Avaliação comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo em crianças e adolescentes que sofreram traumatismo cranioencefálico
Data
2016-02-24
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Objetivo: Caracterizar o desempenho de crianças e adolescentes que sofreram traumatismo cranioencefálico em testes comportamentais e eletrofisiológicos do Processamento Auditivo. Método: O estudo foi realizado com 10 indivíduos audiologicamente normais, com idade entre 6 e 18 anos, que sofreram traumatismo cranioencefálico moderado ou grave há em média 11,4 meses. Foram submetidos à avaliação eletrofisiológica do processamento auditivo, com o potencial evocado auditivo de tronco encefálico, potencial evocado auditivo de longa latência com estímulo tone burst e potencial evocado auditivo de longa latência com estímulo complexo (fala). Em seguida os pacientes foram submetidos a avaliação comportamental do processamento auditivo, composta pelos teste de localização sonora, memória sequencial para sons verbais, memória sequencial para sons não verbais, teste de fala com ruído branco, teste dicótico de dígitos, teste de identificação de sentenças sintéticas (mensagem competitiva ipsilateral), teste dicótico de dissílabos alternados, teste de padrão de duração, teste dicótico consoante vogal e teste de identificação de intervalos aleatórios. Resultados: Na análise quantitativa da avaliação eletrofisiológica, observou-se que não houve diferença estatisticamente significante entre as orelhas nas latências e amplitudes dos potenciais estudados. No potencial evocado auditivo de tronco encefálico, apenas a média das latências das ondas I e III mostrou-se alterada. 40% dos indivíduos que participaram da pesquisa apresentaram alteração de tronco encefálico baixo no potencial evocado auditivo de tronco encefálico. As latências dos componentes N1, P2 e N2 foram estatisticamente menores para os potencial evocado auditivo de longa latência com tone burst em comparação ao potencial evocado auditivo de longa latência com estímulo complexo, assim como a amplitude dos componentes P2 e P3. 10% dos participantes do estudo apresentaram alteração do potencial evocado auditivo de longa latência eliciado com tone burst. Na avaliação comportamental do processamento auditivo alguns testes mostraram-se alterados na maioria dos indivíduos, como por exemplo, o teste de fala com ruído branco, o dicótico de dissílabos alternados, o teste de padrão de duração e o teste dicótico consoante vogal, todos com 50% ou mais de alteração nas avaliações realizadas. Quanto aos processos gnósicos alterados, a decodificação, a organização e o processo gnósico não verbal apresentaram-se alterados na maioria das avaliações. Conclusão: crianças e adolescentes que sofreram traumatismo cranioencefálico moderado e grave apresentaram, na avaliação eletrofisiológica e comportamental do processamento auditivo: avaliação eletrofisiológica sem diferença entre as orelhas direita e esquerda, quanto à latência e amplitude dos componentes estudados, potencial evocado auditivo de tronco encefálico alterado na maioria dos indivíduos, com predominância de alteração de tronco encefálico baixo, latências e amplitudes maiores no potencial evocado auditivo de longa latência com estímulo complexo (fala) em relação ao potencial evocado auditivo de longa latência com tone burst, potencial evocado auditivo de longa latência com estímulo tone burst dentro dos limites da normalidade, avaliação comportamental do processamento auditivo alterada em todos os indivíduos estudados com predomínio de alteração nos processos gnósicos de decodificação, organização e não verbal
Objective: To characterize the performance of children and adolescents who have suffered traumatic brain injury in behavioral and electrophysiological tests of auditory processing. Method: The study was conducted with 10 normal hearing individuals, aged between 6 and 18, who suffered moderate or severe head injury in average of 11.4 months. They underwent electrophysiological evaluation of auditory processing, with brainstem auditory evoked potentials, long latency auditory evoked response with tone burst and speech stimuli. Then the patients underwent behavioral assessment of auditory processing, composed of sound localization test, sequential memory for verbal sounds, sequential memory for nonverbal sounds, speech in noise test, dichotic digits test, identification of synthetic sentences test (ipsilateral competitive message), staggered spondaics words test, duration pattern test, consonantvowel dichotic test and random gap detection test. Results: In the quantitative analysis of the electrophysiological evaluation, it was observed that there was no statistically significant difference between the ears in latencies and amplitudes of the potential studied. In brainstem auditory evoked potentials, just average wave and III proved to be changed. 