Estudo duplo-cego e randomizado para avaliar a eficácia e a tolerabilidade da combinação fixa Anlodipina/Ramipril comparada ao Anlodipino isolado em pacientes hipertensos
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Data
2009-06-24
Tipo
Tese de doutorado
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Título de Volume
Resumo
Background: Antihypertensive agents of different drug classes in a fixed-dose combination (FDC) may offer advantages in terms of efficacy, tolerability, and treatment compliance. A combination of a calcium channel blocker with an angiotensin-converting enzyme inhibitor may act synergistically to reduce blood pressure (BP). Objectives: This study aims to compare the efficacy and tolerability of amlodipine/ramipril FDC with those of amlodipine monotherapy. Methods: This 18-week, prospective, randomized, double-blind study was conducted at 8 centers across Brazil. Patients with stage 1 or 2 essential arterial hypertension were enrolled. After a 2-week placebo run-in phase, patients received amlodipine/ramipril 2.5/2.5 mg or amlodipine 2.5 mg, after which the doses were titrated based on BP to 5/5 or 10/10 mg (amlodipine/ramipril) and 5 or 10 mg (amlodipine). The primary end point was the difference between basal and final BP measurements by the intention to treat (ITT) analysis in the randomized population. Hematology and serum biochemistry were assessed at baseline and study end. Tolerability was assessed using patient interview, laboratory analysis, and physical examination, including measurement of ankle circumference to assess peripheral edema. Results: A total of 222 patients completed the study (age range, 40–79 years; FDC group, 117 patients [mean dose, 7.60/7.60 mg]; monotherapy, 105 patients [mean dose, 7.97 mg]). The mean (SE) changes in systolic BP (SBP) and diastolic BP (DBP), as measured using 24-hour ambulatory blood pressure monitoring (ABPM) and in the physician’s office, were greater with combination therapy than monotherapy, with the exception of office DBP (ABPM: –20.76 ±1.25 vs –15.80 ±1.18 mm Hg and –11.71 ±0.78 vs –8.61 ± 0.74 mm Hg, respectively [both, P = 0.004]; office: –27.51 ±1.40 vs –22.84 ±1.33 mm Hg [P = 0.012] and –16.41 ±0.79 vs –14.64 ± 0.75 mm Hg [P = NS], respectively). In the ITT analysis the mean changes in ambulatory, but not office-based, BP were statistically significant (ABPM: SBP, –20.21 ±1.14 vs –15.31 ±1.12 mm Hg and DBP, –11.61 ±0.72 vs – 8.42 ±0.70 mm Hg, respectively (both, P = 0.002); office: SBP, –26.60 ±1.34 vs – 22.97 ±1.30 mm Hg (P = 0.068) and –16.48 ±0.78 vs –14.48 ±0.75 mm Hg (P = NS), respectively. Twenty-nine patients (22.1%) treated with combination therapy and 41 patients (30.6%) treated with monotherapy reported e1 adverse events considered possibly related to study drug. The combination-therapy group had a lower incidence of edema (7.6% vs 18.7%; P = 0.011) and a similar of dry cough (3.8% vs 0.8%; P = NS). No clinically significant changes in laboratory values were found in either group. Conclusions: In this population with essential arterial hypertension, the amlodipine/ramipril FDC significantly reduced the BP compared to amlodipine monotherapy. Both treatments were well tolerated, however amlodipine/ramiprilgroup showed much less peripheral edema.
Introdução: A utilização de anti-hipertensivos com diferentes mecanismos de ação em combinação fixa pode oferecer vantagens na adesão ao tratamento, na eficácia e na tolerabilidade. A combinação de um bloqueador dos canais de cálcio com um inibidor da enzima conversora da angiotensina pode reduzir a incidência de edema periférico, alem de agir sinergicamente para a redução da pressão arterial. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e a tolerabilidade da combinação fixa anlodipino/ramipril comparada a monoterapia com anlodipino. Métodos: Desenho: ensaio clínico multicêntrico, randomizado, duplo-cego e de grupos paralelos. Após 2 semanas de placebo, aqueles com pressão arterial sistólica (PAS) 160 e 199 mm Hg e/ou PA diastólica (PAD) 95 e 114 mm Hg foram randomizados para anlodipino/ramipril 2,5/2,5 mg ou anlodipino 2,5 mg. Nos pacientes que nas visitas subseqüentes mantinham PA 140/90 mm Hg (ou 130/85 mm Hg se diabéticos) as doses eram tituladas para 5/5mg e 10/10 mg ou 5 mg e 10 mg, respectivamente. A eficácia foi avaliada pela variação da PA de consultório e da PA media de 24 horas da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), medidas no inicio e final do estudo. A tolerabilidade foi avaliada pelo registro de todos os eventos adversos e pela mensuração da circunferência dos tornozelos. Para analise estatística empregou-se o teste exato de Fisher, Qui-Quadrado, ANOVA de repetição ou teste t, conforme apropriado. Resultados: Os grupos não diferiram nos parâmetros iniciais. Foram randomizados 265 pacientes, sendo que 222 (83,8%) completaram as 18 semanas de tratamento ativo (completadores): 117 pacientes em terapia combinada (dose média 7,6/7,6 mg) e 105 em monoterapia (dose média 7,97 mg). A idade média (±DP) foi de 58,6 ±8,7 anos; 59,6% eram mulheres; 63,8% brancos e IMC médio era de 28,8 ±4,3 kg/m2. A terapia combinada demonstrou maiores reduções da PA que a monoterapia. Na análise por intenção de tratar, a variação média (±EP) da PA de 24 horas nos grupos em terapia combinada e monoterapia foram respectivamente: PAS de –20,21 ±1,14 vs –15,31 ±1,12 mm Hg e PAD de –11,61 ±0,72 vs –8,42 ±0,70 mm Hg, respectivamente, ambas com p = 0,002. As variações na PA de consultório foram: PAS de –26,60 ±1,34 vs –22,97 ±1,30 mm Hg (p = 0,068) e PAD de –16,48 ±0,78 vs –14,48 ±0,75 mm Hg (p = ns). Analisando-se os completadores, os valores obtidos na MAPA foram: –20,76 ±1,25 vs –15,80 ±1,18 mm Hg e –11,71 ±0,78 vs –8,61 ± 0,74 mm Hg, respectivamente, ambas com p = 0,004. No consultório as respectivas medidas foram: PAS de –27,51 ±1,40 vs –22,84 ±1,33 mm Hg (p = 0,012) e PAD de – 16,41 ±0,79 vs –14,64 ±0,75 mm Hg (p = ns). O grupo em terapia combinada apresentou menor incidência de edema periférico (7.6% vs 18.7%; p = 0.011) e incidência discretamente maior de tosse seca (3.8% vs 0.8%; p = ns). Não houve modificações clinicamente significantes nos exames laboratoriais. Conclusões: A combinação fixa de anlodipino/ramipril apresentou reduções significativamente maiores de PA que a monoterapia com anlodipino, nesta população de hipertensos. Ambos os tratamentos foram bem tolerados, porém a combinação apresentou menor incidência de edema periférico.
