Novos conceitos em cromovitrectomia: técnicas cirurgicas inovadoras para buraco macular e membrana epirretiniana
Data
2013-12-20
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Purpose: To evaluate the preoperative and intraoperative prognostic factors in eyes undergoing surgery for removal of epiretinal membranes and internal limiting with triamcinolone and brilliant blue. To evaluate the safety of intraocular injection of different concentrations of lutein/zeaxanthin and brilliant blue in rabbits. To evaluate the efficacy and safety of internal limiting membrane removal using a new dye based on brilliant blue and the association of lutein and zeaxanthin, soluble or in crystals, in humans. Methods: The first study evaluated 31 eyes undergoing surgery for epiretinal membrane with double peeling (epiretinal and internal limiting membrane) and double staining (using 4 % triamcinolone and bright blue 0.5%) techniques. Next, 28 rabbits underwent injection of lutein/zeaxanthin alone or associated with brilliant blue in the right eye. Through analysis of clinical, histological (light and electron transmission microscopy) and electroretinographic findings, the results were compared to control eyes (left eyes) injected with balanced salt solution. Subsequently, a clinical study evaluated 18 eyes undergoing vitrectomy using a new solution of 1% lutein/zeaxanthin and 0.025% brilliant blue for double simultaneous staining effect, for the treatment of macular hole, diabetic macular edema with vitreoretinal traction or epiretinal membrane. Finally, a clinical study evaluated 12 eyes undergoing vitrectomy using a new solution of 0.3% lutein/zeaxanthin crystals and 0.025% brilliant blue for double simultaneous staining effect, for the treatment of macular hole or epiretinal membrane. The last two studies included clinical evaluations, optical coherence tomography, fluorescent angiography and autofluorescence. Results The first study showed that 31 pseudophakic eyes followed by 16.78 months had significant visual improvement from mean logMAR 0.77 ± 0.38 to 0.23 ± 0.15 at 3 months and 0.22 ± 0.14 at 12 months (P< 0.001). Eyes with angiographic retinal pigment epithelium alterations had greater visual improvements (P<0.05). Eyes with lower preoperative visual acuity improved significantly more. Hyperautofluorescent images were associated with a greater reduction in central foveal thickness (P<0.005). When the internal limiting membrane is removed along with the epiretinal membrane, the central foveal thickness was thicker in the postoperative period (P=0.042). When the internal limiting membrane was intact, the visual improvement was lower. The study in rabbits showed no differences between the electrorretinographic results of the 4 groups tested (group 1, 0.5% lutein/zeaxanthin; group 2, 0.5% lutein/zeaxanthin and 0.0125% brilliant blue; group 3, 0.3% lutein/zeaxanthin and 0.025% brilliant blue; and group 4, 0.25% lutein/zeaxanthin and 0.05% brilliant blue) and the control. Histology showed no more than minor changes in all groups, identical to the control eyes. In two other subsequent studies, the combination of lutein/zeaxanthin (soluble or in crystals) showed good safety profile during the follow-up period. No inflammation, changes in intraocular pressure or functional or anatomical loss could be observed. The two dyes showed interesting properties, such as higher density which facilitates the posterior pole deposition and the ability to dye the internal limiting membrane. However, the crystals revealed the peripheral vitreous and posterior hyaloid better. Conclusions: The soluble lutein/zeaxanthin solution or its crystals were not toxic in these animal and clinical studies. Due to its antioxidant capabilities and evident staining properties, these molecules emerge as an interesting alternative for use in chromovitrectomy, either alone, replacing the current role of triamcinolone, or in combination with dyes with affinity for other structures, such as brilliant blue and its high affinity for the internal limiting membrane. The double staining and double peeling techniques appear to be safe and convenient strategies for the surgical management of many retinal diseases.