40% of those surveyed showed low brainstem alteration in the brainstem auditory evoked potentials. The latencies of N1, P2 and N2 were statistically lower for long latency auditory evoked response with tone burst compared to long latency auditory evoked response with speech, and the amplitude of P2 and P3 components. 10% of study participants showed changes of long latency auditory evoked response with tone burst. Behavioral auditory processing evaluation some tests were altered in most individuals, such as speech speech in noise test, staggered spondaics words test, the duration pattern test and dichotic consonantvowel test, all with 50% or more change in the assessments. As for the changed gnosis processes, decoding, the organization and nonverbal gnósico process had to be modified in most evaluations. Conclusion: children and adolescents who have suffered moderate to severe traumatic brain injury presented in electrophysiological and behavioral assessment of auditory processing: electrophysiological assessment with no difference between the right and left ears, as the latency and amplitude of the components studied, brainstem auditory evoked potentials altered in most individuals, especially low brainstem alteration, greater latencies and amplitudes in long latency auditory evoked response with speech compared to long latency auditory evoked response with tone burst, long latency auditory evoked response with tone burst stimulus within normal limits, behavioral assessment of auditory processing altered in all subjects studied with predominance of decoding, organization and nonverbal.
Objective: To characterize the performance of children and adolescents who have suffered traumatic brain injury in behavioral and electrophysiological tests of auditory processing. Method: The study was conducted with 10 normal hearing individuals, aged between 6 and 18, who suffered moderate or severe head injury in average of 11.4 months. They underwent electrophysiological evaluation of auditory processing, with brainstem auditory evoked potentials, long latency auditory evoked response with tone burst and speech stimuli. Then the patients underwent behavioral assessment of auditory processing, composed of sound localization test, sequential memory for verbal sounds, sequential memory for nonverbal sounds, speech in noise test, dichotic digits test, identification of synthetic sentences test (ipsilateral competitive message), staggered spondaics words test, duration pattern test, consonantvowel dichotic test and random gap detection test. Results: In the quantitative analysis of the electrophysiological evaluation, it was observed that there was no statistically significant difference between the ears in latencies and amplitudes of the potential studied. In brainstem auditory evoked potentials, just average wave and III proved to be changed. 40% of those surveyed showed low brainstem alteration in the brainstem auditory evoked potentials. The latencies of N1, P2 and N2 were statistically lower for long latency auditory evoked response with tone burst compared to long latency auditory evoked response with speech, and the amplitude of P2 and P3 components. 10% of study participants showed changes of long latency auditory evoked response with tone burst. Behavioral auditory processing evaluation some tests were altered in most individuals, such as speech speech in noise test, staggered spondaics words test, the duration pattern test and dichotic consonantvowel test, all with 50% or more change in the assessments. As for the changed gnosis processes, decoding, the organization and nonverbal gnósico process had to be modified in most evaluations. Conclusion: children and adolescents who have suffered moderate to severe traumatic brain injury presented in electrophysiological and behavioral assessment of auditory processing: electrophysiological assessment with no difference between the right and left ears, as the latency and amplitude of the components studied, brainstem auditory evoked potentials altered in most individuals, especially low brainstem alteration, greater latencies and amplitudes in long latency auditory evoked response with speech compared to long latency auditory evoked response with tone burst, long latency auditory evoked response with tone burst stimulus within normal limits, behavioral assessment of auditory processing altered in all subjects studied with predominance of decoding, organization and nonverbal.
Descrição
Citação
GODOY, Carolina Calsolari Figueiredo de. Avaliação comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo em crianças e adolescentes que sofreram traumatismo cranioencefálico. 2016. 90 f. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana: Fonoaudiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.