Determinação do limiar anaeróbio em jogadores de futebol com paralisia cerebral e nadadores participantes da paraolimpíada de Sidney 2000

Data
2002-06-01
Tipo
Artigo
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Resumo
The objectives of this study were: a) to determine the anaerobic threshold (AnT) in soccer players with cerebral palsy and swimmers participant in the Sidney 2000 Paralympic Games and; b) to analyze the behavior of the AnT according to the class of the disabled athletes. 28 disabled athletes participated in the study: 11 soccer players with cerebral palsy (class: F36, F37 and F38) and 17 swimmers (14 men and three women) (class: S1 to S10 and B1). In soccer players, the AnT was determined by an incremental and intermittent protocol in a treadmill. The AnT was identified as the speed corresponding to 3.5 mM of blood lactate. In swimming, the AnT was determined by an incremental and intermittent protocol of 3 x 200 m. After each bout, there was blood collection, and by linear interpolation, the speed corresponding to 4 mM (AnT) was calculated. The maximal aerobic speed (Vamax) and the speed corresponding to the AnT presented a trend of improvement as of the class of the soccer player with cerebral palsy increased. However, the ratio between the speed of AnT/Vamax (approximately 80%) was similar between the classes. In swimming, the speed corresponding to 4 mM increased along with the class, indicating the limitation of functional capacity of the lowest class. However, the lactate concentrations in each percentage of maximal speed of 200 m was very similar between classes, and also that observed in able-bodied swimmers. It can be concluded that the class (and therefore the disability level) interferes in the aerobic functional capacity of disabled athletes. However, the blood lactate response to the submaximal exercise is similar between classes and also to the able-bodied athletes, suggesting the validity of the AnT for aerobic evaluation of swimmers and soccer players with cerebral palsy.
Os objetivos desse estudo foram: a) determinar o limiar anaeróbio (LAn) em jogadores de futebol com paralisia cerebral e nadadores participantes da Paraolimpíada de Sidney 2000 e; b) analisar o comportamento do LAn em função das classes dos paratletas. Participaram do estudo, 28 atletas portadores de deficiência, sendo 11 jogadores de futebol com paralisia cerebral (classes: F36, F37 e F38) e 17 nadadores (14 homens e três mulheres) (classes: S1 a S10 e B1). Nos jogadores de futebol, o LAn foi determinado em um protocolo progressivo e intermitente na esteira rolante. O LAn foi identificado como sendo a velocidade correspondente a 3,5mM de lactato sanguíneo. Na natação o LAn foi determinado por um protocolo incremental e intermitente de 3 x 200m. Após cada tiro houve coleta de sangue e por interpolação linear, foi calculada a velocidade correspondente a 4mM (LAn). A velocidade aeróbia máxima (Vamax) e a correspondente ao LAn apresentaram uma tendência de melhora com o aumento da classe do jogador de futebol com paralisia cerebral. Entretanto, a proporção entre a velocidade do LAn e a Vamax (aproximadamente 80%) foi bastante semelhante entre as classes. Na natação, a velocidade correspondente a 4mM aumentou em função do aumento das classes, indicando a limitação da capacidade funcional das classes mais baixas. Por outro lado, as concentrações de lactato em cada percentual da velocidade máxima de 200m foram muito semelhantes entre as classes, e também às obtidas em nadadores não portadores de deficiência. Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que a classe (e portanto o nível de deficiência) interfere na capacidade funcional aeróbia dos paratletas. Entretanto, a resposta de lactato ao exercício submáximo é semelhante entre as classes e também aos atletas não portadores de deficiência, sugerindo a validade do LAn para a avaliação aeróbia dos nadadores e dos jogadores de futebol com paralisia cerebral.
Descrição
Citação
Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, v. 8, n. 3, p. 117-122, 2002.
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