Psicoterapia para pessoas surdas usuárias de LIBRAS: questões para refletir

Data
2024-11-29
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
A surdez pode ser compreendida a partir de diferentes abordagens, sendo comumente vista como um déficit corporal, o que contribui para a marginalização e exclusão social das pessoas surdas. No entanto, a surdez pode se configurar como uma identidade cultural diversa, uma perspectiva de mundo moldada pela língua de sinais (viso-espacial) e por tradições, valores e hábitos que formam a chamada cultura surda, heterogênea e em constante processo de mutação, sendo portanto a uma variação da diversidade humana. A escassez de profissionais de saúde mental capacitados em LIBRAS e o estigma relacionado à incapacidade dificultam o acesso dos surdos não oralizados a diversos serviços de saúde, especialmente no campo da saúde mental. Nesse contexto, a barreira da comunicação se torna um obstáculo significativo, prejudicando a qualidade do atendimento psicológico. Este artigo tem como objetivo problematizar o atendimento psicológico à comunidade surda com base em consultas a dissertações, teses e artigos sobre o tema. A pouca literatura encontrada sob essa temática revela lacunas, como por exemplo a falta de relatos de experiências de profissionais de saúde mental que atendem em LIBRAS (surdos ou ouvintes). A literatura aponta que o domínio da LIBRAS, associado ao conhecimento da cultura surda são essenciais para um cuidado mais sensível e eficaz no contexto psicoterapêutico. Há também relatos que avaliam que a presença de intérpretes como mediadores em sessões de terapia pode interferir negativamente nas questões éticas de sigilo e/ou criar desconforto e desconfiança nas pessoas surdas atendidas.
Deafness can be understood from different approaches, and is commonly seen as a bodily deficit, which contributes to the marginalization and social exclusion of deaf people. However, deafness can be configured as a diverse cultural identity, a world perspective shaped by sign language (visuo-spatial) and by traditions, values and habits that form the so-called deaf culture, which is heterogeneous and in a constant process of mutation, and is therefore a variation of human diversity. The scarcity of mental health professionals trained in LIBRAS and the stigma related to disability make it difficult for non-oralized deaf people to access various health services, especially in the field of mental health. In this context, the communication barrier becomes a significant obstacle, impairing the quality of psychological care. This article aims to problematize psychological care for the deaf community based on consultations with dissertations, theses and articles on the subject. The little literature found on this subject reveals gaps, such as the lack of reports on the experiences of mental health professionals who provide care in LIBRAS (deaf or hearing). The literature points out that mastery of LIBRAS, combined with knowledge of deaf culture, is essential for more sensitive and effective care in the psychotherapeutic context. There are also reports that the presence of interpreters as mediators in therapy sessions can negatively interfere with ethical issues of confidentiality and/or create discomfort and distrust in the deaf people being treated.
Descrição
Citação
CORDEIRO, Ana Beatriz Stilhano. Psicoterapia para pessoas surdas usuárias de LIBRAS: questões para refletir. 2024. 25 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Psicologia) - Universidade Federal de São Paulo, Instituto de Saúde e Sociedade, Santos, 2024.
Coleções