela associação entre álcool, maconha, cocaína e crack. Os sujeitos Dependentes mostraram uma percepção mais negativa em suas dimensões de vida familiar, econômica e de saúde, em relação aos sujeitos Controle. Na infância, o grupo Controle mostrou índices de maior negligência emocional, porém o grupo de Dependentes mostrou índices de maior abuso emocional, abuso físico ou abuso sexual. O grupo de Dependentes demostrou um perfil de maior reação negativa a eventos estressores. E dentre os motivos para o beber, a maior pontuação foi para desconforto físico, emoções agradáveis e impulsos/tentações.
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Citação
MOTA, Alessandra Domingos. Análise da Influência do Estresse Ambiental no Desenvolvimento da Dependência de Álcool. 2016. 39 f. Trabalho de conclusão de curso de graduação (Psicologia) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2016.
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