Pode o conhecimento dar alguma alegria? Uma interpretação da Melancolia I , de Albrecht Dürer, a partir da Ética de Spinoza

Data
2014-12-01
Tipo
Artigo
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Resumo
This article seeks to interpret the engraving Melencolia I (1514), made by the German Renaissance’s painter Albrecht Dürer, according to the philosophical background of Spinoza’s thought. The central idea is that, in this picture, there would be an artistic-philosophical intuition by which Dürer associated melancholy to the idea of a confused and muddied knowledge caused by imagination. Another engraving, also created in 1514, completes this intuition: St. Jerome in his study, in which the melancholy of the Renaissance’s man of culture disappears. Such insights allow reading the two pictures from the perspective of Spinoza’s theories of mind and knowledge. He assumes that knowledge is associated with joy, since it is free from the shadows of the imagination projected by fear, excessive desire, beliefs or/and superstitions.
Este artigo busca interpretar a gravura Melancolia I, do renascentista alemão Albrecht Dürer, segundo o pano de fundo filosófico do pensamento de Spinoza. A ideia central é a de que, nessa gravura, haveria uma intuição artístico-filosófica pela qual Dürer foi levado a associar a tristeza melancólica à ideia de um conhecimento confuso e turvado pela imaginação. Tal intuição se completaria numa outra gravura, criada no mesmo ano, o São Jerônimo em seu gabinete, na qual a melancolia do homem de cultura renascentista desaparece. Tais intuições permitiriam ler as duas gravuras sob a ótica das teorias da mente e do conhecimento de Spinoza, para quem o conhecimento está associado à alegria, desde que esteja livre das sombras da imaginação projetadas pelo medo, pelo desejo excessivo, pelas crenças ou pelas superstições.
Descrição
Citação
Kriterion: Revista de Filosofia. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, v. 55, n. 130, p. 597-618, 2014.
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