Objetivos: Avaliar os fatores prognósticos pré-operatórios e intraoperatórios em olhos submetidos à cirurgia para remoção das membranas epirretiniana e limitante interna com duplo tingimento (com triancinolona e azul brilhante). Avaliar a segurança da injeção intraocular de diferentes concentrações de novo corante baseado em luteÃna, zeaxantina e azul brilhante em coelhos. Avaliar a eficácia e a segurança da remoção da membrana limitante interna guiada pelo tingimento com corantes baseados em azul brilhante e a associação de luteÃna e zeaxantina, solúveis ou em cristais, em humanos. Métodos O primeiro estudo, retrospectivo, avaliou 31 olhos submetidos à cirurgia para membrana epirretiniana com a técnica de dupla remoção (membranas epirretiniana e limitante interna) e duplo tingimento (usando triancinolona 4% e azul brilhante 0,5%). Na sequência, um estudo com 28 coelhos submetidos à injeção de corante à base de luteÃna/zeaxantina isoladamente ou associadas ao azul brilhante no olho direito comparou através de análise clÃnica, eletrorretinográfica e histológica (com microscopia óptica e eletrônica de transmissão) aos resultados da injeção de solução salina balanceada no olho esquerdo para controle. Posteriormente, um estudo clÃnico avaliou 18 olhos de pacientes submetidos a vitrectomia com duplo tingimento simultâneo por uma nova solução de luteÃna/zeaxantina 1% solúveis associadas ao azul brilhante 0,025% para tratamento de membrana epirretiniana ou buraco macular. Finalmente um estudo clÃnico com 12 olhos de pacientes submetidos à vitrectomia com a técnica de duplo tingimento simultâneo utilizando um novo corante baseado em cristais de luteÃna e zeaxantina 0,3% e azul brilhante 0,025% para o tratamento de membrana epirretiniana, edema macular diabético com tração vitreorretiniana ou buraco macular. Os dois últimos estudos avaliaram os resultados clÃnicos segundo achados dos exames oftalmológicos, de tomografia de coerência óptica, de angiografia e autofluorescência. Resultados O primeiro estudo mostrou que os 31 olhos pseudofácicos acompanhados por 16,78 meses tiveram melhora visual significativa do valor médio de partida em logMAR de 0,77 ± 0,38 para 0,23 ± 0,15 aos 3 meses e 0,22 ± 0,14 aos 12 meses (P<0,001). Olhos com alterações angiográficas do epitélio pigmentar retiniano tiveram maiores melhoras visuais (P<0,05). Olhos com acuidade visual menor tiveram melhora visual mais significativa no pós-operatório. A hiperautofluorescência pré-operatória foi associada à maior redução de espessura central da fóvea (P<0,005). Quando a membrana limitante interna foi removida juntamente com a epirretiniana, a espessura central da fóvea foi maior no pós-operatório (P=0.042). Quando a membrana limitante interna estava intacta, a melhora visual foi menor. No estudo em coelhos, não foram observadas diferenças entre os resultados eletrorretinográficos dos 4 grupos testados e o controle: grupo 1, luteÃna/zeaxantina 0,5%; grupo 2, luteÃna/zeaxantina 0,5% e azul brilhante 0,0125%; grupo 3, luteÃna/zeaxantina 0,3% e azul brilhante 0,025%; e grupo 4, luteÃna/zeaxantina 0,25% e azul brilhante 0,05%. A histologia também não evidenciou mais do que discretas alterações idênticas ao grupo controle em todos os grupos. Nos dois estudos seguintes, a combinação de luteÃna/zeaxantina (solúvel ou em cristais) mostrou ótimo perfil de segurança no perÃodo observado. Nenhuma inflamação, alteração da pressão intraocular ou perda funcional ou anatômica puderam ser observadas. Os dois corantes ainda mostraram propriedades interessantes, tais como densidade maior que facilita o depósito no polo posterior e capacidade de tingimento da membrana limitante interna. Contudo, o corante com cristais revelou melhor o vÃtreo periférico e hialoide posterior. Conclusões: A combinação luteÃna/zeaxantina solúvel ou em cristais não se mostrou tóxica nos estudos em animais e humanos. Por possuir efeitos antioxidantes e ainda ser capaz de auxiliar a identificação de certas estruturas intraoculares, surge como uma alternativa interessante para o uso na cromovitrectomia, seja isoladamente, em substituição ao papel atual da triancinolona, seja em combinação com corantes com afinidade para outras estruturas, tais como o azul brilhante, cuja afinidade pela membrana limitante interna complementa convenientemente a versatilidade da solução corante. O duplo tingimento e a dupla remoção (das membranas limitante interna e epirretiniana) são técnicas seguras e convenientes para o manejo cirúrgico de diversas afecções retinianas.
