Nefrectomia parcial minimamente invasiva versus crioablação renal para pequenas massas renais
Data
2016-01-08
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Introduction and Objectives: Minimally invasive partial nephrectomy (MIPN) is the first-line option for the management of small renal masses (SMRs). Renal cryoablation (RC) is being increasingly offered to patients with SRMs due to encouraging outcomes and increasing experience with this treatment modality. We compared the perioperative, functional, and oncologic outcomes of MIPN and RC in the treatment of patients with SRMs. Methods: We retrospectively reviewed the medical records of 264 patients who underwent minimally invasive nephron-sparaing approach (percutaneous renal cryoablation, laparoscopic renal cryoablation, laparoscopic partial nephrectomy, and robotic partial nephrectomy) as a primary treatment for renal mass at our institution from January 2003 to March 2013. The tumors were divided into two groups according to the procedure performed: renal cryoablation (percutaneous and laparoscopic renal cryoablation) and minimally invasive partial nephrectomy (laparoscopic and robotic partial nephrectomy). Results: A total of 271 SRMs were identified in 264 patients (RC, n=123; MIPN, n=148). Patients undergoing MIPN were significantly younger (mean age: 60.6 years vs 65.8 years; P<0.0001). The two groups were similar in gender, body mass index, ethnicity, and American Society of Anesthesiologists score. Patients treated under RC had more baseline comorbidities, presenting a significantly higher percentage of solitary kidney and previous surgery in ipsilateral kidney (P=0.003 and P=0.013,respectively), and a trend to a higher age-adjusted Charlson comorbidity index (P=0.063). Median renal mass size (cm) was larger in the MIPN group (3.0 vs 2.4; P<0.0001). The incidence of perioperative complications had a lower trend in favor of RC (14.6% vs 23.6%;P=0.062). RC was associated with a shorter mean operative and anesthesia time (P<0.001 and P<0.0001, respectively), decreased median estimated blood loss (P<0.0001), shorter mean hospital stay (P<0.0001). Patients who underwent RC had a significantly higherimmediate and delayed treatment failure rate (8.9% vs 2.0%;P=0.01). The 3-,5-, and 10-year recurrence-free survival rate was 94.9%, 86.3% and 86.3% and 97.4%, 97.4% and 91.3% for the RC and MIPN groups, respectively (p=0.123). The 10-year disease-free survival probability was 95.5% for patients in the RC group and 98.5% for patients in the MIPN group (P=0.930). When comparing exclusively the eGFR postoperative day 1 value between both groups, the MIPN group had a significantly lower value compared to the RC group (P=0.019) and a significantly reclassification to a higher CKD stage (P=0.033). CONCLUSION : Renal cryoablation and minimally invasive partial nephrectomy remain viable treatment options in the management of SRMs. Patients undergoing RC had a lower incidence of perioperative complications and better preservation of renal function on immediate postoperative. Although MIPN had a lower local recurrence rate, there was an equivalent treatment effect when patients initially treated under RC were salvaged. A well-designed prospective comparative study with long-term follow is expected to validate our findings.
Introdução e Objetivos: Nefrectomia parcial minimamente invasiva (NPMI) é a principal técnica para o tratamento de pequenas massas renais (PMR). A crioablação renal (CR) é um procedimento cada vez mais utilizado em pacientes com PMR devido aos resultados animadores e à crescente experiência com esse tipo de tratamento. Foram comparados os resultados perioperatórios, funcionais e oncológicos da NPMI e da CR no tratamento de pacientes com PMR. Métodos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários médicos de 264 pacientes submetidos à técnica de preservação de néfrons minimamente invasiva (crioablação renal percutânea, crioablação renal laparoscópica, nefrectomia parcial laparoscópica e nefrectomia parcial robótica) como tratamento primário de PMR, na Universidade da California, Irvine, no período de janeiro de 2003 a março de 2013. Os tumores foram divididos em dois grupos, de acordo com o procedimento realizado: crioablação renal (crioablação renal percutânea e laparoscópica) e nefrectomia parcial minimamente invasiva (nefrectomia parcial laparoscópica e robótica). Resultados: No total, 271 PMR foram identificadas em 264 pacientes (CR, n=123; NPMI, n=148). Os pacientes submetidos à NPMI eram estatisticamente mais jovens (idade média: 60,6 anos vs. 65,8 anos; P<0,0001). Os dois grupos eram semelhantes em gênero, índice de massa corporal, etnia e no escore obtido junto à Sociedade Americana de Anestesiologistas. Os pacientes tratados com CR apresentavam um número maior de comorbidades e um percentual significativamente mais alto de rim único e cirurgia prévia no rim ipsilateral (P=0,003 e P=0,013, respectivamente), bem como uma tendência a um índice mais elevado de comorbidade de Charlson corrigido para idade (P=0,063). O tamanho médio da massa renal (cm) foi maior no grupo tratado com NPMI (3,0 vs 2,4; P<0,0001). A incidência de complicações perioperatórias teve uma menortendência no tratamento com CR (14,6% vs 23,6%;P=0,062). A CR foi associada a um menor tempo médio de cirurgia e anestesia (P<0,001 e P<0,0001, respectivamente), perda média de sangue estimada diminuída (P<0,0001) e menor tempo de internação hospitalar (P<0,0001). Os pacientes submetidos à CR apresentaram um índice de fracasso terapêutico imediato e tardio significativamente mais elevado (8,9% vs 2,0%; P=0,01). A taxa de sobrevida em 3, 5 e 10 anos sem recidiva foi de 94,9%, 86,3% e 86,3% e 97,4%, 97,4% e 91,3% para os grupos tratados com CR e NPMI, respectivamente (p=0,123). A probabilidade de sobrevida de 10 anos sem a doença foi de 95,5% para os pacientes do grupo CR e 98,5% para os pacientes do grupo NPMI (P=0,930). Ao ser comparado exclusivamente o valor da taxa de filtração glomerular estimada no primeiro dia pós-operatório entre ambos os grupos observou-se que o valor do grupo NPMI era significativamente menor do que o obtido pelo grupo CR (P=0,019) e uma tendência significativa para reclassificação para um estágio mais grave de doença renal crônica (P=0,033). Conclusão A crioablação renal e a nefrectomia parcial minimamente invasiva continuam sendo opções terapêuticas viáveis para o tratamento de PMR. Os pacientes submetidos à CR apresentaram uma menor incidência de complicações perioperatórias e uma melhor preservação da função renal no pós-operatório imediato. Embora a NPMI tenha tido uma menor taxa de recidiva local, um efeito terapêutico equivalente foi observado quando pacientes tratados inicialmente com CR foram resgatados. Espera-se que um estudo comparativo e prospectivo, com acompanhamento de longo prazo, valide os resultados obtidos.
