Mulheres e Paisagens: coreografias socioambientais em territórios periféricos

Abstract

As mulheres e os territórios periféricos produzem as paisagens da vida urbanizada de São Vicente/SP. As geografias periféricas de uma cidade litorânea carregam especificidades socioambientais. A vulnerabilidade socioambiental é um desafio enfrentado cotidianamente por mulheres que sustentam suas comunidades e demonstra como a crise climática afeta as periferias do sistema capitalista. Diante desta conjuntura de degradação econômica, social e ambiental, a presente dissertação tem como objetivo produzir aproximações através de propostas corporais das experiências e paisagens de vida de mulheres atravessadas pela vulnerabilização socioambiental. A abordagem da pesquisa caminhará por três processos: a descrição do território a partir do levantamento bibliográfico e narrativo de mulheres sobre os locais onde vivem; o conceito de vulnerabilidade socioambiental e pertencimento, para compreender como ocorrem os processos de vulnerabilização socioambiental com as mulheres e os territórios periféricos; investigações através do trabalho corporal, coreográfico e narrativo que darão sustentação ao encontro com as mulheres, construindo um espaço para conversar e corporificar a pesquisa sobre as formas de vida e vulnerabilização socioambiental das mulheres, das comunidades e os atores heterogêneos que compõem as redes destes territórios. A fundamentação teórica se dá a partir da interdisciplinaridade entre o campo das ciências humanas e sociais, sociais aplicadas, saúde e artes do corpo. A pesquisa foi realizada a partir das histórias de mulheres sobre os corpos, vidas e territórios, fortalecendo as estratégias de resistência das mulheres, das plantas, mangues e marés que compõem as comunidades humanas através de alianças históricas.

Women and peripheral territories produce the landscapes of urbanized life in São Vicente/SP. The peripheral geographies of a coastal city carry socio-environmental specificities. Socio-environmental vulnerability is a challenge faced daily by women who support their communities and demonstrates how the climate crisis affects the peripheries of the capitalist system. Faced with this situation of economic, social and environmental degradation, this dissertation aims to produce approximations through body proposals of the experiences and life landscapes of women crossed by socio-environmental vulnerability. The research approach will walk through three processes: the description of the territory from the bibliographic and narrative survey of women about the places where they live; the concept of socio-environmental vulnerability and belonging, to understand how socio-environmental vulnerability processes occur with women and peripheral territories; investigations through corporal, choreographic and narrative work that will support the encounter with women, building a space to talk and embody research on the ways of life and socio-environmental vulnerability of women, communities and the heterogeneous actors that make up the networks of these territories . The theoretical foundation is based on the interdisciplinarity between the field of human and social sciences, applied social sciences, health and body arts. The research was carried out based on the stories of women about bodies, lives and territories, strengthening the resistance strategies of women, plants, mangroves and tides that make up human communities through historical alliances.