Objetivos: Avaliar os fatores prognósticos pré-operatórios e intraoperatórios em olhos submetidos à cirurgia para remoção das membranas epirretiniana e limitante interna com duplo tingimento (com triancinolona e azul brilhante). Avaliar a segurança da injeção intraocular de diferentes concentrações de novo corante baseado em luteÃna, zeaxantina e azul brilhante em coelhos. Avaliar a eficácia e a segurança da remoção da membrana limitante interna guiada pelo tingimento com corantes baseados em azul brilhante e a associação de luteÃna e zeaxantina, solúveis ou em cristais, em humanos. Métodos O primeiro estudo, retrospectivo, avaliou 31 olhos submetidos à cirurgia para membrana epirretiniana com a técnica de dupla remoção (membranas epirretiniana e limitante interna) e duplo tingimento (usando triancinolona 4% e azul brilhante 0,5%). Na sequência, um estudo com 28 coelhos submetidos à injeção de corante à base de luteÃna/zeaxantina isoladamente ou associadas ao azul brilhante no olho direito comparou através de análise clÃnica, eletrorretinográfica e histológica (com microscopia óptica e eletrônica de transmissão) aos resultados da injeção de solução salina balanceada no olho esquerdo para controle. Posteriormente, um estudo clÃnico avaliou 18 olhos de pacientes submetidos a vitrectomia com duplo tingimento simultâneo por uma nova solução de luteÃna/zeaxantina 1% solúveis associadas ao azul brilhante 0,025% para tratamento de membrana epirretiniana ou buraco macular. Finalmente um estudo clÃnico com 12 olhos de pacientes submetidos à vitrectomia com a técnica de duplo tingimento simultâneo utilizando um novo corante baseado em cristais de luteÃna e zeaxantina 0,3% e azul brilhante 0,025% para o tratamento de membrana epirretiniana, edema macular diabético com tração vitreorretiniana ou buraco macular. Os dois últimos estudos avaliaram os resultados clÃnicos segundo achados dos exames oftalmológicos, de tomografia de coerência óptica, de angiografia e autofluorescência. Resultados O primeiro estudo mostrou que os 31 olhos pseudofácicos acompanhados por 16,78 meses tiveram melhora visual significativa do valor médio de partida em logMAR de 0,77 ± 0,38 para 0,23 ± 0,15 aos 3 meses e 0,22 ± 0,14 aos 12 meses (P<0,001). Olhos com alterações angiográficas do epitélio pigmentar retiniano tiveram maiores melhoras visuais (P<0,05). Olhos com acuidade visual menor tiveram melhora visual mais significativa no pós-operatório. A hiperautofluorescência pré-operatória foi associada à maior redução de espessura central da fóvea (P<0,005). Quando a membrana limitante interna foi removida juntamente com a epirretiniana, a espessura central da fóvea foi maior no pós-operatório (P=0.042). Quando a membrana limitante interna estava intacta, a melhora visual foi menor. No estudo em coelhos, não foram observadas diferenças entre os resultados eletrorretinográficos dos 4 grupos testados e o controle: grupo 1, luteÃna/zeaxantina 0,5%; grupo 2, luteÃna/zeaxantina 0,5% e azul brilhante 0,0125%; grupo 3, luteÃna/zeaxantina 0,3% e azul brilhante 0,025%; e grupo 4, luteÃna/zeaxantina 0,25% e azul brilhante 0,05%. A histologia também não evidenciou mais do que discretas alterações idênticas ao grupo controle em todos os grupos. Nos dois estudos seguintes, a combinação de luteÃna/zeaxantina (solúvel ou em cristais) mostrou ótimo perfil de segurança no perÃodo observado. Nenhuma inflamação, alteração da pressão intraocular ou perda funcional ou anatômica puderam ser observadas. Os dois corantes ainda mostraram propriedades interessantes, tais como densidade maior que facilita o depósito no polo posterior e capacidade de tingimento da membrana limitante interna. Contudo, o corante com cristais revelou melhor o vÃtreo periférico e hialoide posterior. Conclusões: A combinação luteÃna/zeaxantina solúvel ou em cristais não se mostrou tóxica nos estudos em animais e humanos. Por possuir efeitos antioxidantes e ainda ser capaz de auxiliar a identificação de certas estruturas intraoculares, surge como uma alternativa interessante para o uso na cromovitrectomia, seja isoladamente, em substituição ao papel atual da triancinolona, seja em combinação com corantes com afinidade para outras estruturas, tais como o azul brilhante, cuja afinidade pela membrana limitante interna complementa convenientemente a versatilidade da solução corante. O duplo tingimento e a dupla remoção (das membranas limitante interna e epirretiniana) são técnicas seguras e convenientes para o manejo cirúrgico de diversas afecções retinianas.
Descrição
Citação
FURLANI, Bruno de Albuquerque. Novos conceitos em cromovitrectomia: técnicas cirurgicas inovadoras para buraco macular e membrana epirretiniana. 2013. 103 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.