Fissura por crack: comportamentos e estratégias de controle de usuários e ex-usuários

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Data
2011-12-01
Autores
Chaves, Tharcila Viana [UNIFESP]
Sanchez, Zila van der Meer [UNIFESP]
Ribeiro, Luciana Abeid [UNIFESP]
Nappo, Solange Aparecida [UNIFESP]
Orientadores
Tipo
Artigo
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Resumo
OBJECTIVE: To understand crack cocaine craving among users and describe craving behaviors and coping strategies. METHODOLOGICAL PROCEDURES: Qualitative study with a non-random criterion sample consisting of 40 current and former crack cocaine users conducted in São Paulo, southeast Brazil, in 2007 and 2008. Respondents were selected using snowball sampling technique. In-depth semi-structured interviews were conducted until theoretical saturation was attained. All interviews were transcribed and content analysis was performed to construct inferences and hypotheses based on the narratives. ANALYSIS OF RESULTS: The respondents showed a similar gender distribution, were 18 to 50 years of age, and had different levels of education. Most were from low-income background. In addition to craving resulting from crack cocaine withdrawal and environmental and emotional cue effects, it was found that crack cocaine itself triggers craving. The latter appeared to be a strong trigger of binge episodes. Binge episodes made them lose their moral values, and act dangerously to get more drug. The most common ways reported to get crack cocaine or money to buy it were: prostitution, manipulation of other people, go into debt, sell personal belongings to buy drug and theft. The respondents reported strategies to overcome their cravings as well as pharmacological and behavioral approaches to prevent cravings such as eating, having sex, playing soccer, working, avoiding social situations of crack use and taking depressants. CONCLUSIONS: Crack cocaine binges are caused by a craving induced by the effects of crack cocaine itself. Users develop self-control strategies to cope with their cravings that may help improve their drug use and treatment effectiveness.
OBJETIVO: Comprender el ansia de consumo por el usuario de crack, así como describir las conductas desarrolladas y estrategias utilizadas para su control. PROCEDIMIENTOS METODOLÓGICOS: Estudio cualitativo con muestra intencional por criterios de 40 usuarios y ex-usuarios de crack en São Paulo, Sureste de Brasil, en los años de 2007 y 2008. Los entrevistados fueron reclutados por la técnica de la bola de nieve y sometidos a la entrevista semi-estructurada en profundidad, hasta la saturación teórica. Posterior a la transcripción literal, se realizó el análisis de contenido de las entrevistas para elaboración de inferencias e hipótesis cimentadas en estas narrativas. ANÁLISIS DE RESULTADOS: Los entrevistados estaban igualmente distribuidos con respecto al sexo, poseían edad entre 18 y 50 años, abarcaron todos los niveles de escolaridad y la mayor parte poseía pocos recursos financieros. Se identificó sensación de ansia de consumo en la abstinencia de crack, inducida por señales ambientales y emocionales, como efecto de la droga. Esta última apareció como fuerte factor mantenedor de los consumos excesivos, que fueron los mayores responsables por el apocamiento de los valores del usuario, sujetándolos a prácticas arriesgadas para la obtención de drogas. Los métodos más citados para la obtención de crack o dinero para comprarlo fueron: prostitución, manipulación de personas, endeudamiento, cambio de pertenencias por crack y robo. Se relataron estrategias para el alivio del ansia de consumo y tácticas farmacológicas y conductuales para evitar su desarrollo, como: comer, tener relación sexual, jugar fútbol, trabajar, evitar el contexto social de uso de crack y usar drogas que causan somnolencia. CONCLUSIONES: Los consumos excesivos de crack son causados por el ansia de consumo inducido durante el uso de la droga. Las medidas creadas por el propio usuario para lidiar con su ansiedad mejoran su relación con el crack y pueden ser herramienta importante para perfeccionar el tratamiento.
OBJETIVO: Compreender a fissura do usuário de crack, bem como descrever os comportamentos desenvolvidos sob fissura e estratégias utilizadas para seu controle. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo com amostra intencional por critérios de 40 usuários e ex-usuários de crack em São Paulo, SP, nos anos de 2007 e 2008. Os entrevistados foram recrutados pela técnica da bola de neve e submetidos à entrevista semi-estruturada em profundidade, até a saturação teórica. Após transcrição literal, seguiu-se a análise do conteúdo das entrevistas para elaboração de inferências e hipóteses alicerçadas nessas narrativas. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Os entrevistados estavam igualmente distribuídos quanto ao sexo, possuíam idade entre 18 e 50 anos, abrangeram todos os níveis de escolaridade e a maior parte possuía poucos recursos financeiros. Além da fissura sentida na abstinência de crack e da fissura induzida por pistas ambientais e emocionais, constatou-se um tipo de fissura que faz parte do próprio efeito do crack. Esta última apareceu como forte fator mantenedor dos binges de consumo, que foram os maiores responsáveis pelo rebaixamento de valores do usuário, sujeitando-o a práticas arriscadas para a obtenção da droga. Os métodos mais citados para a obtenção de crack ou dinheiro para comprá-lo foram: prostituição, manipulação de pessoas, endividamento, troca de pertences por crack e roubo. Foram relatadas estratégias para o alívio da fissura e táticas farmacológicas e comportamentais para evitar o seu desenvolvimento, como: comer, ter relação sexual, jogar futebol, trabalhar, evitar o contexto social de uso de crack e usar drogas que causam sonolência. CONCLUSÕES: Os binges de consumo de crack são causados pela fissura induzida durante o uso da droga. As medidas criadas pelo próprio usuário para lidar com a sua fissura melhoram sua relação com o crack e podem ser ferramenta importante para o aprimoramento do tratamento.
Descrição
Citação
CHAVES, Tharcila Viana et al . Fissura por crack: comportamentos e estratégias de controle de usuários e ex-usuários. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 45, n. 6, p. 1168-1175, dez. 2011