Perfil de expressão dos genes MYC, MYCN, TERT, ASPM e PRAME em Meduloblastoma

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Data
2010-04-28
Autores
Vulcani-Freitas, Tânia Maria [UNIFESP]
Orientadores
Toledo, Silvia Regina Caminada de [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
To investigate the expression of genes MYC, MYCN and TERT in tumor fragments of pediatric medulloblastoma and correlate gene expression profiles with clinical parameters. Analysis of gene expression was performed by quantitative PCR real time in 37 tumor samples and correlated with clinical and pathological data. All 37 samples overexpressed MYCN gene (p= 0.001), 95% and 84% of the samples overexpressed TERT and MYC, respectively (p<0.0001). Twenty nine (78%) of all samples had concomitant high expression of MYC, MYCN and TERT genes together. Seventeen (59%) were high-risk classification, 10 (34%) were metastatic (M+) stage, two (7%) were anaplastic or largecell/ anaplastic subtype, eight (28%) of patients relapsed, beyond thirteen (45%) suffered partial surgical resection. and fourteen (48%) died. We found correlation between MYC, MYCN and TERT expression (p<0.0001). The identification of a subgroup with concomitant overexpression of the three investigated genes suggests the possibility of using more than one aspect of molecular indicative of unfavorable prognosis that characterizes the group with poor outcome. However, in future this may be enhanced by targeted therapy for the product TERT as proposed in some neoplasms. The identification of molecular events in the medulloblastoma categorization aims to help at-risk groups moving towards individualized medicine.
Meduloblastoma (MB) é o tumor maligno de sistema nervoso central (SNC) mais comum em criança, compreendendo 20% dos tumores primários de SNC e 40% dos tumores cerebelares da infância. Devido sua forte tendência metastática, o tratamento padrão pós-operatório inclui radio e quimioterapia, cujo impacto causa distúrbios endócrinos e de crescimento, e disfunção neurocognitiva a longo prazo. Frente a esses efeitos negativos, muitas pesquisas em meduloblastoma têm sido realizadas com intuito de obter conhecimento biológico desses tumores para tentar identificar fatores prognósticos moleculares que possam orientar os tratamentos, tornando-os mais específicos e menos agressivos. Alguns estudos em MB têm sugerido que a expressão do oncogene MYC está associada com diminuição da sobrevida e sua superexpressão com maior agressividade do tumor. Por isso, MYC pode ser um indicador importante de prognóstico, além de modulador do comportamento desta doença. Enquanto o gene MYC é expresso em uma variedade de tecidos, a expressão de MYCN, outro membro da família MYC, é restrita a estágios precoces do desenvolvimento embrionário de alguns tecidos apenas, entre eles, o sistema nervoso central e periférico, sendo um mediador importante dos efeitos de ativação na proliferação de células precursoras cerebelares. Dessa forma, quando a expressão de MYCN está desregulada, ela aumenta a tumorigenicidade dessas células podendo dar origem ao MB. Além disso, o gene MYC também é considerado importante regulador da transcrição TERT, gene que codifica uma subunidade catálica de da telomerase, enzima importante para carcinogênese e imortalização de células neoplásicas. A atividade anormal da telomerase está presente em 90% dos cânceres e o aumento de sua atividade está associado a eventos clínicos desfavoráveis. Outro gene importante é o ASPM (abnormal spindle-like microcephaly associated) que desempenha função fundamental na neurogênese e proliferação celular durante o desenvolvimento cerebral. Esse gene codifica uma proteína de centrossomo e fuso mitótico que permite a divisão celular simétrica em células neuroepiteliais durante o desenvolvimento e aumento do tamanho cerebral. Alterações em ASPM é a causa mais comum de microcefalia primária em humanos e de falha de segregação, induzindo a aneuploidias e instabilidade genética. Além desses genes, outro gene estudado recentemente, como alvo em xv imunoterapia, é o gene PRAME que codifica um antígeno tumoral que está presente em vários tumores, incluindo meduloblastoma. O gene PRAME possui baixa ou ausência de expressão em tecidos normais, por isso é pode ser um forte candidato como alvo em imunoterapia, que é um tratamento menos tóxico. OBJETIVOS: O objetivo desse estudo foi investigar a expressão dos genes MYC, MYCN, TERT, ASPM e PRAME em fragmentos tumorais de meduloblastoma de crianças e tentar correlacionar com os parâmetros clínicos e verificar se há correlação de MYC, MYCN, TERT entre si, uma vez que estão correlacionados. MÉTODOS: Análise de expressão gênica foi realizada através de PCR quantitativa em tempo real, utilizando sistema SYBR Green, em 37 amostras tumorais de crianças, com média de idade de 8 anos. Para comparação de perfil de expressão foi usada duas amostra de cérebro normal. A análise estatística foi realizada nos programas Graph Pad Prism 4 e VassarStats RESULTADOS: Todas nossas amostras superexpressaram o gene MYCN com valor de quantificação relativa (RQ) mediana igual a 31 com p=0.001; assim como, todas nossas amostras também superexpressaram o gene ASPM com mediana igual a 586, p<0.0001. Do total de amostras, 95%, 81% e 84% superexpressaram TERT, MYC e PRAME respectivamente, sendo os valores de RQ (mediana) iguais a 322, p=0.01; 9.2, p<0.0001; 33, p<0.0001. Apesar da elevada expressão dos genes estudados na maioria das amostras estudadas, houve apenas correlação estatística entre a superexpressão de MYCN (p=0.008) e os pacientes que foram a óbito, e de TERT e os pacientes que recidivaram (p=0.0431). Não encontramos outra correlação estatística entre a superexpressão dos genes e as características clínicas dos pacientes. CONCLUSÃO: Os genes MYC, MYCN e TERT estavam superexpressos nas amostras de meduloblastoma analisadas em uma freqüência muito superior ao demonstrado na literatura, o que sugere que esses três genes podem ajudar na identificação de tumores agressivos, uma vez que o pognóstico desses pacientes continua baseado apenas em parâmentros clínicos. A superexpressão de ASPM em todas as amostras estudadas sugere que este gene pode estar envolvido na origem de MB, como parte da neurogênse anormal durante o desenvolvimento embrionário, porém estudoas funcionais devem ser realizados para confirmar essa hipótese. Por fim, o gene PRAME pode ser candidato à marcador de célula tumoral em MB, podendo no futuro ser candidato como alvo em imunoterapias.
Descrição
Citação
FREITAS, Tânia Maria Vulcani de. Perfil de expressão dos genes MYC, MYCN, TERT, ASPM e PRAME em Meduloblastoma. 2010. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2010.