Efeito da privação e restrição de sono na função reprodutiva de ratos machos
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Data
2011-04-27
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
It has been reported that copulatory experience may actually alter sexual performance in male rats. But indicating experience is a risky proposition since the statement is made in the absence of an established hormonal basis and number of copulations that define sexual experience condition. And also, the associated hormonal alterations observed in sexually high performing rats could have been caused by factors other than experience, such as sleep deprivation (SD). Whether it is trading sleep time for leisure time or for work, the shortage of sleep in present day society may lead to adverse alterations in body functions, even in the endocrine system, prompting changes sexual behavior and therefore, in reproductive function. In light of such considerations the current stage of the overall investigation forks into 2 studies: Study 1 seeks to determine the required time for the rat to acquire sexual experience as well as the hormonal profile of sexually active and sexually naïve rats. Study 2 examines the influence of sleep shortage upon sexual behavior (SB), hormonal profile, and spermatic parameters in sexually experienced rats. In Study 1 male rats underwent SB training in the presence of receptive females every other day over a nineday period. Results show that throughout this period 42.5% of the subjects displayed excellent sexual performance, 17.5% had adequate performance, 7.5% had low sexual activity and an unexpected 32.5% showed no sexual response at all. The hormonal analysis that followed showed that, when compared to subjects with adequate/excellent performance, the progesterone concentrations in the rats whose sexual performance was low or nil were decreased, as were those of testosterone. In Study 2 sexually experienced subjects underwent to a PSD protocol for 96h (PSD96h) and a sleep restriction protocol for 21 consecutive days (SR21d). In the latter, subjects experienced 18h of sleep deprivation followed by 6h in their home cages. Control groups (CTRL) remained in their home cages throughout the entire protocol. SB, hormonal profile and sperm analysis were assessed and it was found that PSD96h reduced sexual performance but SR21d did not alter SB in the rat subjects when compared to CTRL. As for hormonal alterations, the subjects submitted to PSD96h experienced a reduction in their levels of testosterone but no alterations occurred in the concentrations of progesterone, LH, and FSH. As for the semen analysis, both groups (PSD96h and SR21d), presented lower spermatic viability in relation to the CTRL. However, the loss of live spermatozoids was more pronounced in the PSD96h group than in the SR21d group. Taken together, the findings herein indicate that in addition to testosterone, progesterone is also a limiting factor in the sexual performance of male rats. And furthermore, that when submitted to PSD96h, rat subjects with excellent sexual activity loose sexual performance and also, they experience loss of spermatic viability as well as suffer decreases in testosterone concentrations. Likewise, there were also detrimental effects in the percentage of live spermatozoids in the SR21d subjects. The current study thus indicates that in order to maintain adequate sexual response an ideal concentration of not only testosterone but of the typically female hormone progesterone is also required. And also, regardless of the concentrations of one or another hormone involved in the cascade of events leading to spermatozoid formation, lack of sleep can be singled out as a detrimental factor in the reproductive function of male rats.
Tem sido documentado que a experiência copulatória pode alterar o desempenho sexual em ratos machos. No entanto, as bases hormonais e o número de cópulas necessárias para o rato adquirir experiência sexual ainda não estão claramente estabelecidos. Por outro lado, as alterações hormonais podem ser resultantes de diversos fatores, em especial a falta de sono. A diminuição do tempo de sono presente na sociedade atual quer seja pelo excesso de trabalho ou até mesmo a troca do tempo de sono por momentos de lazer, pode levar ao comprometimento de diversas funções do nosso organismo, em especial o bom funcionamento do sistema endócrino que pode acarretar em prejuízos no comportamento sexual e consequentemente na função reprodutiva. Neste sentido, a presente etapa se divide em 2 estudos: no Artigo 1 determinamos o tempo necessário para o rato adquirir experiência sexual bem como o perfil hormonal de ratos sexualmente ativos e inexperientes. No Artigo 2 avaliamos a influência da falta de sono no comportamento sexual (CS), perfil hormonal e parâmetros espermáticos em ratos sexualmente experientes. Para a realização do Artigo 1, ratos machos foram submetidos ao treino de CS na presença de fêmeas receptivas durante 9 dias intercalados. Os resultados indicaram que durante esse período, 42,5% dos animais apresentaram excelente desempenho sexual, 17,5% mostraram um desempenho adequado, 7,5% tiveram baixa atividade e inesperadamente 32,5% dos animais não apresentaram nenhuma resposta sexual. Em relação aos resultados hormonais, os ratos com baixo/nenhum desempenho apresentaram menores concentrações de progesterona comparadas aos animais de excelente/adequado desempenho. A testosterona, por sua vez, foi significativamente reduzida nos animais de baixa/nenhuma atividade comparados com os animais de excelente/adequado desempenho. No Artigo 2, os ratos sexualmente ativos foram submetidos à privação de sono paradoxal durante 96 horas (PSP96h) ou a restrição de sono por 21 dias consecutivos (RS21d) que consiste em expor os animais a PSP por 18 horas e as 6 horas restantes deixá-los na gaiola moradia. Os grupos controles (CTRL) foram mantidos em gaiola de moradia durante todo o experimento. Em seguida foram avaliados o CS, o perfil hormonal e também o espermograma desses animais. Verificou-se que a PSP 96h foi capaz de diminuir o desempenho sexual. Entretanto, a RS21d não alterou o CS dos ratos em relação ao grupo CTRL. Quanto às alterações hormonais, os ratos submetidos à PSP 96h tiveram uma diminuição das concentrações de testosterona. A progesterona, LH e FSH não apresentaram nenhuma alteração significativa após os protocolos de falta de sono. Em relação à análise do sêmen, tanto o grupo PSP 96h como o grupo RS21d apresentaram uma menor viabilidade espermática em relação ao grupo CTRL. No entanto, a diminuição dos espermatozóides vivos foi mais acentuada no grupo PSP 96h do que no grupo RS21d. Tomados em conjunto, os achados do presente estudo indicam que além da testosterona, a progesterona também é um fator limitante para o bom desempenho dos ratos machos. Além disso, os animais com excelente atividade sexual, quando submetidos à PSP, apresentaram uma diminuição do desempenho sexual, da viabilidade espermática e ainda das concentrações de testosterona. Similarmente, os animais que foram restritos de sono, também tiveram comprometimento na porcentagem de espermatozóides vivos. Assim, nossos resultados sugerem que para manter uma resposta sexual adequada é necessária concentrações ideais não só de testosterona, mas também do hormônio tipicamente feminino, a progesterona. Ainda, independente das concentrações hormonais envolvidas na cascata de formação dos espermatozóides, a falta de sono prejudica a função reprodutiva de ratos machos.
