Fragilidade financeira e ataques especulativos ao câmbio: análise das teorias de crise cambial

Abstract

Este trabalho tem o objetivo de realizar uma análise sobre as teorias que tratam do problema dos ataques especulativos em crises cambiais. O enfoque principal será dado à vertente do pensamento pós-keynesiano sobre desequilíbrios externos, com um olhar especial sobre a hipótese de instabilidade financeira desenvolvida pelo economista norte-americano, Hyman Minsky, ajustando seu modelo para o contexto da fragilidade externa. A pesquisa se relaciona com os trabalhos que abordam as questões inerentes às aberturas financeiras e comerciais nas economias capitalistas desde o fim do sistema monetário de Bretton Woods. Assim, parte-se da premissa de que o fim desse sistema trouxe resultados importantes para o estudo da fragilidade, como a substituição da acumulação do capital da esfera produtiva para esfera financeira e pela desconexão entre mercados financeiros organizados e o crescimento real da economia. Por fim, a hipótese levantada nesta pesquisa é a de que os bancos centrais, em um contexto de economia aberta, estariam sujeitos a uma "restrição de sobrevivência", imposta pelo emissor da moeda de referência internacional e que, por esse motivo, suas ações de controle e administração da liquidez de divisas para as unidades econômicas domésticas, sobretudo em um contexto de profundo desequilíbrio externo, estaria condicionada a existência de mecanismos de flexibilidade e disciplina, que seriam operados e condicionados por questões inerentemente internacionais.

This work aims to conduct an analysis of theories that address the issue of speculative attacks in currency crises. The main focus will be on the post-Keynesian perspective regarding external imbalances, with a special emphasis on the financial instability hypothesis developed by the American economist, Hyman Minsky, adapting his model to the context of external fragility. The research is related to works that address issues inherent in financial and trade liberalization in capitalist economies since the end of the Bretton Woods monetary system. Thus, it is based on the premise that the end of this system brought important results for the study of fragility, such as the shift of capital accumulation from the productive sphere to the financial sphere and the disconnection between organized financial markets and real economic growth. Lastly, the hypothesis raised in this research is that central banks, in an open economy context, are subject to a "survival constraint" that limits them in the face of financial instabilities in the global reserve currency. These constraints would be conditioned by the existence of flexibility and discipline mechanisms primarily commanded by the issuer of the global reserve currency, and as a result, their actions to control and manage currency liquidity for domestic economic units, especially in a context of profound external imbalances, would be conditioned by internationally inherent issues.