Introdução e Objetivos: Nefrectomia parcial minimamente invasiva (NPMI) é a principal técnica para o tratamento de pequenas massas renais (PMR). A crioablação renal (CR) é um procedimento cada vez mais utilizado em pacientes com PMR devido aos resultados animadores e à crescente experiência com esse tipo de tratamento. Foram comparados os resultados perioperatórios, funcionais e oncológicos da NPMI e da CR no tratamento de pacientes com PMR. Métodos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários médicos de 264 pacientes submetidos à técnica de preservação de néfrons minimamente invasiva (crioablação renal percutânea, crioablação renal laparoscópica, nefrectomia parcial laparoscópica e nefrectomia parcial robótica) como tratamento primário de PMR, na Universidade da California, Irvine, no período de janeiro de 2003 a março de 2013. Os tumores foram divididos em dois grupos, de acordo com o procedimento realizado: crioablação renal (crioablação renal percutânea e laparoscópica) e nefrectomia parcial minimamente invasiva (nefrectomia parcial laparoscópica e robótica). Resultados: No total, 271 PMR foram identificadas em 264 pacientes (CR, n=123; NPMI, n=148). Os pacientes submetidos à NPMI eram estatisticamente mais jovens (idade média: 60,6 anos vs. 65,8 anos; P<0,0001). Os dois grupos eram semelhantes em gênero, índice de massa corporal, etnia e no escore obtido junto à Sociedade Americana de Anestesiologistas. Os pacientes tratados com CR apresentavam um número maior de comorbidades e um percentual significativamente mais alto de rim único e cirurgia prévia no rim ipsilateral (P=0,003 e P=0,013, respectivamente), bem como uma tendência a um índice mais elevado de comorbidade de Charlson corrigido para idade (P=0,063). O tamanho médio da massa renal (cm) foi maior no grupo tratado com NPMI (3,0 vs 2,4; P<0,0001). A incidência de complicações perioperatórias teve uma menortendência no tratamento com CR (14,6% vs 23,6%;P=0,062). A CR foi associada a um menor tempo médio de cirurgia e anestesia (P<0,001 e P<0,0001, respectivamente), perda média de sangue estimada diminuída (P<0,0001) e menor tempo de internação hospitalar (P<0,0001). Os pacientes submetidos à CR apresentaram um índice de fracasso terapêutico imediato e tardio significativamente mais elevado (8,9% vs 2,0%; P=0,01). A taxa de sobrevida em 3, 5 e 10 anos sem recidiva foi de 94,9%, 86,3% e 86,3% e 97,4%, 97,4% e 91,3% para os grupos tratados com CR e NPMI, respectivamente (p=0,123). A probabilidade de sobrevida de 10 anos sem a doença foi de 95,5% para os pacientes do grupo CR e 98,5% para os pacientes do grupo NPMI (P=0,930). Ao ser comparado exclusivamente o valor da taxa de filtração glomerular estimada no primeiro dia pós-operatório entre ambos os grupos observou-se que o valor do grupo NPMI era significativamente menor do que o obtido pelo grupo CR (P=0,019) e uma tendência significativa para reclassificação para um estágio mais grave de doença renal crônica (P=0,033). Conclusão A crioablação renal e a nefrectomia parcial minimamente invasiva continuam sendo opções terapêuticas viáveis para o tratamento de PMR. Os pacientes submetidos à CR apresentaram uma menor incidência de complicações perioperatórias e uma melhor preservação da função renal no pós-operatório imediato. Embora a NPMI tenha tido uma menor taxa de recidiva local, um efeito terapêutico equivalente foi observado quando pacientes tratados inicialmente com CR foram resgatados. Espera-se que um estudo comparativo e prospectivo, com acompanhamento de longo prazo, valide os resultados obtidos.
Descrição
Citação
JUNCAL, Samuel Ribeiro. Nefrectomia parcial minimamente invasiva versus crioablação renal para pequenas massas renais. 2016. 35 f. Tese (Doutorado em Medicina: Urologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.