Travessia para o Outro: grafia-de-vida e alteridade em "Luvas de pelica", de Ana Cristina Cesar

Data
2023-02-16
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Ana Cristina Cesar subverte alguns elementos vinculados aos gêneros literários geralmente atrelados à escrita das mulheres, a exemplo do diário e da carta. O objetivo desta pesquisa consiste em acompanhar e compreender o processo de composição poética da autora, com olhar mais atento à obra Luvas de pelica (1980), sob o viés da mobilização e provocação da alteridade. A partir disso, busca-se embasamento em algumas noções centrais como grafia-de-vida, elaborada por Silviano Santiago (2004; 2020), e figuração, desenvolvida nos textos de Flora Süssekind (2016) e Sylvia Molloy (2015). Na sequência, expandindo o prisma da alteridade, propõe-se uma reflexão alicerçada nos atravessamentos que emergem da relação entre leitor e texto a partir de três obras de Roland Barthes: O prazer do texto (1973), O rumor da língua (1984) e Aula (1977). Recorre-se às obras da autora e aos estudos sobre ela, a fim de entender as estratégias de encenação que constituirão uma nova visão sobre o texto escrito por mulheres. Desse modo, observa-se a obra enquanto composição de um gênero híbrido e fronteiriço, alicerçado em uma dicotomia, quase harmônica, entre biografia e ficcionalização. O resultado desse movimento complexo compõe a grafia-de-vida da autora, conduzida por ela mesma em consonância com seu texto.
Ana Cristina César subvierte algunos elementos ligados a géneros literarios habitualmente vinculados a la escritura femenina, como el diario y la carta. El objetivo de esta investigación es seguir y comprender el proceso de composición poética del autor, con un acercamiento a la obra Luvas de pelica (1980), desde la perspectiva de la movilización y provocación de la alteridad. A partir de esto, se busca fundamentación en algunas nociones centrales como grafía-de-vida, elaborada por Silviano Santiago (2004; 2020), y figuración, desarrollada en los textos de Flora Süssekind (2016) y Sylvia Molloy (2015). Después, ampliando el prisma de la alteridad, proponemos una reflexión basada en los cruces que surgen de la relación entre lector y texto a partir de tres obras de Roland Barthes: El placer del texto (1973), El rumor del la lengua (1984) y Lección inaugural (1977). Recurrimos a las obras de la autora y a los estudios sobre ella, para comprender las estrategias de puesta en escena que constituirán una nueva visión sobre el texto escrito por mujeres. Así, la obra se observa como una composición de género híbrida y fronteriza, basada en una dicotomía, casi armónica, entre biografía y ficcionalización. El resultado de este complejo movimiento compone la grafía-de-vida de la autora, dirigida por ella misma en consonancia con su texto. Palabras clave: Ana Cristina Cesar. Luvas de pelica. Alteridad. Grafia-de-vida. Lectura.
Descrição
Citação
Coleções
Pré-visualização PDF(s)