Efeitos Hemodinâmicos da Pressão de Suporte Inspiratório durante o Exercício Dinâmico em Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Moderada à Grave
Data
2008-11-26
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Conclusions: High-level IPS during exercise in patients with moderate to severe COPD is associated with heterogeneous haemodynamic responses. Decreased cardiac output and stroke volume are more likely to be found in patients with higher resting lung hyperinflation.
Introdução: A ventilação com pressão de suporte inspiratório (PSI) pode reduzir o trabalho respiratório e aumentar o tempo de tolerância ao exercício em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Entretanto, a PSI pode levar ao aumento da pressão intratorácica média reduzindo a pré-carga do ventrículo direito. Tais efeitos poderiam influenciar negativamente o débito cardíaco (DC) limitando o desempenho destes pacientes durante o exercício dinâmico. Objetivo: Analisar os efeitos hemodinâmicos da aplicação de PSI durante o exercício dinâmico em pacientes com DPOC. Métodos: 21 homens com DPOC moderada a grave (VEF1= 40,1 ± 10,7% pred, VR= 175,0 ± 60,1% pred, estadios III-IV pelo GOLD) foram submetidos, aleatoriamente, a dois testes de exercício de carga constante em cicloergômetro (80% da carga máxima) com e sem a utilização de PSI (PSI e Controle, respectivamente) ao limite da tolerância (Tlim). O nível de PSI foi ajustado em 16 cmH2O com 5 cmH2O de pressão positiva expiratória final. Variação com relação ao valor em repouso () do DC (L/min), volume sistólico (VS, mL) e frequência cardíaca (FC, bpm) foram continuamente monitorizadas através de cardioimpedância transtorácica (PhysioflowTM, Manatec Inc, France). Resultados: Aumento significante no Tlim foi encontrado em teste realizado com PSI (4.25 (1.97 – 10.75) min versus 4.75 (2.67 – 20.0) min – p<0.05). Em isotime (tempo estabelecido como o mínimo Tlim entre os dois testes de um mesmo indivíduo), houve redução significativa na DC (5.69 ± 1.83 to 4.90 ± 1.25 L/min) devido a redução na FC (48 ± 19 to 37 ± 13 bpm) - p>0.05. Adicionalmente, em uma análise post-hoc baseando-se no comportamento do VS, definiu-se dois subgrupos: Grupo A (aumento do VS e DC inalterado) e Grupo B (redução do VS e DC). Os pacientes do grupo B evidenciaram maior grau de hiperinsuflação pulmonar ao repouso (volume residual 4.09 ± 1.41 versus 3.87 ± 0.52 – p<0.05) – Tabela. Grupo A (n=11) Grupo B (n=10) Controle PSI Controle PSI DC (L/min) 4,9 ± 1,5 5,1 ± 1,2 7,0 ± 2,1 5,0 ± 1,6† VS (mL) 14,0 ± 6,1 22,3 ± 11,4† 27,3 ± 8,7 18,2 ± 7,3† FC (bpm) 49 ± 23 38 ± 14† 46 ± 13 35 ± 12† † p>0,05 Conclusão: A ventilação com pressão de suporte inspiratório em níveis elevados durante o exercício em pacientes com DPOC associou-se com respostas hemodinâmicas heterogêneas. Diminuição do DC e do VS esteve associada com maior grau de hiperinsuflação pulmonar no repouso.
Introdução: A ventilação com pressão de suporte inspiratório (PSI) pode reduzir o trabalho respiratório e aumentar o tempo de tolerância ao exercício em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Entretanto, a PSI pode levar ao aumento da pressão intratorácica média reduzindo a pré-carga do ventrículo direito. Tais efeitos poderiam influenciar negativamente o débito cardíaco (DC) limitando o desempenho destes pacientes durante o exercício dinâmico. Objetivo: Analisar os efeitos hemodinâmicos da aplicação de PSI durante o exercício dinâmico em pacientes com DPOC. Métodos: 21 homens com DPOC moderada a grave (VEF1= 40,1 ± 10,7% pred, VR= 175,0 ± 60,1% pred, estadios III-IV pelo GOLD) foram submetidos, aleatoriamente, a dois testes de exercício de carga constante em cicloergômetro (80% da carga máxima) com e sem a utilização de PSI (PSI e Controle, respectivamente) ao limite da tolerância (Tlim). O nível de PSI foi ajustado em 16 cmH2O com 5 cmH2O de pressão positiva expiratória final. Variação com relação ao valor em repouso () do DC (L/min), volume sistólico (VS, mL) e frequência cardíaca (FC, bpm) foram continuamente monitorizadas através de cardioimpedância transtorácica (PhysioflowTM, Manatec Inc, France). Resultados: Aumento significante no Tlim foi encontrado em teste realizado com PSI (4.25 (1.97 – 10.75) min versus 4.75 (2.67 – 20.0) min – p<0.05). Em isotime (tempo estabelecido como o mínimo Tlim entre os dois testes de um mesmo indivíduo), houve redução significativa na DC (5.69 ± 1.83 to 4.90 ± 1.25 L/min) devido a redução na FC (48 ± 19 to 37 ± 13 bpm) - p>0.05. Adicionalmente, em uma análise post-hoc baseando-se no comportamento do VS, definiu-se dois subgrupos: Grupo A (aumento do VS e DC inalterado) e Grupo B (redução do VS e DC). Os pacientes do grupo B evidenciaram maior grau de hiperinsuflação pulmonar ao repouso (volume residual 4.09 ± 1.41 versus 3.87 ± 0.52 – p<0.05) – Tabela. Grupo A (n=11) Grupo B (n=10) Controle PSI Controle PSI DC (L/min) 4,9 ± 1,5 5,1 ± 1,2 7,0 ± 2,1 5,0 ± 1,6† VS (mL) 14,0 ± 6,1 22,3 ± 11,4† 27,3 ± 8,7 18,2 ± 7,3† FC (bpm) 49 ± 23 38 ± 14† 46 ± 13 35 ± 12† † p>0,05 Conclusão: A ventilação com pressão de suporte inspiratório em níveis elevados durante o exercício em pacientes com DPOC associou-se com respostas hemodinâmicas heterogêneas. Diminuição do DC e do VS esteve associada com maior grau de hiperinsuflação pulmonar no repouso.
Descrição
Citação
OLIVEIRA, Cristino Carneiro. Efeitos Hemodinâmicos da Pressão de Suporte Inspiratório durante o Exercício Dinâmico em Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Moderada à Grave. 2008. 115 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2008.