Introdução: A utilização de anti-hipertensivos com diferentes mecanismos de ação em combinação fixa pode oferecer vantagens na adesão ao tratamento, na eficácia e na tolerabilidade. A combinação de um bloqueador dos canais de cálcio com um inibidor da enzima conversora da angiotensina pode reduzir a incidência de edema periférico, alem de agir sinergicamente para a redução da pressão arterial. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e a tolerabilidade da combinação fixa anlodipino/ramipril comparada a monoterapia com anlodipino. Métodos: Desenho: ensaio clínico multicêntrico, randomizado, duplo-cego e de grupos paralelos. Após 2 semanas de placebo, aqueles com pressão arterial sistólica (PAS) 160 e 199 mm Hg e/ou PA diastólica (PAD) 95 e 114 mm Hg foram randomizados para anlodipino/ramipril 2,5/2,5 mg ou anlodipino 2,5 mg. Nos pacientes que nas visitas subseqüentes mantinham PA 140/90 mm Hg (ou 130/85 mm Hg se diabéticos) as doses eram tituladas para 5/5mg e 10/10 mg ou 5 mg e 10 mg, respectivamente. A eficácia foi avaliada pela variação da PA de consultório e da PA media de 24 horas da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), medidas no inicio e final do estudo. A tolerabilidade foi avaliada pelo registro de todos os eventos adversos e pela mensuração da circunferência dos tornozelos. Para analise estatística empregou-se o teste exato de Fisher, Qui-Quadrado, ANOVA de repetição ou teste t, conforme apropriado. Resultados: Os grupos não diferiram nos parâmetros iniciais. Foram randomizados 265 pacientes, sendo que 222 (83,8%) completaram as 18 semanas de tratamento ativo (completadores): 117 pacientes em terapia combinada (dose média 7,6/7,6 mg) e 105 em monoterapia (dose média 7,97 mg). A idade média (±DP) foi de 58,6 ±8,7 anos; 59,6% eram mulheres; 63,8% brancos e IMC médio era de 28,8 ±4,3 kg/m2. A terapia combinada demonstrou maiores reduções da PA que a monoterapia. Na análise por intenção de tratar, a variação média (±EP) da PA de 24 horas nos grupos em terapia combinada e monoterapia foram respectivamente: PAS de –20,21 ±1,14 vs –15,31 ±1,12 mm Hg e PAD de –11,61 ±0,72 vs –8,42 ±0,70 mm Hg, respectivamente, ambas com p = 0,002. As variações na PA de consultório foram: PAS de –26,60 ±1,34 vs –22,97 ±1,30 mm Hg (p = 0,068) e PAD de –16,48 ±0,78 vs –14,48 ±0,75 mm Hg (p = ns). Analisando-se os completadores, os valores obtidos na MAPA foram: –20,76 ±1,25 vs –15,80 ±1,18 mm Hg e –11,71 ±0,78 vs –8,61 ± 0,74 mm Hg, respectivamente, ambas com p = 0,004. No consultório as respectivas medidas foram: PAS de –27,51 ±1,40 vs –22,84 ±1,33 mm Hg (p = 0,012) e PAD de – 16,41 ±0,79 vs –14,64 ±0,75 mm Hg (p = ns). O grupo em terapia combinada apresentou menor incidência de edema periférico (7.6% vs 18.7%; p = 0.011) e incidência discretamente maior de tosse seca (3.8% vs 0.8%; p = ns). Não houve modificações clinicamente significantes nos exames laboratoriais. Conclusões: A combinação fixa de anlodipino/ramipril apresentou reduções significativamente maiores de PA que a monoterapia com anlodipino, nesta população de hipertensos. Ambos os tratamentos foram bem tolerados, porém a combinação apresentou menor incidência de edema periférico.
Descrição
Citação
MIRANDA, Roberto Dischinger. Estudo duplo-cego e randomizado para avaliar a eficácia e a tolerabilidade da combinação fixa Anlodipina/Ramipril comparada ao Anlodipino isolado em pacientes hipertensos. 2009. 106 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2009.