Avaliação de estratégias com indução com basiliximabe em receptores de transplante renal com doador falecido que receberam imunossupressão baseada em tacrolimo
Data
2013-03-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O uso de terapia de indução com basiliximabe (BSL) cresceu significativamente nos últimos anos em virtude do seu excelente perfil de segurança e da eficácia em prevenir episódios de rejeição aguda (RA), demonstrada em estudos prévios com regimes imunossupressores baseados em ciclosporina. No entanto, ainda não está definida sua utilidade clinica em pacientes recebendo regimes imunossupressores baseados em tacrolimo (TAC). Objetivos: Avaliar a eficácia e a segurança do uso de indução com BSL em receptores de transplante renal de doador falecido com baixo risco imunológico recebendo regime imunossupressor triplo baseado em TAC, bem como avaliar a eficácia e a segurança desta terapia de indução em regime de indução sequencial com introdução tardia de TAC em receptores de transplante renal de doador falecido com baixo risco imunológico e alto risco para FTE. Material e métodos: Foram avaliados retrospectivamente os dados de 366 transplantes renaisde doador falecidorealizados entre junho de 2005 e março de 2009 em receptores com baixo risco imunológico, definido como receptores do primeiro transplante renal com painel de reatividade de anticorpos menor que 30%. Destes, 134 receberam BSL e TAC desde o 1° dia de pós-operatório (PO) (grupo TAC-BSL); 100 receberam BSL e tiveram a primeira dose de TAC postergada ate o 4° PO (grupo TAC tardio-BSL); e 132 pacientes receberam TAC desde o 1°PO e não receberam indução com BSL (grupo Controle). Os principais desfechos avaliados foram incidência de RA, função renal medida pelo clearance de creatinina (ClCr) calculado pela fórmula de Cockroft-Gault sobrevidas do paciente e do enxerto em 1 ano. Resultados: A amostra foi composta predominantemente por homens (65,8%), brancos (50,8%), com média de idade de 48,4 anos, sem etiologia definida para a doença renal crônica (41,3%) e não houve diferença entre os grupos quanto a essas características. Quando comparado aos grupos TAC-BSL e Controle, os pacientes do grupo TAC tardio-BSL tiveram maior tempo em diálise (65,4 vs. 53,5 e 53,8 meses, p = 0,032) e receberam rins de doadores mais velhos (49,8 vs. 41,6 e40,7 anos, p < 0,001). O grupo TAC tardio-BSL apresentou a maior incidência de FTEe não houve diferença entre os grupos TAC-BSL e Controle (79% vs. 43,3 e 40,2%, p<0,001). A incidência de RA foi maior no grupo TAC tardio-BSL comparado com os grupos TAC-BSL e Controle (33 vs. 14,9 e14,3%, p<0,001) e não houve diferenças quando os grupos TAC-BSL e Controle foram comparados. Não houve diferenças no ClCr entre os grupos TAC-BSL e Controle em todos os períodos analisados. Menor ClCr foi observado no grupo TAC tardio-BSL nos meses 1 (41,6 vs. 49,9 e 44,8mL/min, p=0,004), 3 (49,8 vs. 57,2 e 53,5mL/min, p=0,017) e 6 (53,1 vs. 61,8 e 57,0mL/min, p=0,010), mas não no mês 12 (57,9 vs. 62,7 e 63,7mL/min, p=0,160).A incidência de infecção por CMV foi significativamente maior no grupo TAC tardio-BSL quando comparado ao grupo TAC-BSL, mas não ao grupo Controle (29 vs. 14,9 vs. 20,5%, p = 0,032). Não houve diferenças entre os grupos TAC-BSL, Controle e TAC tardio-BSL com relação às sobrevidas do paciente (93,7 vs. 94,5 vs. 89,2% p = 0,299) e do enxerto (88,1 vs. 85,6 vs. 80,0%, p =0,212). Na análise multivariada, o uso de BSL não se associou a menor risco de rejeição aguda, perda do enxerto ou óbito. Conclusões: em receptores de transplante renal de doador falecido com baixo risco imunológico que receberam regimes baseados em TAC, a indução com BSL não se associou a menor incidência de RA. Além disso, o regime baseado em indução com BSL e introdução tardia de TAC não foi eficaz em prevenir episódios de RA.
Descrição
Citação
FREITAS, Taina Veras de Sandes. Avaliação de estratégias com indução com basiliximabe em receptores de transplante renal com doador falecido que receberam imunossupressão baseada em tacrolimo. 2013. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.