Tem sido documentado que a experiência copulatória pode alterar o desempenho sexual em ratos machos. No entanto, as bases hormonais e o número de cópulas necessárias para o rato adquirir experiência sexual ainda não estão claramente estabelecidos. Por outro lado, as alterações hormonais podem ser resultantes de diversos fatores, em especial a falta de sono. A diminuição do tempo de sono presente na sociedade atual quer seja pelo excesso de trabalho ou até mesmo a troca do tempo de sono por momentos de lazer, pode levar ao comprometimento de diversas funções do nosso organismo, em especial o bom funcionamento do sistema endócrino que pode acarretar em prejuízos no comportamento sexual e consequentemente na função reprodutiva. Neste sentido, a presente etapa se divide em 2 estudos: no Artigo 1 determinamos o tempo necessário para o rato adquirir experiência sexual bem como o perfil hormonal de ratos sexualmente ativos e inexperientes. No Artigo 2 avaliamos a influência da falta de sono no comportamento sexual (CS), perfil hormonal e parâmetros espermáticos em ratos sexualmente experientes. Para a realização do Artigo 1, ratos machos foram submetidos ao treino de CS na presença de fêmeas receptivas durante 9 dias intercalados. Os resultados indicaram que durante esse período, 42,5% dos animais apresentaram excelente desempenho sexual, 17,5% mostraram um desempenho adequado, 7,5% tiveram baixa atividade e inesperadamente 32,5% dos animais não apresentaram nenhuma resposta sexual. Em relação aos resultados hormonais, os ratos com baixo/nenhum desempenho apresentaram menores concentrações de progesterona comparadas aos animais de excelente/adequado desempenho. A testosterona, por sua vez, foi significativamente reduzida nos animais de baixa/nenhuma atividade comparados com os animais de excelente/adequado desempenho. No Artigo 2, os ratos sexualmente ativos foram submetidos à privação de sono paradoxal durante 96 horas (PSP96h) ou a restrição de sono por 21 dias consecutivos (RS21d) que consiste em expor os animais a PSP por 18 horas e as 6 horas restantes deixá-los na gaiola moradia. Os grupos controles (CTRL) foram mantidos em gaiola de moradia durante todo o experimento. Em seguida foram avaliados o CS, o perfil hormonal e também o espermograma desses animais. Verificou-se que a PSP 96h foi capaz de diminuir o desempenho sexual. Entretanto, a RS21d não alterou o CS dos ratos em relação ao grupo CTRL. Quanto às alterações hormonais, os ratos submetidos à PSP 96h tiveram uma diminuição das concentrações de testosterona. A progesterona, LH e FSH não apresentaram nenhuma alteração significativa após os protocolos de falta de sono. Em relação à análise do sêmen, tanto o grupo PSP 96h como o grupo RS21d apresentaram uma menor viabilidade espermática em relação ao grupo CTRL. No entanto, a diminuição dos espermatozóides vivos foi mais acentuada no grupo PSP 96h do que no grupo RS21d. Tomados em conjunto, os achados do presente estudo indicam que além da testosterona, a progesterona também é um fator limitante para o bom desempenho dos ratos machos. Além disso, os animais com excelente atividade sexual, quando submetidos à PSP, apresentaram uma diminuição do desempenho sexual, da viabilidade espermática e ainda das concentrações de testosterona. Similarmente, os animais que foram restritos de sono, também tiveram comprometimento na porcentagem de espermatozóides vivos. Assim, nossos resultados sugerem que para manter uma resposta sexual adequada é necessária concentrações ideais não só de testosterona, mas também do hormônio tipicamente feminino, a progesterona. Ainda, independente das concentrações hormonais envolvidas na cascata de formação dos espermatozóides, a falta de sono prejudica a função reprodutiva de ratos machos.
Descrição
Citação
ALVARENGA, Tathiana Aparecida Fernandes. Efeito da Privação e Restrição de Sono na Função Reprodutiva de Ratos Machos. 2011. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2011.